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Análise: Call of Duty: Modern Warfare Remastered (Parte 2)

Na altura em que Call of Duty 4: Modern Warfare foi lançado, o mundo rendeu-se aos seus inovadores modos online. Na altura, a Infinity Ward trouxe tantas novidades aos shooters online, que todos os outros só puderam imitar. Call of Duty: Modern Warfare Remastered traz-nos finalmente esta acção de volta, quase um mês depois do modo de campanha.

Leiam aqui a primeira parte da nossa análise que inclui o modo de campanha a solo.

Nos dias que correm, há muitas reedições e remasterizações de jogos. Afinal, é sempre muito menos dispendioso e moroso revisitar um jogo que criá-lo de raiz. Se a fórmula funcionou no seu lançamento original, não há razões para não funcionar agora, certo? Há um risco premente de se modificar demais o original, ofendendo os veteranos ou mexer muito pouco nas mecânicas, desagradando os recém-chegados. E isto é muito mais evidente na série Call of Duty, tão irreconhecível que está comparando-a com os seus primórdios. Entendo que nem todos os jogadores irão gostar desta remasterização, tanto os que já conheciam e jogavam o original, como os que o vão adquirir pela sua “novidade”. Tentativas de agradar a todos, nem sempre funcionam como o desejado.

Lá em 2007, os shooters online não eram muito exigentes. Não se trepavam paredes, não haviam naves pelo ar, nem sequer haviam miras de infra-vermelhos ou algo assim futurista. Eram tempos mais simples que obrigavam a mais engenho limitado por mecânicas simplistas. Talvez por isso, este e outros jogos do seu tempo, ficam gravados na nossa memória como “perfeitos”, simplesmente porque cumpriam e davam imensas horas de diversão. É por esta razão que revisitá-los é, quase sempre, uma mistura de satisfação e desapontamento. Ficamos realmente satisfeitos de recordar mapas e momentos icónicos, mas desapontados porque, afinal, nada daquilo era realmente “perfeito”.

Muito do que hoje temos como dado adquirido neste género, nasceu deste título na sua versão original. Com isso em mente, manter os aspectos clássicos do jogo era essencial. Havia algum receio que a Raven Software não honrasse bem o jogo original por incluir elementos modernizados com base na evolução da série. Afinal, tinham modernizado todo o visual do jogo, reeditando modelos, texturas e outro conteúdo, além de criar novos menús e trabalhar na interacção. Felizmente, ficou logo claro no modo campanha que as alterações pareciam apenas cosméticas e não tanto das dinâmicas de jogo. Restava comprovar essa ideia quando a componente online fosse lançada em conjunto com o jogo Call of Duty: Inifinite Warfare. E aqui está ele.

A nível de oferta, além da já mencionada melhoria visual a todos os níveis, com texturas, efeitos visuais e outros pormenores que o colocam bem próximo de outros outros modernos, esperem muito do conteúdo clássico contido no jogo de 2007. Temos uma selecção de 10 dos melhores mapas contidos no jogo original e que tantas saudades nos deram. Clássicos como “Crash”, “Backlot”, “Overgrown” ou “Crossfire”, além de todas as armas e equipamento originais, sem esquecer as facções que nos recordamos tão bem.

E lembram-se dos infames “killstreaks”? Estão lá! A cada conjunto de 3, 5 ou 7 mortes, há um bónus especial activável em jogo. O primeiro é um radar activo que marca os adversários no mapa, depois há um ataque aéreo de aviões que largam bombas e por fim um temível e implacável helicóptero que não dá tréguas a qualquer adversário que encontre. Este tipo de bónus ainda hoje é usado na série e em muitos jogos do género. A diferença é que não podíamos escolher qual o bónus e a quantas mortes activávamos o bónus.

Também estão de volta os lendários perks que nos permitem escolher três bónus passivos de três géneros diferentes. Um permite levar munições adicionais, outro permite escolher um lança-foguetes portátil, aumento de danos das balas ou até o famosos “martyrdom” que permite largar uma granada de cada vez que morremos surpreendendo o adversário. Estes perks estavam muito longe dos que hoje surgem na série. Alguns eram demasiado injustos, outros era quase inúteis. Também aqui a Raven dicidiu não fazer qualquer alteração.

