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Análise – Dark Souls: Remastered (Actualização: Nintendo Switch)

Sete anos depois de nos conquistar com a sua dificuldade punitiva, o primeiro Dark Souls regressa com uma remasterização para angariar toda uma nova geração de fãs, testar as suas habilidades, paciência e… resiliência dos comandos lá de casa. 

[Actualização da Versão Nintendo Switch]

Quando Dark Souls foi originalmente lançado, a crítica elogiou o seu fantástico mundo aliado à sua excelente jogabilidade e a forma como a perseverança dos jogadores era recompensada. No entanto, hoje em dia o tópico que se destaca sempre que se fala desta série é a sua dificuldade punitiva. E porque a Nintendo continua nesta senda de trazer grandes êxitos para a sua portátil, tem agora com esta nova vida a “bordo” da Nintendo Switch. À primeira vista, já temos uma vantagem: podemos arremessar o comando em ira… em qualquer lado.

Em termos técnicos, a mesma conversa de sempre: esta versão não está ao nível das outras consolas, devido às já conhecidas limitações da Switch. No entanto, como seria de esperar de uma remasterização, está obviamente mais atractiva visualmente que a versão original lançada em 2011. Na doca, o jogo corre a 1080p com 30 FPS e quando está em modo portátil, baixa a resolução para 720p com os mesmos 30 FPS. Posso dizer-vos que em Blighttown não houve quaisquer quebras de frames. O que é positivo. Quando comparado com as restantes versões, há claramente uma optimização mais comedida. Diria que esta versão nos aproxima do visual atingido pelo original na PS3 ou Xbox 360.

Obviamente que não é pelo visual que vamos jogar Dark Souls na Switch. Quanto mais, será para reviver este importante clássico, agora aproveitando a portabilidade desta consola, tal como mencionei na minha visita à versão de Diablo 3 para a Switch [LINK]. Em termos de autonomia, a bateria consegue achegar às 4 horas de jogo sem parar. Apesar de estar claramente a atingir o máximo que o hardware consegue, nunca notei sobreaquecimento, como aconteceu, por exemplo, com The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

Como todos os possuidores desta consola devem saber, a possibilidade de deixar um jogo em “stand by” e poder continuar sempre que temos uns minutos livres é uma maravilha. Principalmente num jogo deste calibre que vai testar a nossa paciência até à exaustão. Sem nada de novo para mostrar numa versão que, praticamente, é um port de uma remasterização, se querem saber o que achei de Dark Souls: Remastered, terão de ler a análise original em baixo. De resto, mais do mesmo. O que para os fãs da Nintendo é só positivo, notem. Mais um grande clássico no seu portfólio!

Apesar desta versão não ser tão visualmente e tecnicamente impressionante como as outras consolas da geração actual, esta adaptação de Dark Souls: Remastered na Nintendo Switch não deixa de ser admirável. Se estão habituados às outras consolas, terão aqui alguma cedência visual nesta consola. Mas, comomantém a sua experiência intacta e até podemos de podermos pausar o jogo e deixar a consola em stand by, é uma mais valia para esta experiência implacável deste jogo. Aliada à portabilidade da Switch, isto é algo que não encontrarão nas outras versões.

[Análise original publicada no dia 23 de Mario de 2018]

Dark Souls nasceu para atormentar o jogador. É um dos poucos jogos que exige esforço e dedicação daquele que está a jogar. Em Dark Souls não há injustiças, só provas para testar a perícia de cada um. Esta realidade tornou-o num dos títulos mais influentes da actualidade. A sua série acabou por criar todo um género, conhecido hoje como “souls-like”, onde o único sentimento mais forte que a raiva é a vontade de continuar a jogar. Títulos como Nioh e tantos outros, seguiram as pegadas desta série e, de certa forma, ajudam a perpetuar o seu sucesso. Resta-nos saber como se comporta a remasterização do “pai” deste género tão peculiar e saber quais são as suas novidades.

Se bem se recordam, Dark Souls possui uma história muito minimalista. Sabemos que tem lugar no reino fictício de Lordran, onde os jogadores assumem o papel de um herói humano amaldiçoado e escolhido para fazer uma peregrinação para descobrir o destino dos mortos-vivos. A interpretação dos eventos que ocorrem deste mundo fica a cargo de cada jogador, ao invés de tudo ser explicado ou demonstrado em cenas complexas. A maior parte da história é revelada através de diálogos entre personagens, através da descrição de objectos e pelos desenvolvimentos que nos rodeiam.

Assim que começam terão de criar a vossa personagem. Numa nota curiosa, mesmo que esolham um nome, é irrelevante. Serão sempre conhecidos como “Undead” ou “Morto-vivo”. Entre as classes, podem escolher ser um Warrior, Knight, Wanderer, Thief, Bandit, Hunter, Sorcerer, Pyromancer, Cleric ou Deprived. É possível que passem imenso tempo a escolher a melhor classe mas aviso que também a classe escolhida tem pouco impacto, uma vez que podem moldar todos os atributos da personagem no decorrer da carreira. O que interessa são os objectos iniciais que cada classe oferece, como ter a “Master Key” para abrir muitas portas e atalhos que nos facilita muito a vida.

