Análise: Cities: Skylines – After Dark
Há alguns anos, SimCity era o rei incontestável da construção e gestão de cidades. Nada mais rivalizava com o jogo da Maxis. Alguns anos depois, com a EA a deitar por terra essa série de culto, Cities: Skylines pode muito bem ser o que todos os fãs de SimCity queriam e a nova expansão, After Dark, parece consolidar essa ideia.
Sendo um fã dos jogos de construção e gestão de cidades, não podia deixar de experimentar Cities: Skylines. Com a desilusão de SimCity e com algumas alternativas pelo meio, como Cities XL e XXL, encontrei em Skylines o jogo “quase” perfeito que procurava no género. Na altura do seu lançamento, este jogo teve alguns problemas técnicos que nos impediram de obter a melhor experiência. Agora maduro, recebe uma expansão que, apesar de poder já ter estado no jogo original, até serve para o revitalizar.
Quando o sol se põe, as cidades mudam. A azáfama do dia dá lugar à paz aparente, mas a gestão de uma cidade não pára. É com esta premissa que a primeira expansão para Cities Skylines chega, dando lugar a um novo ciclo de dia e noite. Essa é a verdadeira adição ao jogo, todo um novo visual nocturno com iluminação dinâmica, onde nem faltam os faróis dos veículos, ou os néons coloridos. O ciclo também cria sombras dinâmicas que vão alterando com a posição do sol, criando bonitos pores-do-sol, dignos das melhores fotografias. Isto acrescenta outra dimensão e outra vida às cidades.
O jogo, já por si, era enorme, com muitas horas de construção do “país” perfeito, por meio do seu robusto modo de construção de terreno. Também era já possível construir as nossas próprias casas ou edifícios personalizados. A jogabilidade principal, a tal criação da cidade, possui inúmeras opções que ficam ainda maiores com o acesso à comunidade e à sua criatividade no Steam Workshop. E com tantos conteúdos gratuitos nessa comunidade, podemos criar cidades absolutamente fantásticas e até replicar alguns locais famosos, como Londres, por exemplo.
Com esta expansão, ficamos com mais escolhas quanto ao uso de áreas comerciais, algo ambíguas até agora. Um bom exemplo é ser possível tornar um espaço numa área turística, estrategicamente colocada ao lado de um hotel para atrair esses turistas. Outra novidade é que agora é possível tornar espaços comerciais em clubes nocturnos, como discotecas ou outros espaços de lazer como restaurantes, por exemplo. Esses espaços são frequentados à noite e podem alterar o rendimento de toda uma cidade. Há também novos espaços e serviços de transporte dentro da cidade, que incluem transporte de prisioneiros das esquadras para as novas prisões, o aeroporto internacional para entrada de turismo e encher hotéis, novos espaços comerciais ligados às praias e até táxis para melhor servir os cidadãos e turistas.
É de assinalar, no entanto, que ao contrário do velhinho SimCity, continuamos a não ter catástrofes opcionais. Não é que isso seja um real ponto negativo, mas sempre era uma opção de jogabilidade variável interessante. Como lidar com um tsunami? Como reconstruir uma cidade depois de um tornado? Eram momentos interessantes e opcionais para quando já estávamos aborrecidos, algo que pode ocorrer rapidamente, sobretudo quando temos uma cidade consolidada e lucrativa.
Também apreciava meteorologia. Gostaria que a produtora Colossal Order pudesse pensar num forma de adicionar chuva, neve ou tempestades. O jogo possui uma excelente simulação de água e seria interessante ver o escoamento de águas pluviais ou como a cidade se precavia de tempestades, por exemplo. Uma próxima expansão? Veremos. Entretanto, já há algumas ideias para mods no Workshop para tentar inserir essa interessante variável de forma não-oficial.
Veredicto
Esta expansão Cities: Skylines – After Dark acaba por ser o passo lógico em termos de conteúdo. Ciclo de dia e noite é o grande destaque, mas os novos serviços ampliam o interesse em jogar. É discutível se devia ser paga ou incluída no jogo final. No entanto, é de assinalar que estão envolvidas muitas horas de programação nestes novos conteúdos e no novo grafismo, sendo lógico que se pague para que o jogo continue a evoluir. Com um preço na ordem dos 15€, porém, acho-o um pouco elevado para o que oferece em troca. Mesmo assim, se o jogo já valia bastante a pena para os Presidentes de Câmara caseiros, esta expansão é quase obrigatória pelo que acrescenta.
- ProdutoraColossal Order
- EditoraParadox Interactive
- Lançamento24 de Setembro 2015
- PlataformasPC
- GéneroEstratégia
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Momentos fantásticos da iluminação nocturna
- Novo aproveitamento de espaços comerciais
- A comunidade sempre a surpreender no Workshop
- Ter de pagar pelo que já devia estar incluído no jogo inicial
- Preço algo elevado
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.