Também é de notar que todos os desafios (challenges) originais estão presentes, permitindo desbloquear banners especiais, símbolos e até novas camuflagens raras para as armas. Além disso, esperem o mesmo género de evolução que vos oferece novidades. Para criar o vosso próprio loadout, por exemplo, terão esperar por atingir o nível 4. Há toda uma série de incentivos a jogar, nem que seja para ter acesso a todas as armas e equipamento. E para os mais dedicados, não há nada que afirme mais essa dedicação que activar o modo Prestige que vos faz iniciar o progresso todo do zero, dando um novo rank especial.

Com isto tudo em mente, será que a experiência é exactamente igual ao que se lembram de 2007? Sim é. Tirando as óbvias diferenças visuais e alguns modos de jogo modernos (como Kill Confirmed, por exemplo), tudo está exactamente igual em termos de jogabildiade, mecânicas e até erros e bugs do jogo original, alguns até assumidos por parte da produção. Então, será que esta jogabilidade clássica sobrevive à corrente do tempo? Será que estamos todos dispostos a regressar às mecânicas simplificadas e limitadas deste jogo? Ou, por causa dos jogos modernos e dos seus “vícios”, Modern Warfare Remastered sente o peso da idade?

É uma resposta difícil de dar. Por um lado, gostei de regressar a toda a acção frenética e quase mecânica dos mapas por vezes claustrofóbicos, com intensa acção em espaços confinados, contrastando com os espaços abertos a convidar o tiro furtivo. Por outro lado, não gostei dos pulos, dos “drop shots” e dos “no scope”. Sobretudo se jogarem online noutros títulos, irão notar que o “género” Call of Duty está muito diferente, mais virado para a acrobacia que para a destreza com armas. Esta série nunca teve intenção de ser um simulador de combate, é certo. Contudo, alguns momentos recordam mais os clássicos de arcada que um jogo de acção.

Notem que toda a dinâmica usada e explorada pelos jogadores que, eventualmente, acabam no topo da tabela faz parte do jogo, não é nenhuma batota. É como alguém criticar o uso das infames caçadeiras em espaços confinados. É injusto? Talvez. Mas, se pertence ao jogo, porque não usar? No entanto, este é o melhor exemplo de como o universo desta série mudou tanto ao longo dos anos. Se noutros jogos recentes temos saltos duplos, paredes para trepar e outras muletas de jogabilidade, tudo se transporta para qualquer outro título que surja, inclusive um clássico como este. Essas interacções propriamente ditas não estão lá, mas os vícios estão.

Por outro lado, graças ao matchmaking que não quer saber do nível dos jogadores misturando novatos com veteranos, o abismo de performance é assinalável. Não me recordo de haver tantos desequilíbrios entre níveis de jogadores, contando na altura a experiência e o conhecimento do mapa e das armas, que propriamente a destreza em carregar em botões no momento certo para dar saltos ou agachar. Não diria que os jogadores em si estragaram a minha experiência online de Modern Warfare Remastered. Diria que eu é que não me adapto a jogar assim. Poderão dizer que é uma questão de se treinar mais. E eu concordo, claro. No entanto, é preciso ter em conta que nem todos procuram este tipo de dinâmica num jogo de combate na primeira pessoa. E Call of Duty não era assim em 2007, garantidamente.

Veredicto do Modo Multi-jogador

Não esperava dizer isto, mas a componente que mais aguardava de Call of Duty: Modern Warfare Remastered, foi também a que mais me desapontou. Não tem nada a ver com o excelente trabalho técnico da produtora Raven Software que soube honrar muito bem o trabalho original da Infinity Ward. Graficamente exemplar, em toda a sua glória remasterizada, mantendo tudo o que gostámos de jogar no original! O que há de errado nisto? Nada! Já o modo de campanha nos trouxe imensa satisfação à nossa nostalgia. O problema reside na forma como a série Call of Duty evoluiu. Ou seja, “o problema não és tu, Modern Warfare Remastered, o problema sou eu…”

  • ProdutoraInfinity Ward / Raven Software
  • EditoraActivision
  • Lançamento4 de Novembro 2016
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroAcção
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Matchmaking ignora níveis de jogadores
  • Alguns erros e bugs do original continuam
  • Evolução da jogabilidade da série no seu todo

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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