Borderlands-The-Pre-Sequel

Análise: Borderlands The Pre-Sequel

Aquele jogo que passámos horas a jogar com os nossos amigos, cheio de saque e inimigos para matar, permeado de momentos e personagens hilariantes está de volta para… mais do mesmo! Borderlands: The Pre-Sequel, não é bem uma continuação… bom, até é, mas do primeiro jogo, com as novidades do segundo. Confusos?

Logo após os eventos que acompanharam os célebres Vault Hunters no primeiro Borderlands (e antes dos eventos do segundo jogo), The Pre-Sequel é um relato de um de quatro novos aventureiros (Athena, capturada pelos heróis Lilith, Brick e Mordecai), de como ajudaram o insuspeito Jack (mais tarde conhecido por Handsome Jack) e a empresa em ascensão onde trabalha, a Hyperion Corporation, a encontrar um mítico objecto. Isto tudo, antes da revelação da demência de Jack e dos seus desejos de conquista, só revelados no segundo jogo.

Como nos Borderlands anteriores, o enredo serve apenas para colocar alguma lógica na típica acção desmiolada. Não se pode dizer que seja rico em reviravoltas, até porque já sabemos o destino das principais personagens. O forte destes jogos, é a jogabilidade e interacções com as personagens principais e secundárias. De resto, até mesmo a novidade da localização deste novo jogo, que salta do planeta Pandora para a lua Elpis, só muda o palco do que estamos já habituados. Esta localização, porém, adiciona novas mecânicas que já vos explico.

Das quatro novas personagens jogáveis, não podemos deixar de destacar o facto de podermos jogar como Claptrap. O lendário robot com problemas de personalidade e voz irritante, a par de Handsome Jack e os seus diálogos cáusticos, é capaz de ser a melhor personagem deste jogo. Diria mesmo, de toda a série. E podermos jogar na sua pele… quer dizer… no seu metal só aprofunda o meu apreço pelas suas piadas secas e frases profundas. Tem também dos melhores poderes do jogo, sendo capaz de usar o seu próprio corpo como arma de arremesso (isto não tem preço!). Se preferirem jogar com personagens mais sóbrias: A já mencionada Athena, uma gladiadora com um escudo que absorve energia e a devolve aos inimigos de forma destrutiva; Nisha, a pistoleira com capacidade de fazer “lock” nos adversários; E Wilhelm e os seus robots voadores Wolf, este armado com metralhadoras e lança-foguetes e Saint com capacidade de curar o seu dono.

Como nos jogos anteriores, além da personalização de cores da nossa personagem, temos armas exóticas e objectos como peças de escudo ou de capacidade de oxigénio para evoluir o poder de ataque e defesa. Há também uma árvore de evolução das capacidades de cada personagem (acima), aumentando o poder de fogo, dano ou outras características. Regressam também os quiosques para obter armas, munições ou outros consumíveis, estrategicamente colocados antes de uma arena ou num local sem acção. E, sim, Moxxi e os seus… atributos estão de volta! Nada de novo aqui. E ainda bem…

Como já disse, a acção na lua Elpis cria umas novas mecânicas de jogabilidade. Não só temos baixa gravidade que nos permite dar saltos em longas distâncias, como a falta de ar respirável nos obriga a manter um olho atento na quantidade de oxigénio. Felizmente, cada inimigo morto ou cofre aberto revelam, não só munições e upgrades, como garrafas de oxigénio para repor a quantidade. Honestamente, os saltos gigantes até conferem alguns momentos interessantes para passar obstáculos ou subir para zonas elevadas, além de podermos cair em cima dos inimigos com força.

Mas a parte da escassez de oxigénio, é só uma chatice. Temos de encontrar geisers que emanam ar, locais abastecidos com geradores de oxigénio ou andar em veículos com atmosfera para não nos preocuparmos com isto, caso contrário, chega a ser quase desesperante matar ou saquear para… respirar, literalmente. É um pouco anti-rítmico, ainda por cima se algumas áreas que transitamos são virtualmente desérticas ou somos levados para uma zona sem saída na procura de um objectivo.

E este é um dos problemas dos dois jogos anteriores e que este não parece muito preocupado em resolver. Continuam a haver oscilações aborrecidas na acção, alternando entre um encontro demente com adversários desafiantes e as zonas desérticas sem vivalma. Também o mapa e o “tracker” de missões continua irritante, dando localização vaga dos objectivos, muitas vezes obrigando a fazer grandes desvios depois de nos guiar para as tais zonas sem saída. Pior é que as missões também são pouco inspiradas, algumas bastante lineares, mas que nos obrigam a passar pelos mesmos locais vezes sem conta. Arrisco dizer que este Pre-Sequel podia muito bem ser um DLC de Borderlands 2, não fosse a dimensão da história que conta que obriga a umas boas dezenas de horas de jogo, se fizerem tudo o que o jogo oferece.

Falando ainda de como este jogo soa a “mais do mesmo”, o grafismo é exactamente igual ao de Borderlands 2, usando também o Unreal Engine 3. A mesma técnica de cell shading conferindo um aspecto cartoon, as mesmas personagens caricaturadas e as mesmas animações robóticas, passando pelo mesmo tipo de edifícios (desta feita mais pensados em altura com os dotes de salto na baixa gravidade) e até com os mesmos efeitos visuais ou sonoros. É só mesmo o facto da narrativa se passar na lua Elpis que altera visualmente o jogo, com muitas zonas ainda mais coloridas e exóticas. Caso contrário, não iriam notar a diferença.

Claro que, como todos os Borderlands, este jogo tem muito mais piada se for jogado a quatro. O modo cooperativo online regressa e é onde este jogo merece ser jogado. Com estranhos ou amigos, atacar adversários de elevado nível e obter saque mais valioso, é uma tentação que só pode surtir efeito juntando forças. Sobretudo quando terminamos a história principal e somos convidados a fazer um ataque conjunto ao desafiante boss final. Infelizmente, o matchmaking não escolhe personalidades e, por vezes, os jogadores online estão mais interessados em evoluir que a cumprir as missões. É muito normal ficarmos sozinhos a lutar contra inimigos ou então apanharmos missões de dificuldade acrescida para o nosso nível e onde nem damos um passo e já estamos a pedir reanimação. Típico.

Veredicto

O que traz de novo não é propriamente fantástico ou extraordinariamente enriquecedor da experiência Borderlands. Andar aos pulos e a lutar por respirar, apenas altera a forma como esbarramos num muro sem saída, depois do “tracker” nos ter enganado outra vez. A gigantesca colecção de armas, a luta para conseguir o melhor saque e a evolução com os melhores upgrades, continua fantástica, sobretudo se jogarmos com amigos. No entanto, Borderlands The Pre-Sequel soa-nos demasiado ao mesmo, exactamente com o mesmo nível de repetição dos jogos anteriores. Equipa que ganha, neste caso, merecia ser mexida. Mesmo assim, o que mais gostamos nesta série, está lá. E jogar como Claptrap é quase obrigatório!

  • Produtora2K / Gearbox
  • Editora2K Games
  • Lançamento17 de Outubro 2014
  • PlataformasPC, PS3, Xbox 360
  • GéneroFPS
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Novidades não adicionam muito
  • Faltas transitam dos jogos anteriores
  • Repetitivo

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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