Análise – Call of Duty: Black Ops 6
Por mais que tenhamos preferência numa era em particular, Call of Duty só parece verdadeiramente “completo” nas mãos da Treyarch. A prova disso mesmo está na dimensão sem precedentes de Call of Duty: Black Ops 6.
Segundo a Activision, este jogo esteve em produção durante quatro anos, tendo visto até Modern Warfare III ser “apressado” enquanto isso. De facto, no ano passado ficámos todos com a sensação que esta franquia tinha entrado num perigoso momento de apatia geral, em especial com a sua campanha desconjuntada e um online (literalmente) reciclado. Quatro anos, de facto, parece um bom tempo de produção para estes jogos, que precisam de imensa criatividade para entregar algo significativo, assim como muito polimento para não estragar as expectativas gerais. 270 Gigabytes depois (sim, não me enganei) joguei Black Ops 6 exactamente com estas expectativas, porque só podemos exigir muito dos “grandes” e, olhem… não fiquei desapontado!
Antes de mais, uma constatação inevitável. Este é capaz de ser o maior jogo do ano para a Activision e para a Microsoft, como é capaz de ser o maior jogo de sempre para a franquia em si. Isto é porque traz algo assim tão inovador ou transformador? Nem por isso, como irão ver nesta análise. Esta grandiosidade deve-se ao facto de ser o primeiro grande jogo da Activision, um dos seus “colossos” a estrear-se “Day One” no Xbox Game Pass, além das demais plataformas. Estamos certos que este jogo irá bater recordes muito rapidamente, quanto mais não seja pela audiência mais vasta em potencial. Isto não se traduzirá forçosamente em mais vendas, notem, já que o serviço representa uma fracção do preço final em termos de subscrição. Mas, audiência alargada sem dúvida terá.
Contudo, considerando a “desaceleração” do jogo do ano passado, nota-se claramente um maior número de jogadores a aproveitar as várias plataformas e esta subscrição Game Pass nas consolas e no PC. A Microsoft não está aqui para perder dinheiro e estou convicto que Call of Duty será um dos principais trunfos para reaver o seu investimento de quase 69 mil milhões de dólares na compra da Activision. Por isso, nada como um investimento forte e bastante vasto, dando o leme à experiente Treyarch para voltar à “mó de cima”, juntando ainda oito outros estúdios de co-produção, inclusive a co-produtora Raven Software, tão aclamada a criar campanhas a solo. Este é o novo “ponta de lança” desta série e quem vier a seguir, que se cuide.
Embora outros estúdios principais desta franquia usem a fórmula de Campanha + Zombie + Online, há uma produtora que se tornou exímia a juntar tudo num só “bolo” AAA. Tudo bem, Call of Duty sempre foi e sempre será polarizador, havendo sempre que ame e quem odeie a sua oferta, quem goste mais da abordagem mais moderna, mais clássica ou algo ali no meio. Sem dúvida, a sub-série Black Ops é das mais populares e arrisco dizer tem das campanhas mais interessantes nos seus vários modos de jogo. Ainda há dias peguei em Black Ops: Cold War (o quinto desta sub-série) e fiquei novamente deslumbrado pelo seu modo de carreira a solo. E o online ainda estava bem apetrechado de jogadores, talvez descontentes com o “mais do mesmo” de MWIII.
Temos aqui, uma vez mais, um modo de carreira de contornos cinematográficos, com uma produção absolutamente deslumbrante, repleta de qualidade e intenção de contar uma narrativa credível em devidamente empolgante, como os fãs tanto gostam. O modo de zombies pode ser sempre o modo menos desejado dos três mas continua a ser uma oferta cooperativa ilustre, ainda por cima se neste jogo volta um pouco às origens. E é claro que o verdadeiro pelouro da Treyarch, o modo online, é do melhor que encontrarão por aí, refinado por anos de experiência e por uma muito concorrida fase Beta que participei e posso atestar que contribuiu bastante para o polimento final.
Falando da campanha a solo, pode não ser o que mais jogadores atrai nesta série mas tem o seu lugar na oferta tríplice e é, sem qualquer dúvida, uma aposta muito forte da produção todos os anos. Para dizer a verdade, para mim o modo de campanha é o que me faz querer ficar a jogar mais destes jogos, começando por aí para ter o “feeling” do que a acção nos proporciona, para depois apostar nos modos multi-jogador. Nem sempre isto é completamente linear, havendo óbvias diferenças nos dois tipos de acção mas, neste ano, é mesmo uma boa amostragem no que o online pode trazer, inclusive até no que o modo com zombies nos traz.