Nesta aventura não vão encontrar qualquer instrução para o que devem fazer ou onde devem de ir. Todos os caminhos estão abertos e há uma grande probabilidade de entrarem num lugar em que os inimigos estão 10 níveis acima de vocês. Acreditam, acontece… e muito. Não há mapas para seguir (a não ser aqueles que proliferam pela Internet) e a jogabilidade é construída de forma a não haver qualquer favorecimento nos jogadores. Mas, também não há uma dificuldade avassaladora. Todas as batalhas são baseadas numa estratégia definida e no melhor uso possível que conseguem fazer de um estilo de luta.

Quero com isto dizer que, se começarem a correr sem rumo e sem destino, vão morrer incessantemente. É preciso avançar com cautela, explorar os cenários e planear a melhor forma de derrotar cada um dos adversários que encontramos. Cada inimigo deve ser encarado sem desdém e a tentar conhecer todos os seus movimentos. As mortes vão ser muito comuns e não há nada no jogo que nos motive a continuar, a não ser a própria vontade e perseverança individual. Há quem veja no ecrã “You Died” uma derrota, outros aceitam o desafio de voltar a tentar. E ainda outros vão ver tutoriais na internet em busca de truques e estratégias.

E sim, a morte é permanente. Mas, não desesperem, existem fogueiras espalhas ao longo jogo que funcionam como checkpoints e curam a vida da personagem. Contudo, esta fogueira tão preciosa, tem um senão: quando são usadas também ressuscitam todos os inimigos que derrotaram. E uma sensação agridoce, uma vez que poderão ter de voltar a uma área que já tinham passado para encontrar os mesmos oponentes. É também nas fogueiras que podem subir de nível e distribuir os atributos para fortalecer a personagem. Por isso é inevitável usá-las.

Como já mencionei, mesmo que escolham uma classe específica ao início, por exemplo a do Ladrão, poderão depois transformá-la num guerreiro ou outra qualquer classe. A ideia é que o jogo não precisa ser restrito pelas suas classes, permitindo uma mescla de habilidades e pontos fortes. Só têm de usar estas fogueiras de forma inteligente, atribuindo os pontos de experiência nos atributos correctos. Desde que foi lançado, já muitos jogadores criaram a sua progressão ideal e existem mesmo tabelas com as melhores habilidades e finalidades das mesmas. Sugiro que procurem online por esses guias.

No que toca ao conteúdo, esta versão remasterizada traz consigo a expansão Artorias of the Abyss. Trata-se de uma nova região com novas armas, armaduras e bosses, dando-nos mais algumas horas de mortes avulsas. O restante conteúdo é exactamente o mesmo da versão original e rigorosamente nada foi alterado. Com o passar do tempo e com tantos jogos nascidos na esteira de Dark Souls, havia a oportunidade da FromSoftware adicionar ou alterar a jogabilidade de alguma maneira. Mas, os fãs podem ficar descansados. A oferta está intacta, até mesmo com alguns erros menores que já se tornaram “memes”.

E, apesar de Dark Souls ser uma obviamente aventura solitária, também a histórica componente multi-jogador faz o seu devido regresso. Entre as principais mecânicas, os jogadores podem ver e deixar mensagens, pedir ajuda para um boss mais complicado e até invadir o jogo de outro jogador para o desafiar. Esta componente social é, indiscutivelmente, um dos destaques desta série. Mas, não vos consigo dizer como está. Infelizmente, não me foi possível testar esta funcionalidade porque os servidores estavam offline até ao momento em que esta análise foi escrita. Só temos de assumir que os servidores ficarão em funcionamento a tempo do seu lançamento.

Então mas, afinal, o que é que esta remasterização traz de novo em relação ao jogo original lançado em 2011? Posso começar por dizer que existem várias melhorias, sobretudo a nível técnico. No caso das consolas, o jogo corre com uma resolução Full HD a 60 fotogramas por segundo, o dobro em fps e resolução. Quanto às versões PC, PS4 Pro e Xbox One X, o jogo consegue atingir uma resolução de 4K, com os mesmos fotogramas por segundo. Maior fluidez significa também numa melhor experiência nos combates, principalmente porque é um jogo exigente em termos de desvios e bloqueios no tempo certo.

Este Dark Souls: Remastered também está previsto para a Nintendo Switch, mas neste caso em concreto, o jogo só atingirá a resolução 1080p quando estiver na doca. Em modo portátil ficará pelos 720p. E em ambos os casos só atinge os 30 fps, metade da fluidez das outras versões. Teremos de esperar para ver como se vai safar o “rei” Souls na portátil da Nintendo, uma vez que esta versão será lançada posteriormente. Contudo, sugiro precaução a cada morte da personagem. É que partir um ou outro comando é caro, mas uma Switch é claramente mais dispendiosa…

Veredicto

De um modo geral é a dificuldade que se destaca, quando se fala de Dark Souls: Remastered. No entanto, não podemos ignorar o grande impacto que este título teve na indústria de videojogos. É um jogo que irá despertar a raiva, o ódio e o rancor, até nas pessoas mais calmas. Exige muita determinação e paciência para ser jogado. E, quando se aprende a jogar, torna-se viciante e incrivelmente recompensador. Com esta remasterização terão exactamente o mesmo jogo, mas com boas e grandes melhorias a nível técnico e gráfico no hardware mais recente. O que, dado o clássico que se tornou, é só o que os fãs pedem numa reedição.

  • ProdutoraFromSoftware
  • EditoraBandai Namco
  • Lançamento24 de Maio 2018
  • PlataformasPC, PS4, PS4 Pro, Switch, Xbox One, Xbox One X
  • GéneroAcção, Role Playing Game
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Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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