Análise: Dead Nation Apocalypse Edition (PS4)

O jogo original Dead Nation, foi lançado há cerca de três anos como um exclusivo Playstation 3. Na altura, no pico de interesse sobre o tema “Zombies” motivado por séries televisivas e jogos, teve uma recepção interessante o suficiente para criar um DLC e esta recente reedição na Playstation 4 com o título Dead Nation Apocalypse Edition. Vejamos como os zombies se safam em Full HD.

Para quem não jogou o jogo original, uma pequena recapitulação: este jogo é um “Top-Down Shoot’em Up“, ou seja um jogo de tiros na perspectiva de cima. Usamos o comando analógico esquerdo para andar, o direito para apontar a arma e depois os botões para disparar armas, lançar granadas, largar minas ou até esquartejar zombies mais persistentes. A acção desenrola-se numa cidade mergulhada no caos com uma história meramente acessória de um tal vírus que tornou as pessoas em seres mortos-vivos com mutações mais ou menos aberrantes. Há seres que se limitam a deambular contra nós, bestas volumosas que explodem entranhas quando alvejadas, musculados seres que saltam para nos esmagar, seres esguios que se escondem e atacam por emboscada, entre outros mais ou menos desafiantes.

Quando foi lançado na PS3 deu-nos algumas horas de jogo com duas campanhas em que acompanhámos duas perspectivas diferentes, a de Jack McReady ou a de Scarlett Blake. O objectivo é sempre tentar recompor a sociedade na procura de uma cura para este vírus, ou seja, um bom pretexto para desancar hordas de zombies e pintar o pavimento com sangue e vísceras. O costume.

O facto da acção se passar numa perspectiva vertical na diagonal, obriga-nos muitas vezes a ter a visão limitada em zonas mais abertas, o que, aliado à escuridão latente no jogo, o torna algo claustrofóbico. Mas é mesmo nessa perspectiva que surgem alguns problemas com a câmara que nos impede de ver alguns pontos-cegos onde se escondem upgrades ou zombies mais atrevidos. Acontece bastante e temos de ter a certeza que vemos todos, mesmo todos, os cantos “à casa”. Pelo facto desta câmara estar algo longe dos objectos, a resolução dos mesmos é irrelevante, mas sempre foi impressionante a quantidade de objectos e partículas no ar, já para não falar dos efeitos visuais como fogo ou explosões. Não puxava pela PS3 (como não puxa pela PS4) mas é interessante a nível visual.

Apesar dos níveis serem longos e podermos jogá-los em modo cooperativo, a sensação de repetição acaba por nos aborrecer. Mesmo assim, há um enorme interesse adquirido em ganhar mais pontos e arranjar mais armas e upgrades (miras laser, mais munições, recarregamento mais rápido, etc) ou fatos para proteger mais, ter mais velocidade ou mais força a desancar mortos-vivos. É estranhamente viciante. No final de cada secção, existem interessantes Leaderboards mundiais onde podemos comparar as nossas prestações tanto na Campanha como nos desafios. Entretanto, foi lançado um DLC para este jogo, chamado “Road to Devastation” que adicionava uma série de modos novos numa espécie de campanha mais focada na sobrevivência com upgrades entre os estágios.

Esta edição Apocalypse oferece praticamente o mesmo jogo que estive a apresentar-vos, incluindo o DLC. A diferença maior será no ligeiro upgrade gráfico com texturas HD e a correr na resolução 1080p. Algumas animações sofreram actualizações e melhorias, embora o que era bom (a acção frenética com momentos de puro caos) e o que era mau (checkpoints longínquos e a sensação de repetição) se mantenham. Apesar de haver um uso moderado do altifalante do comando DualShock 4 para nos informar da arma seleccionada, mais nenhuma característica deste comando foi aproveitada como o sensor de movimento ou o touch pad. Também não há qualquer outra novidade na jogabilidade. Na prática, estamos perante o mesmo jogo com gráficos ligeiramente melhores.

Veredicto

Será mesmo que o tema Zombie passou de moda? Não vos sei dizer porque ainda há muitos títulos por aí com sequelas e na TV as criaturas teimam em não morrer (de vez). Dead Nation já tem algum tempo. Possivelmente muita gente adquiriu-o na PS3 e já o terminou. Esta Apocalypse Edition não adianta muito a esse jogo, nem mesmo com o DLC já integrado. Sendo gratuito para os membros PS Plus, porém, vai acabar por pertencer à vossa biblioteca de jogos na Playstation 4 (a não ser que não sejam subscritores, mas aí a pergunta é “Porquê?“). Para quem o tiver de comprar, se já o tinha na PS3, não vai ver grandes novidades. Mas olhem que desancar zombies em Full HD continua divertido, apesar de tudo.