Análise: Cities: Skylines – Snowfall

A segunda expansão para o jogo de construção e gestão de cidades, traz neve e todos os desafios associados. Com esta expansão, chega também uma actualização que adiciona meteorologia cosmética. Será que Cities: Skylines – Snowfall era o conteúdo que faltava?

Já quando analisámos a primeira expansão After Dark mencionámos que a meteorologia estava a faltar. Com os ciclos de dia e noite e outras novidades, porém, essa primeira expansão colocou Cities: Skylines no caminho certo para se afirmar como o jogo definitivo do seu género. Com este novo pacote Snowfall, a produtora Colossal Order leva os mapas para ambientes invernosos com neve e muito frio para gerir os destinos da nossa metrópole. Poderá parecer uma fraca adição, mas além de se fazer acompanhar de uma actualização gratuita que adiciona meteorologia dinâmica, coloca novos desafios, sobretudo ao nível de infraestruturas.

Para podermos experimentar as novidades desta expansão, temos três novos mapas dedicados ao tema da neve. Também podemos escolher este tema (ou podemos criar um novo tema com o novo editor de temas), de modo a construir novos mapas no seu já conhecido robusto editor. Depois de escolhermos uma região para arrancar, há que iniciar a construção de estradas e loteamentos para residência, comércio, indústria e escritórios de modo a chamar cidadãos e ir aumentando a nossa área metropolitana de forma suportada. Tudo isto com uma boa rede de transportes e serviços para melhor servir os cidadãos. Até aqui não há nada de novo. O problema é que, apesar da meteorologia em si ser puramente cosmética, a neve em si não é, sobretudo a que se acumula no chão. E depois temos toda a gente a tremer de frio. O que fazer?

Nesta expansão passamos a ter de gerir a acumulação de neve nas estradas. Para isso, temos novos edifícios com gestão de limpa-neves que irão percorrer as estradas limpando-as. Caso contrário, o tráfego para e a cidade estagna. E o que fazer à neve recolhida? Novos lote para armazenar neve em excesso, um pouco como as lixeiras, estão disponíveis e devem ser colocados estrategicamente. Claro que como Presidente de Câmara, convém adoptar novas leis que obriguem ao uso de correntes nos automóveis para evitar acidentes. Mas e o acumulo de neve não chatear, o frio vai fazer a diferença.

Agora, poderão equipar as canalizações de água com novas tubagens para aquecimento. Estas são alimentadas por estações geotermais ou simples centrais de caldeira (atenção que estas parecem pegar fogo com facilidade). Ou colocam novas tubagens de água e esgotos ou fazem upgrade às tubagens já existentes, de uma forma ou de outra, o aquecimento está associado à distribuição de água. Sem este aquecimento, sobretudo quando as temperaturas baixam muito (temos um novo termómetro na barra de ferramentas), os nossos cidadãos abandonam a cidade, mesmo que tenham apoiado o projecto para instalar isolamento térmico em todos os edifícios.

Mas isso só não chega para satisfazer os cidadãos. Como sempre, é preciso dar-lhes escolas, hospitais, polícia, bombeiros, locais de trabalho e… entretenimento. Com a neve, chegam novos desportos e actividades de inverno. Desde pistas com motas de neve, colinas para esqui, ringues de patinagem no gelo, há diversos novos espaços de entretenimento para colocar sorrisos nas caras dos cidadãos. Os edifícios que mais serão apreciados, curiosamente, são as saunas que até possuem fins terapêuticos e funcionam para ajudar na taxa de saúde da cidade.

Tudo isto adiciona, de facto, mais variáveis a um jogo já algo complexo. Criar uma cidade estável e com um crescimento sustentável continua a ser complicado. Se por um lado a neve traz novas formas de gastar dinheiro do erário público, por outro… a neve nunca desaparece. Quando desbloquearem o Pai Natal que vai circular pela cidade constantemente, vão entender o que digo. É sempre inverno em toda a região, não há estações do ano, a neve não derrete e as estruturas existentes são permanentes.

Seria óptimo, por exemplo haverem estações do ano definidas ou então que a neve pudesse ser reservada para terras mais altas. Isto porque todos as infraestruturas do jogo, inclusive as zonas de praia que foram introduzidas no passado, continuam disponíveis. Mas ninguém vai andar de jetski no inverno e muito menos dar uns banhos nas águas geladas de uma praia com neve em vez de areia. Falta aqui alguma dinâmica na formação de neve e gelo. E essa dinâmica até traria outros novos desafios.

Uma novidade em Snowfall que tem tanto de positivo como de negativo são os novos eléctricos. Sim, é mais uma forma de transporte a adicionar aos autocarros, taxis, navios, comboios, metro e aviões. Só que para os eléctricos se locomoverem, é preciso adicionar linhas nas estradas e isso traduz-se em mais despesas e alterações na circulação. Não creio que fizessem falta na rede de transportes e confesso que não usei muito este novo meio. Até porque funcionam de forma muito semelhante aos autocarros com o mesmo método de criação de circuitos com paragens.

E se são como eu e usam bastantes mods para expandir este jogo, estamos a braços com mais uma variante visual e funcional. Tal como em After Dark os edifícios e objectos de mods não funcionaram correctamente, nesse caso porque precisavam de uma variante de iluminação nocturna. Agora precisam simular a neve e possuir lógica de isolamento térmico e aquecimento. É bem possível que os mods que possuam actualmente não funcionem nos primeiros dias e precisem de uma actualização em breve.

Veredicto

Snowfall é uma interessante adição para expandir Cities: Skylines, dando ainda mais variantes na construção e gestão da cidade, mas também adiciona mais dores de cabeça. É pena que não existam Estações do Ano ou, pelo menos, a possibilidade de criar zonas dedicadas à neve, ao invés de termos mapas inteiros e permanentemente nevados. Há muito que pedíamos meteorologia neste jogo, a Colossal Order envia-nos neve (além da chuva da actualização gratuita). Com um café quente, pantufas e aquecimento central, apreciem o nevão lá fora… ou então, sauna! Bom… é melhor não.