Análise: Castlevania: Mirror of Fate
Castlevania é provavelmente o franchise mais querido da Konami, já conta com 26 anos de existência e continua a dar que falar. Em Lords of Shadow, por exemplo, deu que falar mas não pelas melhores razões. O jogo foi muito criticado por optar por uma abordagem muito “God of War” e por deixar de lado o género carinhosamente apadrinhado pelos fãs como Metroidvania. Com Mirror of Fate, a MercurySteam volta com um jogo numa perspectiva mais familiar e com imensas referências aos antigos Castlevania num exclusivo para a Nintendo 3DS que serve de ponte entre os acontecimentos de Lord of Shadows e a sua sequela agendada já para este ano.
A história de Mirror of Fate coloca-nos 25 anos depois dos acontecimentos de Lord of Shadows, onde Gabriel Belmont sacrificou a sua humanidade para pôr um travão na ameaça conhecida como “The Forgotten one”. Depois do seu sacrifício, a Brotherhood of Light criou e treinou em segredo o seu filho Trevor até que ele descobriu, eventualmente, a verdade sobre o seu pai e decidiu confrontá-lo no antigo castelo de Bernhard e vingar a morte da sua mãe. A história é contada através de vídeos em cel-shading e até é agradável, mas um pouco esfarrapada. Muitas das reviravoltas podem ser descobertas antes do tempo o que estraga um pouco a surpresa do jogo.
Pela primeira vez num jogo Castlevania, é possível controlar quatro personagens diferentes. Gabriel Belmont, o protagonista de Lord of Shadows, é jogável apenas no prólogo e serve como um tutorial para todas as chicotadas que vamos dar nas criaturas de Drácula. Trevor e Simon Belmont juntamente com Alucard, preenchem o resto do grupo e são jogáveis em diferentes períodos temporais explicando como as suas vidas se interligam enquanto tentam derrotar o Drácula.
As personagens surgem em locais pré-determinados do jogo e apesar de serem muito semelhantes em termos de jogabilidade, são também únicas. O que quero dizer com isto é que os movimentos básicos são exactamente iguais, mas cada um tem as suas próprias armas e habilidades. Simon consegue atirar machados, Alucard transforma-se em lobo e respira debaixo de água e Trevor, tal como em Bloodlines, consegue usar o seu chicote para balançar entre dois pontos e chegar a locais mais distantes.
Por muito divertida que a história possa ser, é na jogabilidade que Castlevania se destaca. Graficamente o jogo usa a perspectiva bidimensional com um efeito de profundidade em 3D, dando a sensação que os cenários são muito maiores do que aparentam. O sistema de luta é o mesmo de Lord of Shadows com ataques precisos e amplos, não esquecendo as defesas e o uso de sub-armas. Para complementar os gráficos e a acção temos uma orquestra com músicas atmosféricas bastante boas, no entanto não estão ao nível dos jogos anteriores e acabam por se tornar repetitivas ao longo das 10 horas de jogo. Em termos de dificuldade, este Castlevania é sem qualquer sombra de dúvida mais fácil que os anteriores onde ficávamos capazes de arrancar os nossos próprios cabelos. Aqui, as mortes não são sentidas como um castigo, ao morrer somos imediatamente ressuscitados num checkpoint muito próximo com toda a vida preenchida e podemos repetir vezes sem conta, porque os “continues” são ilimitados.
Veredicto
Enquanto jogava este Castlevania, dei por mim a relembrar a minha infância, enquanto passava horas com o comando da NES na mão a tentar derrotar o Drácula com o Trevor Belmont, muito devido à perspectiva bidimensional e à jogabilidade de Mirror of Fate que consegue aproximar-se muito dos originais. O efeito de profundidade em 3D fornece-lhe um toque moderno muito bem vindo. Não é o jogo mais brilhante da portátil da Nintendo, mas é um must-have para os fãs da série.
- ProdutoraMercurySteam
- EditoraKonami
- Lançamento8 de Março 2013
- Plataformas
- GéneroAcção
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Gráficos e efeito profundidade
- Sistema de luta
- Referências aos jogos anteriores
- Música repetitiva
- História previsível
- Demasiado fácil
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.