Análise: Epic Mickey 2 – The Power of Two
O primeiro Epic Mickey, exclusivo para Nintendo Wii, pode ter sido uma aposta fraca, não pela falta de originalidade ou de apelo aos jogadores e fãs da Disney mas pela bateria de problemas técnicos que enfrentou. Epic Mickey 2 – The Power of Two, porém, sofre demasiado como sequela. E os problemas nem sequer são os mesmos… são outros… e são exactamente o que o jogo queria adicionar à experiência do primeiro!
Mas vamos lá ao jogo. Mickey Mouse está de volta à Wasteland a pedido de Oswald the Lucky Rabbit, que, para quem não sabe, na verdade é o antecessor do próprio rato Mickey na linhagem de Walt Disney, uma espécie de protótipo de Mickey nos primeiros anos da Disney. Depois de no primeiro jogo Mickey ter salvo a Wasteland, porém, esta é de novo ameaçada pelo regresso do Mad Doctor e… bom… é a mesma história realmente. Acho que a Junction Point Studios simplesmente queria contar a mesma história mas noutras consolas e adicionou lá pelo meio uma lógica de cooperação para inovar a interacção.
Para todos os que experimentaram o sofrível primeiro jogo, há boas notícias. Os célebres problemas de câmara que tantos nintendeiros se queixavam parecem ter sido resolvidos. Mas essas correcções não chegam, porque o jogo sofre de outros problemas que não lembram a ninguém. Já lá vamos.
A lógica de cooperação permite que joguemos com a AI a controlar Oswald ou que dois jogadores localmente ou online incorporem ou Mickey ou Oswald na tarefa de explorar e resolver os problemas da Wasteland. Com Mickey armado com o pincel e Oswald com um controlo remoto, vão “pintando” locais e desactivando máquinas. Na verdade as secções são incrivelmente aborrecidas e repetitivas. Mas já o eram no primeiro jogo. É mais um renovar da experiência. Mas o que nos impressionou mesmo (pela negativa, diga-se) foi a incrível (falta de) inteligência artificial quando jogamos com Oswald controlado pelo computador.
A verdadeira novidade de Epic Mickey 2 é justamente a que pior funciona. Acho que o jogo só consegue fazer sentido com dois jogadores, porque com a AI é ridículo tentar passar uma sala já que Oswald muitas vezes fica parado a olhar para o vazio, talvez a meditar sobre a vida, não sei. Ou então fica a correr contra a parede ou a vaguear pelo mapa enquanto o Mickey está em apuros… Não entendo como a grande novidade do novo jogo da série não foi mais refinada e trabalhada no sentido de ser a melhor das experiências.
Gráficamente é mais do mesmo, honestamente. Toda a magia Disney com muitas personagens mais ou menos conhecidas da esfera Disney. A exploração do vasto mundo acaba por ser quase “open world”, mas a navegação é algo complicada sem a presença de referências e indicadores. Destaque para os divertidos níveis com plataformas que são uma espécie de piscar de olhos aos jogos retro e o uso dos periféricos de movimentos como o PS Move para o pincel. Mas concretamente não há grande novidade em termos de evolução gráfica desde o primeiro jogo para a velhinha Wii.
Veredicto
Entre os gritinhos quase ridículos do Mickey, está um jogo complicado de analisar. Confesso-me fã da Disney desde miúdo quando lia as revistas do Tio Patinhas e mesmo tentando gostar deste não consigo e assim ainda não vi nenhum jogo que faça jus à imensa magia deste universo. Tivemos aí uma série Kingdom Hearts que juntou Final Fantasy a este mundo que pessoalmente acho que desvirtua um pouco as personagens e seus papéis. Epic Mickey 2 podia ser o afirmar desta magia da Disney, mas os problemas técnicos resolvidos desde o primeiro jogo não chegam para este que acrescenta outros problemas no modo cooperativo. E depois é aborrecido sempre a mesma lógica de jogo, a AI sofrível e a repetição de níveis. Será que só Epic Mickey 3 é que vai valer a pena? Veremos.
- ProdutoraJunction Point Studios
- EditoraDisney Interactive Studios
- Lançamento23 de Novembro 2012
- PlataformasMac, PC, PS3, Vita, Wii, Wii U, Xbox 360
- GéneroAventura
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Câmara corrigida
- Uso dos periféricos PS Move ou Wiimote
- Magia da Disney é sempre agradável
- Oswald AI é de abater a tiro...
- Sensação de repetição
- Aborrecido
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.