O ano de 1991 foi, talvez, um dos mais rocambolescos na história moderna. Foi o ano da infame primeira invasão do Iraque pela coligação de aliados liderada pelos EUA, sob pretexto de defender o Kuwait. A campanha durou apenas um mês e meio, com as forças da coligação a pararem a poucos quilómetros da capital Bagdade, só após a rendição do regime de Saddam Hussein. Contudo, como só Call of Duty consegue fazer, há uma história paralela a desenrolar-se em território Iraquiano. Uma missão da CIA leva três operacionais à destruída fronteira com o Kuwait, com o objectivo de extrair um VIP mas acaba por revelar uma trama profunda que envolve uma força misteriosa e hostil, uns tais de “Pantheon”.
No que começa por ser uma simples operação militar, acaba por ser condicionada pelo incontornável Russel Adler que comete uma “loucura” (típico nele) antes de ser preso pela própria CIA. Tudo, porém, faz parte de um seu elaborado plano que pretende revelar que algo sinistro está a acontecer em torno dos eventos mundiais e o tal grupo “Pantheon”. O novo líder do nosso grupo, Troy Marshall, em parceria com o explosivo Frank Woods e outros três operacionais, inclusive nós na pele de um novo “recruta” deste grupo de operações clandestinas, o enigmático William “Case” Calderon, têm uma primeira missão difícil: libertar Adler da prisão de um bunker secreto da CIA. Para isso, o grupo passa a actuar clandestinamente, com uma autêntica “splinter cell” da Agência, tendo a agente Jane Harrow como seu contacto interno.
Obviamente, esta história terá umas quantas reviravoltas, revelando uma grande conspiração interna no governo nos EUA, envolvendo política e muitas histórias paralelas envolvendo crises mundiais, quase sempre fugindo aos “chavões” do momento, numa clara tentativa de criticar sem apontar dedos a ninguém em particular. Além do já mencionado Saddam Hussein, também são usadas outras figuras públicas, como George Bush e o então emergente Senador Bill Clinton, este último até com direito a uma cameo no jogo. Eventualmente, há um inevitável capítulo mais “sobrenatural” quando Case parece ser assolado com uma programação no seu passado e quando Adler saca do seu infame soro para uma sessão de tortura. Enfim, isto é Black Ops e não preciso dizer muito mais.
Ao contrário de Cold War, porém, parece-me que a Raven Software se perdeu um pouco demais com os temas mais, digamos, “dementes” da série. Pela primeira vez, tivemos uma notória abordagem ao modo de zombies num dos níveis desta campanha, que entendo perfeitamente o intuito mas penso que quebra um demais o ritmo óptimo de acção e espionagem que a história estava a proporcionar. De facto, ter missões de infiltração, mistério e disfarces para depois ir parar para uma base subterrânea cheia de, digamos, coisas sobrenaturais, destoa um pouco. Até mesmo a missão final me parece destoar um pouco do conceito geral de Call of Duty… Mas, enfim, não vou obviamente dissertar muito sobre isso, deixando que descubram ao certo o que estou a dizer. Ah! E não percam Mason de vista… Onde é que ele está mesmo?
Não me entendam mal, eu gostei imenso deste modo de carreira. Prefiro toda esta mistura de géneros que ter algo linear e aborrecido como já tivemos no passado nesta franquia. Esta campanha é tudo menos aborrecida, tendo um nível ao gosto de quem gosta mais de filmes de espionagem, um em área aberta para quem prefere algo mais táctico, um perfeitamente linear de infiltração e combate, um numa espécie de modo horde e até um com plataformas onde nem falta o gancho com corda. O melhor de tudo é que o jogo nos deixa abordar cada nível de forma furtiva ou com acção directa, adaptando a oferta ao nosso gosto. Mesmo com os seu “senãos” pouco típicos, esta é uma história fantástica em que consegue cativar até ao último capítulo.
Quando se fala de Call of Duty, é claro que os fãs querem é jogá-lo online. O modo de carreira pode ser fantástico, com uma “vibe” cinematográfica (como sempre teve), um casting impecável de actores, muita emoção misturada com acção algo frenética mas, sozinho, não venderia muitas cópias. Ainda assim, estas 12 missões de abordagens tão diversas, os seus vários elementos peculiares, como a “safe-house” numa enorme mansão ex-KGB que esconde vários enigmas, as conversas profundas com as várias personagens e os vários tipos de abordagem em diferentes níveis de dificuldade, preencheram-me as medidas. Por mais que quisesse mais, as suas sete horas (em média) são a duração perfeita, na dose certa. E ainda há mais para jogar.
Como sempre faço com o online destes jogos, vou falar primeiramente do modo cooperativo com zombies que, para todos os efeitos, continuo a achar que é (ainda) o modo menos interessante da oferta. Estamos muito longe da descoberta e “vício” do nível de bónus do velhinho COD: World At War onde se estreou. Convenhamos que este modo já teve muitos altos e baixos, inclusive nessa abordagem “open world” dos últimos títulos da série que, convenhamos, não fez muitos favores a este modo. Com já disse, a Treyarch preferiu em Black Ops 6 voltar um pouco atrás no tempo, devolvendo-nos algumas “convenções” neste modo que sempre gostámos e que, por qualquer motivo, alguém nos jogos recentes decidiu “esquecer”.
