Análise: EA Sports UFC
Este é um jogo que agradará aos fãs dos jogos de luta e ao mesmo tempo aos fãs de Mixed Martial Arts. Na ainda efémera vida das consolas da nova geração, os seus utilizadores ainda não tiveram a oportunidade de experimentar um jogo novo de luta para além de Injustice: Gods Among Us que, apesar de tudo, não foi criado a pensar nesta geração de consolas.
O novíssimo EA Sports UFC foi, por sua vez, feito propositadamente para a nova geração e isso nota-se sobretudo no aspecto gráfico. Os modelos do jogo de Mixed Martial Arts da Electronic Arts são extremamente realistas deixando-nos perplexos em várias situações como quando os corpos reagem aos embates violentos. Algo que é visível tanto no rosto das personagens como na pele que oscila com as pancadas mais fortes.
O realismo é tanto que quem se senta ao teu lado enquanto jogas não é capaz de ficar indiferente ao que se passa no ecrã da televisão. Quando vences ou perdes, ambas as emoções inerentes são contagiantes e quem torceu por ti durante todo o combate acaba por também reflectir isso mesmo. Lá por casa, a minha mulher e as duas gatas não passaram despercebidas ao berro que mandei quando perdi um combate por submissão contra o Frank Mir (filho da mãe!!!!). Ambas as gatas fugiram e a minha mulher mandou-me ir dormir porque estava muito nervoso. Viram? Claramente reacções da plateia sentada no sofá lá de casa como aconteceria numa arena de UFC real.
Brincadeiras à parte, EA Sports UFC é um jogo que nos envolve e o modo de carreira é rei e senhor neste aspecto, sobretudo pelo factor da imprevisibilidade que marca cada combate de MMA e que está muito evidente aqui. Cada segundo de um combate pode ser o último, já que aquele que aparenta estar por baixo na luta pode rapidamente dar a volta por cima com um ataque de submissão ou um ataque bem calculado e poderoso. Por isso mesmo, UFC é responsável por momentos de raiva quando perdemos mas também de euforia quando ganhamos.
Contudo, a complexidade dos controlos deste título da EA são um entrave se pretendermos, por exemplo, convidar uma série de amigos para jogar lá em casa. Não é de todo possível agarrar no comando pela primeira vez e arrancar vitórias como quem ganha no Mortal Kombat simplesmente a carregar em todos os botões de forma aleatória. Ainda assim, jogar a dois é divertido se introduzirmos os nossos companheiros, numa espécie de tutorial, às mecânicas de jogo.
Não obstante, EA Sports UFC acaba também por ser um jogo mais interessante pela sua complexidade. Interessa perceber quais são os momentos chave do combate, para defender ou atacar, ao mesmo tempo que temos de definir como o fazemos. É possível defender em cima, protegendo a cabeça ou defender em baixo, protegendo o torso. Esquivar também é uma opção muito válida. Ataques mais fracos são importantes para não gastar a nossa stamina enquanto mantemos pressão sobre o adversário. Já os mais fortes, são essenciais para aproveitar uma abertura na defesa do adversário. Este é um jogo em que as oportunidades nunca devem ser desperdiçadas.
O modo carreira está, também ele, repleto de pormenores interessantes. Depois de criarmos a nossa personagem, num modo de edição bem interessante, entramos no torneio de captação de lutadores para o UFC. Se conseguirmos ser um dos seleccionados, entramos no jogo a sério, onde a competição é factor chave na nossa ascensão ao Main Card e, posteriormente, no nosso caminho até ao título. Enquanto o fazemos, somos brindados com brilhantes cinematics, com excelente qualidade de imagem, de motivação com vários dos protagonistas deste desporto. Durante a carreira, vamos subindo atributos e movimentos, ganhando patrocinadores e, por consequência, novos equipamentos. Ao londo deste processo, temos de ter atenção, como na vida real, ao impacto no nosso corpo que cada combate deixa. Se acumularmos demasiadas lesões graves, a nossa carreira enquanto lutador de UFC termina.
Não posso deixar de enaltecer, numa altura em que a igualdade entre géneros é cada vez mais acentuada nos desportos, a introdução da divisão feminina de UFC neste título da Electronic Arts. Contudo, quando tentamos criar a nossa própria lutadora no modo carreira apercebemo-nos que tal não é possível. Uma falha lamentável sem grande explicação já que o mesmo modo existe para a divisão masculina.
Para além do modo carreira e online, temos ainda disponível o modo Challenges que mais do que desafios, como o nome em inglês sugere, acaba por oferecer tutoriais mais pormenorizados do que aquele que nos aparece quando iniciamos o jogo.
Com uma enorme selecção de lutadores de UFC com vários pesos e medidas, podemos ainda acrescentar alguns lutadores por DLC. Exemplo disso é o mítico Bruce Lee que, apesar de nunca ter feito parte do plantel da UFC, encaixa na perfeição. No entanto, não posso deixar de lamentar com um sentimento saudosista a inclusão de Bruce Lee como um DLC pago. Admito que tenho saudades dos tempos em que tinha conteúdo nos jogos para desbloquear de uma forma normal, sem ser mediado por euros, através de desafios completados dentro do jogo.
Ainda assim, tem de ser também enaltecida a introdução, por parte da EA durante esta semana, de um update grátis que, para além de enormes e fulcrais correcções ao sistema de jogo, introduziu três novos lutadores: TJ Dillashaw, Takeya Mizugazi e Tyron Woodley. Podem espreitar o novo conteúdo no vídeo em baixo.
Veredicto
Alguns fãs de jogos de luta como Mortal Kombat ou Street Fighter podem até franzir a testa ao ouvir o nome EA Sports UFC, mas o título da Electronic Arts merece toda a vossa atenção. Na qualidade gráfica de deixar qualquer um embasbacado, na excelente execução dos movimentos dos lutadores e no original modo de carreira estão os seus melhores atributos que deves a ti próprio experimentar, se gostas de uma boa dose de pancadaria depois de saíres do trabalho.
Se ainda não te convenci, lembra-te lá qual foi a última vez em que pudeste agarrar num comando e encarnar o Bruce Lee? Não te lembras?! Eu também não. Só não te esqueças que tens de pagar o DLC para além do jogo. Isto caso não tenhas pré-encomendado este título.
- ProdutoraEA SPORTS
- EditoraEA SPORTS
- Lançamento17 de Junho 2014
- PlataformasPS4, Xbox One
- GéneroLuta, Simulação
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Realismo dos combates
- Modo carreira original
- Lutas empolgantes com desfechos inesperados
- Complexidade das mecânicas de jogo
- Bruce Lee em DLC pago
- Sem modo carreira para a divisão feminina
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.