Análise: Dark Souls III
Há poucas séries que tenham fãs tão dedicados como o Dark Souls. Estes títulos são conhecidos pela sua enorme dificuldade impiedosa. O novo Dark Souls III nasce da esteira de uma série de culto com uma legião de fãs e até de um primo (Bloodborne) que influenciou este novo título. Peguem numa espada e juntem-se a mim enquanto descobrimos o novo título da From Software.
Com o surgimento desta série de culto, apareceu também um novo tipo de jogador que adora ser testado com os mais difíceis desafios, resultado da dificuldade extrema. Sem se preocuparem com as milhares de mortes que terão de enfrentar ao longo do jogo, só com uma enorme perseverança conseguimos sair vitoriosos de todos os combates. A questão que se coloca é simples, será este novo Dark Souls III capaz de honrar os seus jogos anteriores?
Para os recém chegados à série, Dark Souls convida-nos a explorar um enorme mundo repleto de inimigos fortes e bosses implacáveis. É um clássico hack’n’slash com componentes de RPG que oferece experiência em forma de “Souls”. É particularmente destacável dos outros jogos do género graças à sua extrema dificuldade. Quando morrem, não só aparecem no último checkpoint como perdem todas as vossas Souls e um pouco de humanidade, que significa que ficam mais fracos. Se quiserem reaver as vossas Souls terão de visitar a vossa poça de sangue e, claro, enfrentar novamente o que quer que vos tenha morto. E essa morte carrega um verdadeiro significado quee vão tentar evitar ao máximo.
A historia deste terceiro capítulo, tal como qualquer outro Dark Souls, não é o seu forte e deixa muito para ser interpretado pelo jogador. Para alguns, esta forma algo abstracta de contar o enredo desperta curiosidade e faz com que explorem todos os cenários para encontrar mais pistas sobre o que verdadeiramente aconteceu. É uma forma inteligente que a produtora encontrou para convidar à exploração dos seus cenários que escondem muitos segredos. E não se admirem de encontrar alguns em locais por onde já passaram uma dezenas de vezes. E fiquem atentos às passagens secretas!
Vão regressar também a alguns locais já conhecidos dos jogos anteriores. Desta feita, com um foco especial no “Unkindled Ash”, o protagonista que terá de encontrar e derrotar os quatro “Lords of Cinder” de modo a evitar o Apocalipse de Lothric. Se vos parecer uma história sem sentido, não estão sozinhos, mas serve para o propósito do jogo. Basicamente, é necessário derrotar todos os inimigos que irão surgir na vossa jornada, dos mais simples aos mais complexos como monstros gigantes e aparentemente imunes aos nossos ataques directos.
Enredo à parte, na verdade a produtora From Software foca-se naquilo que faz melhor: A jogabilidade. Se estão a ler esta análise é porque procuram um desafio onde cada morte agoniante vos fará voltar com uma nova estratégia com o objectivo de tentar derrotar o último inimigo. Torna-se até masoquista a quantidade de vezes que vão morrer e enfrentar novamente os mesmos adversários, até descobrirem uma forma de derrotar cada um deles. Uma luta com alguns seres gigantes pode demorar horas e só a perseverança do jogador levará à vitória. Por fim, a vitória! E quando o sentimento de conquista se instala, sentimo-nos prontos e capazes para o próximo desafio… Até voltarem a morrer, claro. É um ciclo vicioso que nos agarra do início ao fim.
Umas das novidades deste terceiro capítulo é a mecânica Weapon Arts. Esta permite segurar uma arma com ambas as mãos e desferir golpes diferentes com cada arma. Contudo, alguns ataques são melhores que outros e caberá a vocês verificar qual a arma que funciona melhor e que se mais adequa à vossa forma de jogar. A “Humanidade” também sofreu alterações, agora substituída por Embers que dão um aspecto flamejante à vossa personagem. De certa forma funcionam ambos da mesma maneira e só duram até morrerem.
Outra novidade tem a ver como a magia funciona neste jogo. Anteriormente, esta estava limitada a um certo número de instâncias que podiam ser “recarregadas” com a ajuda de uma fogueira. Agora existe a barra FP, que fica responsável não só por essa magia, mas também para outros ataques especiais. Para repor esta barra chega-nos também as novas Ashen Flash, uns frascos azuis que vão ajudar a regenerá-la, tal como os Estus Flask fazem o mesmo com a energia.
Também existe um componente multi-jogador, por onde muitos passam a maior parte do tempo e outros acabam por ignorar por completo. Basicamente, os jogadores podem entrar nos jogos uns dos outros tanto para ajudar em modo cooperativo ou para nos tentar matar. Causa sempre algum receio quando recebemos a mensagem que o nosso jogo acabou de ser invadido. Idealmente, unam forças com os vossos amigos, sobretudo se forem mais experientes na série.
Apesar deste ser o mesmo motor gráfico de BloodBorne, depois de tanto rebolarem e atacarem os vossos inimigos com aquela temporização certa, parem para contemplar o cenário e toda a sua arquitectura medieval. Quero dar particular atenção aos efeitos de luz que dão ambiente e a atmosfera certa para este título. O visual é deslumbrante e tem um sentido de escala muito bom. O único ponto contra está na performance das consolas, que estão limitadas a 30 FPS. Muitas vezes nota-se uma grande quebra, o que provoca alguns problemas quando precisamos de escapar no tempo certo.
Veredicto
Dark Souls III é exactamente o que os fãs querem. Um aprimoramento do que mais gostam. É o culminar do melhor que foi feito nos jogos anteriores e com algumas lições aprendidas do Bloodborne. Pode não inovar muito na jogabilidade, mas até oferece algumas novidades interessantes (Weapon Arts, por exemplo). Se pensarmos bem, estes dois títulos têm pouco mais de um ano de diferença, mas não senti que este fosse de alguma forma apressado. Talvez só nas tais questões técnicas, mas estas deverão ser corrigidas numa actualização, estou certo. O resultado de três capítulos brutais, é um jogo digno da série Souls, capaz de oferecer momentos memoráveis. Só não recomendo a quem está a aventurar-se pelas terras de Lothric pela primeira vez, mas se tiverem coragem, porque não?
- ProdutoraFrom Software
- EditoraNamco Bandai
- Lançamento12 de Abril 2016
- PlataformasPC, PS4, Xbox One
- GéneroAcção, Aventura
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Visual geral do jogo
- Clássica Jogabilidade inalterada
- Novas "Weapon Arts"
- Fraca história
- Quebra de frames
- "You Died"
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.