Análise: Borderlands – The Handsome Collection
Há determinadas séries de jogos que queríamos ver na nova geração de consolas. Borderlands era uma dessas. Não porque esperássemos grandes inovações, mas porque é impossível não nos tornarmos fãs da divertida aventura pelo melhor loot. Borderlands – The Handsome Collection é a derradeira compilação dos dois mais recentes jogos e respectivo DLC completo, em exclusivo para Playstation 4 e Xbox One.
Os dois jogos contidos são Borderlands 2 e Borderlands The Pre-Sequel. Fico triste que não esteja incluído o primeiro Borderlands que foi realmente o que me fez apaixonar pela série. No entanto, esta é uma colecção que pretende contar a história de Handsome Jack, o principal antagonista dos Vault Hunters de Borderlands 2. Assim sendo, o primeiro jogo não faria sentido nesta colecção. Mas, é pena, honestamente.
The Pre-Sequel fala da mutação de Jack, desde o seu aparente acto heróico de salvar Elpis, uma lua do planeta Pandora onde se passam os demais jogos, até se tornar num vilão sedento de poder. Os caçadores de prémios neste jogo são Athena, Nisha, Wilhelm e… Claptrap… Podemos mesmo encarnar o lendário robot, assim como ser inspirados pelas suas constantes piadas.
Lançado antes, Borderlands 2 conta a história dos caçadores Roland, Mordecai, Lilith e Brick, em busca da misteriosa “Guardian Angel”. Pelo caminho, encontram o nosso já conhecido Handsome Jack, agora com as rédeas da Hyperion Corporation e com um ávido desejo de minar Pandora pelos seus recursos naturais.
The Pre Sequel é, quanto a mim, um jogo inferior a Borderlands 2, nascido na sombra do segundo jogo, com pouca originalidade. Sem o factor novidade, este real segundo capítulo intermédio (Borderlands 2 passa assim para terceiro capítulo, estranhamente), adicionou, porém, algumas coisas à jogabilidade mas retomou outras coisas menos positivas. Por exemplo, o tracker de missão a levar-nos, muitas vezes, a locais sem saída e o design de mapas pouco lógico.
Em termos de jogabilidade, os dois jogos são muito semelhantes. Jogos de acção na primeira pessoa (FPS- First Person Shooter), repletos de milhentas armas exóticas que variam de aspecto e performance, não havendo duas iguais no jogo, muito saque para pilhar de cofres, caixas ou corpos de inimigos mortos e muitos locais para explorar. The Pre-Sequel adiciona também o desafio da atmosfera rarefeita, obrigando a procurar oxigénio para respirar, já para não falar da gravidade mais baixa de Elpis que nos permite saltar largas distâncias. De resto, não haverão grandes diferenças em termos de jogabilidade.
Claro que a transição para as novas consolas, trouxe uma melhoria significativa no visual. A arte gráfica de Borderlands sempre apostou em figuras caricaturadas e na texturização em Cell Shading, dando um aspecto de banda-desenhada. Mesmo que ainda hoje tenhamos o célebre problema do motor gráfico Unreal que faz com que ao entrar numa nova zona, todas as texturas fiquem borradas, para subitamente recuperarem definição. A sério… a Epic nunca corrigiu isto, sabe-se lá porquê.
Não é na qualidade de texturas, porém, que vão ver melhorias significativas, mas sim no nível de detalhe e definição, sobejamente superior ao que podíamos encontrar na anterior geração de consolas. Também de assinalar é a melhor resposta visual, aquilo que vulgarmente se chama de “frames por segundo”. A excelente optimização do jogo, permite em muitas ocasiões obter 60fps com resoluções de 1080p, pelo menos na versão que analisámos (Playstation 4).
Além desta melhoria visual, quem gosta de jogar em modo cooperativo, terá nesta colecção uma simpática expansão do modo cooperativo local, de dois para quatro jogadores, em ecrã dividido. Apesar de reduzir a resposta visual para 30 fps, os quatro jogadores podem jogar no mesmo ecrã dividido em quatro e usando quatro comandos diferentes. Com a dimensão actual dos monitores e televisores lá em casa, não haverá grande problema. É uma diversão jogar assim, podendo até usar um só jogo com quatro contas PSN ou Live distintas.
Outra importante adição para esta colecção são todos os DLC dos dois jogos lançados até hoje. Isto inclui novas missões, todas as personagens adicionais (incluindo a bombástica Tiny Tina em Borderlands 2 e o próprio Jack em The Pre-Sequel), todas as arenas de combate adicionais, aumento dos níveis máximos de evolução, além de dezenas de opções de personalização que foram lançados. Estamos a falar, ao todo, de mais de 100 horas totais de conteúdo, isto se apenas contabilizarmos as missões principais.
Podemos transferir de e para as demais versões que tivermos jogado este jogo. Ou seja, podemos ter jogado na Playstation 3 ou Xbox 360 os dois jogos anteriores e transferir esses savegames para jogar na Playstation 4 ou Xbox One e vice-versa. O progresso é constante com uma só carreira. Atenção que apenas é possível fazer na mesma família de consolas.
Tirando os pontos acima, Pandora e Elpis estão virtualmente idênticas aos jogos originais na geração anterior de consolas. A grande diferença pode ser mesmo a falta do factor novidade. Isto traduz-se em muito pouca gente para jogar no modo cooperativo online. Levámos algumas horas até reunir, finalmente, quatro jogadores para assaltarmos uma região mais desafiante. Afinal, quem jogou Borderlands sabe que este é o forte do jogo, o modo cooperativo. Se não tiverem três amigos para ir lá a casa tirar proveito do ecrã dividido, vão depender um pouco da disponibilidade dos jogadores online. Mas, quantas pessoas vão “rejogar” o mesmo enredo?
Veredicto
Repetição é algo que Borderlands merece. Não só as muitas horas de busca por saque, que é sempre algo entusiasmante e viciante, mas também pelas inúmeras linhas de diálogo cómicas e divertidas com personagens fortes e bem concebidas. Há também muito para explorar a pé ou nos veículos providenciados. Os DLC adicionam ainda mais conteúdo para justificar esta revisita. Mas, temos pena que não haja mesmo grande novidade, além do ecrã dividido para quatro jogadores locais. São os dois jogos da série, nem sequer o saudoso Borderlands original, com melhor grafismo. Mesmo assim, é sempre bom revisitar Pandora e Elpis. Nem que seja para dar continuidade ao nosso savegame das versões anteriores!
- ProdutoraGearbox Software
- Editora2K Games
- Lançamento27 de Março 2015
- PlataformasPS4, Xbox One
- GéneroFPS
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Handsome Jack e Claptrap!
- Modo Cooperativo para 4 jogadores
- Remasterização para nova geração de consolas
- Todo o DLC para ambos os jogos num bundle de preço simpático
- Nada de realmente inédito
- Falta o primeiro Borderlands
- Ainda hoje não se resolve o problema das texturas do Unreal Engine
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.