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Análise: Batman Arkham VR

Quem não gostaria de vestir o manto do homem-morcego? A experiência prometida por Batman Arkham VR prometia isso mesmo: Ser o “cavaleiro das trevas” em plena Gotham City. Coloquem a máscara e venham connosco até à Batcave conhecer este jogo.

Este não é um título de longa duração, nem tem a tal acção que todos conhecemos da excelente trilogia criada pela Rocksteady. O que encontrarão aqui é uma breve aventura que irá deixar-vos encarnar o homem morcego na primeira pessoa, conhecer a sua mansão e a batcave e investigar um brutal assassinato de um amigo próximo. E isso é feito na primeira pessoa, como só o VR pode proporcionar. Este é também um jogo que deveria pertencer ao lote de demonstrações do PlayStation VR. Isto porque, não só cumpre o que promete de nos colocar no centro da acção, como o faz de forma impressionante a nível técnico.

Todos nós conhecemos e vivemos a origem do Batman de várias maneiras, sobretudo com os fantásticos jogos anteriores da série. Contudo, nunca antes o fizemos como em Arkham VR. Aqui somos colocados no papel do famoso multi milionário e playboy Bruce Wayne com o seu mais famoso alter-ego. Vamos conhecer os locais mais icónicos e utilizar alguns dos gadgets mais conhecidos. Isto tudo inseridos no ambiente irrepreensível da série Arkham.

A história começa com Bruce a reviver todo o célebre assassinato dos seus pais na primeira pessoa. Todo o cenário parece gigantesco e os pais tem de se baixar para ficar ao nível dos olhos. Afinal de contas, temos apenas 8 anos e estamos a reviver o momento mais marcante do futuro herói. O instante em que ficamos cara-a-cara com o assassino é a primeira de muitas sensações arrepiantes que este jogo provoca.

Depois de revivermos a cena violenta, somos transportados para a mansão Wayne. As nossas mãos estão repletas de feridas, as típicas marcas de quem “limpa” regularmente Gotham da escumalha que lá anda. Alfred indica-nos que algo se passa com o Nightwing e recomenda-nos a descer até à Batcave. Para tal, dá-nos uma chave para a nossa primeira interacção com o comando PlayStation Move, uma interacção que falarei mais um pouco a seguir. Com a dita chave, colocamos no piano, rodamos e abrimos a tampa que nos dá acesso às teclas, tudo com movimentos intuitivos. Depois de umas notas no piano, activamos um elevador secreto e somos transportados para o local onde vamos vestir o manto do homem morcego.

Esta é a parte que irá causar arrepios a todos os fãs de Batman. A indumentária é vestida peça a peça. Primeiro o fato, depois as luvas. Os nossos gadgets são detalhados enquanto os colocamos no cinto e por fim colocamos a lendária máscara. O toque final é um espelho, que confirma que somos realmente o tal herói de Gotham. Aqui perdemos alguns minutos a gesticular, aproximar do espelho e fazer parvoíces. Tudo para confirmar se realmente somos o Cavaleiro das Trevas. Digo-vos, é uma experiência realmente fantástica.

Depois de se vestirem a rigor terão uma pequena visita guiada pela Batcave. Esta é também realmente deslumbrante em dimensão e detalhes. Principalmente porque cada equipamento, seja ele algum aparelho específico ou um computador, são inteiramente funcionais e interactivos. E notem que existem várias surpresas para os fãs descobrirem, fica a dica.

Depois de algum tempo a visitar cada canto da Batcave vão descobrir que a história por detrás desta aventura é mais sinistra que nos restantes jogos. Não vamos levantar muito o véu do enredo mas saibam que há algumas revelações perturbantes pelo meio. Batman, terá de investigar um assassinato, ao mesmo tempo que é feita uma ponte com os jogos anteriores da Rocksteady. Se não os jogaram, é possível que tenham alguma dificuldade em acompanhar os eventos.

Dependendo do tempo que passarão na Batcave a experimentar a Batwing ou o Batmobile, mais o que temos realmente de jogar ao nível da tal investigação, o jogo pode demorar entre 1 a 2 horas até ser terminado. É uma aventura bastante curta e ficamos com vontade de mais. Para prolongar mais a sua vida, uma vez terminado o enredo principal, terão vários desafios do Riddler para resolver, alguns de fazer coçar o couro cabeludo.

Para jogar o Batman Akrham VR precisam de ter pelo menos um comando PS Move. Contudo, para uma experiência ainda mais imersiva, recomendamos que usem dois desses comandos, que ficam responsáveis por cada mão. A interacção é tão simples como premir o T (gatilho) para disparar, tocar ou simplesmente fechar a mão. No início do jogo é perguntado se vão jogar sentados ou em pé e, sinceramente, recomendo que o façam de pé. Desta forma conseguem movimentar-se livremente, aproximar das extremidades dos prédios e contemplar a cidade de Gotham.

Se já jogaram um dos jogos da trilogia, estão familiarizados com o Detective Mode, onde o melhor detective do mundo, procura pistas em espalhadas pelo cenário e em objectos recorrendo a uma visão raio-x. Neste jogo, esta experiência é elevada a outro nível. Ao invés de pressionarem um botão e esperarem que o scanner faça a sua magia, terão de alcançar o vosso gadget do cinto e usá-lo como uma lanterna se tratasse.Quando usado para reconstruir cenas de crime, podemos rodar o scanner com o pulso para avançar ou recuar no tempo para posteriormente procurar pistas. Assim que acabarem o jogo, este também será o item mais usado para procurar as pistas que o Riddler deixou para trás.

Infelizmente não é possível movimentar o herói livremente. A deslocação é feita com o Grappling Hook, para mudar de cena ou de localização em localização, olhando para o ícone responsável para movimentar e pressionando o botão para sermos teleportados. Este método, previne a náuseas e tem sido aplicado a vários jogos de Realidade Virtual. Seria interessante ter mais momentos de voo com recurso à capa, ou mesmo a bordo de veículos. Infelizmente, tudo está devidamente coreografado e temos muita limitação no que podemos realmente fazer de forma livre.

Assim de repente, parece que estamos a visitar uma exposição em que nos deixam encarnar o papel de Batman por umas horas, sem que o façamos na sua plenitude. Um dos melhores momentos na série Arkham era o voo livre num mapa vasto. Entendo que este jogo precisaria de muito melhor hardware para recriar, por exemplo, a Gotham de Arkham Knight. Mas ficavamos todos felizes se nos deixassem pelo menos voar pelo Arkham Asylum só com a capa. Até dispensávamos usar os veículos.

Veredicto

A Rocksteady quis fazer-nos sentir que somos o Batman. E até conseguiu, até certo ponto. Só que, infelizmente, só nos deixa “alugar” o fato por apenas uma hora. Embora sejamos convidados a regressar até concluir todos os desafios do Riddler, a experiência completa é muito escassa. Batman Akrham VR é certamente um dos melhores exemplos do uso da tecnologia do PlayStation VR. Por apenas 20€, os jogadores terão mais que uma mera demonstração. Este é uma amostra muito sucinta, mas exemplar do que é possível com o PS VR. E verem-se ao espelho vestidos de Batman não tem preço.

  • ProdutoraRocksteady
  • EditoraWarner Bros.
  • Lançamento13 de Outubro 2016
  • PlataformasPS4, PSVR
  • GéneroAventura
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • História pode ser confusa para alguns
  • Falta liberdade de movimentação
  • Duração curta

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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