GuardiansoftheGalaxyTelltale (4)

Análise em Progresso: Guardians of the Galaxy: The Telltale Series

Com esta nova entrada no seu portfólio, a Telltale Games prova que a sua fórmula de aventuras gráficas não tem limites. Guardians of the Galaxy: The Telltale Series é a mais recente aposta, com a Marvel a aproveitar a chegada de um novo filme aos cinemas.

Digam o que disserem, Guardians of the Galaxy (a par de Deadpool) será das séries mais cómicas e interessantes da Marvel, num claro contraste com as suas outras histórias mais sóbrias. Embora a série só tenha recebido real destaque depois da estreia do primeiro filme no cinema, a comicidade e espírito descontraído de Star-Lord e companhia, sempre lhe deram uma conotação bem mais leve e apelativa a muitos que já estavam fartos de Avengers ou X-Men. E este ano os seus fãs estão ao rubro. Com um novo filme a chegar, este novo jogo da Telltale vem mesmo a calhar. Mesmo que o seu enredo nada tenha a ver com o que vamos ver na grande tela.

Neste primeiro episódio, chamado “Tangled Up in Blue”, Star-Lord recebe um pedido urgente de ajuda da Nova Corps. Ao que parece, as forças estão a ser dizimadas pelo titã Thanos, eventualmente o eterno rival dos Guardiões. Naquilo que parece ser mais uma missão rotineira, Star-Lord, Rocket, Groot, Drax e Gamora partem para o planeta Kree para tentar rechaçar o “Titã Irado”. Contudo, Thanos acaba por atingir a nave Milano, obrigando a força a combater a pé. Ao que parece, o Titã está no encalço de um artefacto raro de imenso poder. E não é o único que o procura. Numa série de peripécias, o artefacto acaba na posse dos Guardiões e uma nova vilã para os desafiar.

Porque o enredo costuma ser ponto forte destes jogos da Telltale, não irei deambular muito pelos eventos e repercussões das nossas escolhas. Diria apenas que há um evento logo no início do jogo que poderá criar alguma confusão aos jogadores, sobretudo a quem segue o cânone dos filmes e banda-desenhada. Contudo, tudo fará mais sentido se continuarem a jogar. Como nos demais jogos criados pela produtora, a narrativa passa muito próximo do cânone de filmes e comics, mas acaba por se tornar numa história paralela. Há até lugar para algumas liberdades, algo que já em Batman: The Telltale Series demonstrei que não gostava. A bem da história contada, porém, vou igualmente aguardar pelo seu desenvolvimento.

Esperem o mesmo conteúdo dos outros jogos da Telltale, entre uma narrativa que evolui com as nossas escolhas, pequenos e simples puzzles, alguma acção com Quick Time Events (continuam fastidiosos) e diálogos com selecção temporizada. E, sim, continuamos com uma aventura episódica. O que significa que ficarão muitas dúvidas por responder no final deste primeiro episódio. É esta a fórmula criada pela Telltale e que, só quem não pretende esperar, é que não vai aceitar. Há só uma alternativa para estes jogadores impacientes: Como sempre, devem aguardar que todos os episódios sejam lançados para se iniciarem no jogo. Até porque nem todos os episódios terão a mesma qualidade e é conhecida a prática comum da produtora de empurrar os desenlaces mais importantes para os últimos episódios.

O que é claramente diferente neste jogo, como seria de esperar, é o tema, muito mais descontraído que Game of Thrones, Walking Dead ou Batman. Esta série, como já disse, prima pela comicidade, com personagens estereotipadas e constantes piadas fáceis. Este episódio de uma duas horas de duração, faz um bom trabalho em apresentar as personagens, dando-nos até algum tempo na pele de Star-Lord a conhecer as demais personagens. Obviamente, se forem fãs da série, estarão completamente à vontade. Até mesmo para as diferenças visuais de algumas personagens em relação à recente adaptação cinematográfica. Mas, se só agora “aterrarem” nesta Galáxia, também não me parece que tenham dificuldade em conhecer e entender as motivações de cada um.

Gostava muito que houvesse um paralelo com as personagens e actores dos filmes (especialmente porque Guardians of the Galaxy Vol.2 vai estrear em breve). Contudo, a excelente participação dos actores que emprestam as suas vozes às personagens fazem um bom trabalho. E o espírito está todo lá. Bradley Cooper, de facto, não empresta a sua voz ao guaxinim falante Rocket como faz nos filmes, mas Nolan North (Nathan Drake em “Uncharted”) não lhe fica atrás, por exemplo. E aquela banda-sonora dos anos 70/80 que tanto gostámos do primeiro filme? Embora com temas diferentes, está presente e transmite a mesma ambiência nostálgica. Até mesmo muito do design dos filmes está lá, embora esse também fosse extraído da banda-desenhada.

Ao nível técnico, parece que a produtora não resolveu ainda os problemas que encontramos no último jogo analisado por nós, Batman: The Telltale Series. Continuo a sentir imensas quebras de performance e alguns “stutters” ocasionais. O que continua a não fazer grande sentido dado os modelos e texturas simples, num jogo visualmente até algo simplista. Mesmo assim, nota-se uma clara evolução da Telltale no que toca ao desenvolvimento de cenários e de modelação de objectos e personagens. Esperem o mesmo grafismo estilo banda-desenhada que sempre tivemos, agora bem mais polido e com mais vida.

Conclusão do Primeiro Episódio

É impossível analisar este primeiro episódio e dar já uma avaliação de todo o jogo. Faltam outros quatro episódios. Por isso, vamos continuar nesta nossa análise em progresso a falar de cada episódio de cada vez. Contudo, fico apreensivo por ver que os mesmos problemas que vimos na adaptação da Telltale à história do Homem-Morcego se repetem aqui. Mas, ainda há tempo para corrigir. Como enredo, Guardians of the Galaxy: The Telltale Series faz um bom trabalho de retratar personagens numa história que parece tornar-se interessante. Resta-nos esperar para ver o que aí vem, mas parece que Star-Lord está em boas mãos.

  • ProdutoraTelltale Games
  • EditoraTelltale Games
  • Lançamento18 de Abril 2017
  • PlataformasAndroid, iOS, PC, PS4, Xbox One
  • GéneroAventura Gráfica
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Ocasionais quebras e "stutters"
  • Algumas liberdades narrativas
  • Quick Time Events, nunca gostarei deles!

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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