Análise: Dungeon of the Endless
Dungeon of the Endless é um jogo independente que mistura mecânicas que podiam, à partida, ditar um final trágico para um jogo. Contudo, os elementos usados de Rogue-Like, RPG e Tower Defense estão de tal forma bem equilibrados que oferecem uma aventura repleta de estratégia, mortes e gestão meticulosa de recursos.
A aventura começa de forma muito directa com uma rápida cena introdutória a mostrar uma nave a despenhar-se num planeta desconhecido. Quando nos são dados os controlos, descobrimos que a nossa nave, agora despenhada, era uma prisão. Agora cabe-nos descobrir o que teremos de fazer a seguir. Temos connosco outras duas personagens e ao nosso lado um enorme cristal. Com apenas uma porta a indicar o caminho, a única opção é sair e iniciar a exploração. Com o decorrer dos níveis ficamos a perceber que o objectivo principal é levar o tal cristal da nossa nave para a superfície do planeta, encontrando o elevador em cada um dos níveis.
As duas personagens que temos ao nosso dispor no início do jogo, possuem atributos dados de forma aleatória e cada masmorra neste título é gerada também de forma aleatória, garantindo uma experiência sempre diferente. À medida que avançamos no jogo, podemos ter a sorte de encontrar mais membros para a nossa equipa que nos podem assistir contra os inimigos que vamos enfrentar ao longo da masmorra. Como a maioria das vezes serão mais inimigos do que alguma vez conseguimos derrotar, temos a construção de defesas para nos ajudar a chegar ao fim de cada nível.
Contudo, para construir as defesas, há que ter em conta toda a gestão de recursos. Só assim conseguimos manter a equipa viva e de boa saúde. Entre eles, podemos encontrar a “Indústria”, responsável por construir geradores e torres, a “Ciência” que permite descobrir novas estruturas, a “Comida”, usada para criar e evoluir a nossa equipa e o mais importante: “Dust” que faz o Power Crystal funcionar e que, por sua vez, dá energia às diversas áreas da masmorra. Sempre que o cristal é atacado, perdemos Dust, o que significa que ficamos com menos energia e salas sem energia não consegue gerar recursos, as torres deixam de funcionar e o mais grave é que podem surgir novas criaturas quando não há energia. É uma componente de estratégia muito envolvente e, ao mínimo erro, é morte certa para toda a equipa.
Dungeon of the Endless, é um jogo de exploração. E, como tal, encoraja-nos a aprender por experiência e a melhorar de cada vez que começamos o jogo. Curiosamente, não chega ao ponto de nos fazer desistir, consegue ser desafiante, mas não ao ponto de nos sentirmos injustiçados. Há incentivos para recomeçar o jogo inúmeras vezes. Uma delas é a forma como a verdadeira história é contada através de fotografias num álbum feito pelos prisioneiros e guardas e que vai sendo preenchido de cada vez que começam o jogo.
As várias ondas de inimigos que terão de derrotar estão divididas por turnos, mas não são limitadas por tempo. Entre cada turno podem andar livremente pela vossa masmorra e construir as estruturas necessárias. O turno só começa quando abrem uma nova porta, revelando as novas áreas. As personagens que podem surgir nestas novas áreas, têm personalidades únicas e diferentes habilidades. A estratégia tem de se adaptar rapidamente para tirar total partido dos seus atributos únicos.
Com as decisões certas, a probabilidade de alcançar o fim de cada nível aumenta consideravelmente e, por consequência, temos a oportunidade de comprar novos itens para equipar a nossa equipa, para não falar também do que podemos apanhar pelo caminho. Tudo é valioso para que possam sobreviver. Cada passo tem de ser meticulosamente calculado para não sermos surpreendidos. Como já referi, toda a masmorra é gerada aleatoriamente e como Dungeon of the Endless usa o conceito de Permadeath, depois de morrer terão de começar tudo novamente e acreditem, vai acontecer-vos bastante.
Ao todo estão 12 níveis entre vocês e a superfície, cada vez que iniciarem o jogo será uma experiência totalmente diferente devido à aleatoriedade da masmorra e das personagens. Ao todo terão 18 personagens para desbloquear ao recrutar na masmorra e conseguirem deixá-los vivos no mínimo por três andares.
Em termos visuais, é de notar a clara inspiração retro com figuras pixelizadas. Todos os cenários e personagens estão bem trabalhados, mas por vezes torna-se complicado perceber o que está a acontecer no meio da confusão de pixeis quando estamos a ser atacados pelo inimigo. O som é estilizado para a mesma época dos gráficos retro com algumas músicas capazes de vos fazer cantarolar depois de desligarem o jogo.
Antes de acabar, devo destacar a opção para jogar com amigos, onde cada jogador, seja localmente ou online, fica responsável por uma das personagens. Os recursos não são partilhados, para garantir que todos sejam beneficiados. O problema neste modo é a dificuldade em encontrar alguém para jogar, pelo que se estiverem interessados, talvez seja melhor combinar com os vossos amigos que já tenham este título.
Veredicto
Dungeon of the Endless é um jogo bastante desafiante, mas sempre que morrermos, sentimos encorajados para tentar novamente. Talvez devido à sua vertente de estratégia que requer uma gestão meticulosa dos recursos e que ao mínimo erro pode resultar num final trágico em que termos de recomeçar tudo novamente. O jogo é bastante directo, fácil de perceber, mas complicado de chegar ao fim. Se se sentirem confiantes, testem a vossa sorte.
- ProdutoraAmplitude Studios
- EditoraAmplitude Studios
- Lançamento16 de Março 2016
- PlataformasiOS, Mac, PC, Xbox One
- GéneroEstratégia, Roguelike, Role Playing Game
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Gestão de recursos
- Equilíbrio entre várias mecânicas
- Aletoriedade de personagens e mapas
- As batalhas são visualmente confusas
- Há momentos demasiado difíceis
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.