Está de volta a clássica mecânica de níveis lineares com rondas, recuperando o estilo de modo “horde” contra vagas de mortos-vivos gradualmente mais abundantes e difíceis. Temos agora dois mapas diferentes: o diurno Liberty Falls, uma pacata cidade Americana e Terminus passado numa ilha remota das Filipinas. Podem nunca ter gostado deste modo, pelo que, assim sendo, nem deste novo capítulo gostarão dele. Contudo, se gostaram das primeiras abordagens nos clássicos, estou certo que gostarão deste retrocesso às origens. Muitos dos conceitos deste modo em Black Ops 6 são claras chamadas à nostalgia, num momento em que o modo era bastante popular.
A história pega nos eventos da Dark Aether, começados no anterior Cold War, agora cerca de cinco anos depois, obviamente avançando no tempo até 1991. O infame director da Requiem e traidor de todos, Richtofen está de volta com uma vingança e o Dr. William Peck precisa reunir uma equipa para salvar o mundo. Para isso, une-se à contrabandista Maya Aguinaldo para salvar os nossos conhecidos exterminadores de zombies, o ex-agente da CIA Grigori Weaver, a cientista ex-Requiem Elizabeth Grey e o ex-militar em busca de redenção Mac Carver. O seu destino é Liberty Falls onde os seres desmiolados surgiram, provavelmente controlados pela nossa conhecida Samantha.
Em termos de jogabilidade, esperem a mesma fórmula dos jogos originais, nos tais níveis lineares que vamos abordando em várias rondas com hordas de zombies em sequência. Temos cerca de 100 níveis de progressão no sistema de evolução Augment para ir melhorando armas, perks e outros bónus. Temos também um regresso (algo dispensável, diria) das infames máquinas de GobbleGums, aquelas que contém power-ups e modificadores especiais mas que nem sempre produzem os que nós queremos, dando uma certa aleatoriedade que nem sempre funciona muito bem. São como “wild-cards” da jogabilidade, introduzidas em Black Ops III que, quanto a mim, não deixaram tantas saudades assim, ao ponto de serem ressuscitadas.
De um modo geral, esta acção cooperativa com zombies volta assim à sua jogabilidade original, contendo umas nuances evoluídas em títulos anteriores para não lhe chamar propriamente de “reedição”. Confesso que não perdi muito tempo neste modo, preferido jogar primeiro a campanha e saltando quase logo de seguida para os modos competitivos. Penso que este modo terá a sua audiência e acredito ser bastante divertido com amigos. Contudo, no meu grupo de amigos, encontramo-nos sempre para jogar nos lobbies competitivos e divertimo-nos na mesma. Contam-se pelos dedos das mãos que alguém neste meu grupo ao longo dos vários CoD tenha dito: “vamos aos zombies?”.
Quando saltamos para os lobbies multi-jogador, porém, estamos de volta ao ritmo de sempre, onde a série parece nunca esmorecer. A fase de testes Beta que antecedeu o lançamento já nos tinha preparado para estes modos competitivos, com muitos modos diferentes para todos os gostos. Depois de uma tentativa de dar “peso” à acção na série Modern Warfare, fica bem claro que os criativos da Treyarch (e da Raven) tinham outras ideias. Se bem se recordam, esta foi mesmo a produtora que, em tempos, nos levou a fazer parkour e a escalar paredes, pelo que para esta malta, o foco é claramente o movimento dos jogadores.
E este é, sem dúvida, o maior dos elogios aos modos online, que também permeia os demais modos de carreira a solo ou zombies, mas brilha claramente nos modos competitivos: o “omnimovement” é genial. Obviamente, envolve muito treino e tentativa/erro que, estou certo, frustrará muitos jogadores. Entendo que muitos achem que escorregar pelo chão ou mergulhar a disparar seja frustrante para uns quantos jogadores mais lentos ou que a capacidade de disparar em ângulos difíceis crie situações injustas. Contudo, isto é mesmo só uma questão de adquirir o vulgar “kit de unhas” para dominar os confrontos.
Infelizmente, como contraste para o advento do potencial deste “omnimovement”, os infames “campistas” também encontraram no maior movimento enquanto deitados um trunfo para a sua actividade mais “relaxada” de rastejar pelo chão. Obviamente, isto não é só uma crítica ao movimento em si, é mais para os próprios jogadores que usam e abusam dele. Nem todos os jogadores são “malabaristas” exímios, como nem todos são “rastejantes” de emboscada. Contudo, esta é fórmula encontrada pela produção que, parece-me, precisa de um balanceamento urgente. Isto leva-me a um pequeno reparo para os jogadores de consola: cuidado com os jogadores de PC via cross-play porque me parece que, desta vez, vocês estão em desvantagem.
