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Análise – Danger Zone 2

O primeiro jogo foi para mim uma espécie de showcase de um conceito. Na altura, disse que esse foi um “um ensaio a preço simpático” da Three Fields Entertainment. Será que o potencial da produtora é finalmente atingido com Danger Zone 2?

Recordo, uma vez mais, que uma parte da equipa de produção deste jogo participou na criação da famosa série Burnout. E, sim, este é mais um jogo com essa premissa de nos trazer o lendário Crash Mode dessa mítica série. Se o primeiro Danger Zone foi tão simplista, quase como um embrião do que nos poderia chegar mais tarde, cerca de um ano depois, Danger Zone 2 quer apenas aprimorar esse conceito. Conduzir a alta velocidade para o maior embate com danos avultados e o maior espectáculo visual possível. Agora maior, com grafismo mais elaborado e físicas mais realistas. É melhor meterem os cintos de segurança, porque já sabem como isto vai acabar…

Continuo a achar que só isto não constrói um jogo. Tudo bem, o preço é simpático (cerca de 17€ no Steam) e serve para aguçar o apetite de algo maior no horizonte. Mas, é bom que a Three Fields não perca o fio à meada. Com o anúncio de Dangerous Driving, fiquei um pouco mais entusiasmado com os planos da produtora, mas esse outro título ainda não está cá fora. E este novo Danger Zone 2 também não é muito diferente do primeiro jogo, para dizer a verdade. As principais diferenças são claramente cosméticas e as demais visam dar um pouco mais de desafio e longevidade ao conceito. De resto, é o mesmíssimo jogo.

Continuamos a conduzir um veículo a alta velocidade contra outros veículos em diversas pistas pré-concebidas. Desta feita, o ambiente deixa de ser aquele gigantesco centro de ensaios subterrâneo com pistas improvisadas, passando a ter pistas e estradas em campo aberto, obviamente limitadas para a nossa acção. O objectivo de cada nova secção é conduzir a alta velocidade para criar um impacto contra outros carros, criando o maior número de acidentes e danos possíveis. E ainda temos o “smashbreaker” que permite uma explosão adicional para criar ainda mais danos. Esses acidentes e danos geram uma pontuação que nos eleva nos quadros de pontuação mundial com prémios bronze, prata, ouro e platina. Enfim, praticamente igual.

Contudo, há algumas variantes interessantes neste segundo título. Como já disse, já não estamos numa base subterrânea, mas em estradas e autoestradas à superfície. Isto torna o jogo bem mais interessante a nível visual, possibilitando ambientes um pouco mais diversificados e animados. O visual, de facto, está bastante melhor, apostando também em novos veículos, alguns muito mais velozes e com um design bem futurista. Não é, propriamente, uma representação visual realista mas há, sem dúvida, um passo em frente na sua qualidade, até mesmo na simulação de partículas e efeitos visuais realistas.

Outra importante novidade é o percurso que fazemos até ao “acidente”. Agora temos uma estrada para percorrer até à zona de impacto, repleta de tráfego e com alguns cruzamentos e curvas pelo caminho. O objectivo é, não só criar velocidade, como também cumprir algumas desafios até ao acidente em si. Podemos ter de usar “nitro” em cadeia ou provocar acidentes entre outros veículos, por exemplo. Tudo conta para a pontuação final que nos eleva no tal quadro de pontuação mundial. Não é propriamente uma adição que melhore substancialmente o jogo, mas tudo ajuda a dar-lhe mais conteúdo, obviamente.

A condução também teve uma pequena revisão geral. Continuamos a conduzir apenas na terceira pessoa e os veículos continuam a não ser licenciados. Contudo, há uma maior variedade, entre desportivos, camiões e até carros de fórmula para aumentar a dose de adrenalina. Cada veículo possui um comportamento e velocidade diferentes, obrigando a uma certa dose de hábito. Há veículos mais propensos a drifting, outros mais dados a velocidades “balísticas”. Mas, tenham cuidado com paredes ou camiões em contra-mão que, curiosamente, vos eliminam. É uma lógica algo “anti-jogo”, diria.

Estas adições são claros vislumbres do tal “Burnout-like” que a Three Fields estará a construir. É como se fossemos convidados para participar no processo de criação de um jogo em vários estágios, dando-nos um pequeno pedaço da jogabilidade para entreter de cada vez. Contudo, continua a ser uma oferta algo limitada. Temos apenas 20 níveis para abordar e, mesmo que sejam mais longos e mais vastos que o primeiro jogo, continuam a soar a pouco. Notem que, depois de passarem estes níveis, desbloqueiam mais umas provas adicionais com corridas contra-relógio. São divertidos de passar, dando uma ideia do que podia ser um jogo de corridas nesta premissa destrutiva. Mesmo assim, não chegam para dar uma verdadeira longevidade acrescida.

Veredicto

Por esta altura, os amantes da série Burnout estão na expectativa do que a Three Fields Entertainment tem no horizonte. O seu prometido jogo de corridas há-de chegar e este Danger Zone 2 dá-nos boas perspectivas do que aí vem. Contudo, ainda não é o jogo que queremos, parecendo ainda uma evolução da demonstração de conceito do primeiro título. Como sempre, os amantes do modo Crash terão aqui mais um elemento de diversão, ajudando-nos a esperar por Dangerous Driving.

  • ProdutoraThree Field Entertainment
  • EditoraThree Field Entertainment
  • Lançamento12 de Julho 2018
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroCondução
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Ainda não é o jogo prometido
  • Condução precisa de ajustes
  • Curto

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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