Para disputarmos os famosos modos competitivos, temos 16 mapas novos, não reciclados como em MWIII, com imensa variedade de cenários, maioritariamente extraídos das missões da campanha. Destes mapas, 12 são destinados aos modos tradicionais 6vs6, envolvendo, quase sempre, a fórmula clássica de linearidade com afunilamentos e zonas abertas, tendo ainda 4 dedicados às partidas 2v2 ou 6vs6 do modo Strike. Gostarão de saber que estão de volta os loadouts que permitem personalizar as armas, equipamento e perks ao vosso gosto, transversais entre os vários modos de jogo e também regressam os níveis Prestige (10 ao todo), só mesmo para os mais dedicados.
De um modo geral, toda a acção parece fresca e motivante para jogar mais. Penso que é tudo uma questão de gosto, em particular por causa do já mencionado “Omnimovement” mas, ainda assim, acho que há acção para todos, dedicados ou casuais, desde que os lobbies sejam devidamente compostos. O esforço da produção foi claramente de criar algo novo, nada de reciclagem ou repetição. É claro que nem tudo é perfeito, notando que é preciso uma certa optimização adicional para algumas armas e mecânicas. Pelo menos foram removidos os escudos metálicos que tornavam os seus utilizadores invulneráveis a quase tudo durante a Beta. Uma das várias evidências que a produção esteve (mesmo) atenta ao feedback dos participantes.
Como nota final geral, falemos da componente técnica. Visualmente este é mais um óptimo jogo para tirar pleno proveito do vosso hardware, em particular o já elogiado modo de campanha a solo, extremamente cinematográfico, por vezes a roçar um filme de animação nas suas cenas intermédias, com alguns momentos a roçar um realismo irrepreensível. Os grandes planos faciais demonstram uma atenção ao detalhe inigualável numa notória produção milionária, com um óptimo casting de actores e muita tecnologia de ponta para extrair as suas prestações. O mesmo nível de qualidade é apresentado nos demais modos online, denotando uma enorme atenção à qualidade e ao detalhe.
Infelizmente, nem tudo correu bem no plano técnico a jogar online. Jogando na versão PC, não posso dizer que o computador que usei fosse de topo mas estava bem acima do recomendado e, mesmo assim, a jogar os modos competitivos tive de baixar muita da qualidade geral para obter rácios de fotogramas que não comprometessem a performance. Não posso ter isto como um ponto negativo, notem, porque é bem possível que simplesmente precisasse de alguma optimização nas opções. Contudo, cerca de 20 minutos a compilar shaders e uma actualização de drivers da Nvidia não me deram reais melhorias, em particular com alguns elementos mais avançados do visual ligados.
Também é preciso recordar que este foi o primeiro fim-de-semana do jogo e é possível que sejam precisas mais algumas actualizações com vista a estabilizar tudo. Tive alguns ligeiros problemas de latências a jogar online, nada realmente preocupante mas foi bastante notório que o netcode ainda não está “lá”. Por outro lado, notei que se perdesse ligação à internet perdia acesso ao jogo, inclusive ao modo de campanha a solo, algo que será fruto desta era de “ligação permanente online”. Todavia, tenho de enaltecer a grande qualidade geral da sua concepção, inclusive do novo interface da aplicação/launcher Call of Duty, bastante mais suave.
Veredicto
Não sendo propriamente assim tão inovador quanto isso, Call of Duty: Black Ops 6 é, pelo menos, a mesma oferta sólida de sempre, não desapontando os fãs da série, dando-lhes tudo o que pedem a cada novo capítulo. Contudo, é injusto dizer que é “simplesmente melhor que Modern Warfare III”. Tem um modo de carreira impecável, cheio de acção e uma história muito interessante e os modos multi-jogador dentro do mesmo “vício” de sempre, agora bastante mais dinâmico e potencialmente frenético, graças ao “omnimovement” e ainda incluindo um modo cooperativo com zombies que retrocede para algo mais familiar. Se os jogos anteriores pareciam “velocidade cruzeiro” para a franquia, este é, de facto, uma aceleração bem vinda, num bom regresso à boa forma.
- ProdutoraTreyarch/Raven Software
- EditoraActivision
- Lançamento25 de Outubro 2024
- PlataformasPC, PS5, Xbox Series X|S
- GéneroAcção
Óptimo, aconselhamos a apreciar ao máximo.
Mais sobre a nossa pontuação- História e desenlaces da campanha a solo
- Elevada produção visual para o "espectáculo"
- Modos competitivos continuam fantásticos
- Regresso às origens do modo com zombies
- Pequenas questões de polimento geral
- "Omnimovement" não é para todos
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.