Everybody-1-2-Switch (9)

Análise – Everybody 1-2 Switch!

Além dos vários jogos “simpáticos” para um público mais juvenil, a Nintendo Switch é conhecida por nos trazer dos melhores jogos para entreter a família e amigos. É o propósito de Everybody 1-2 Switch!

Lançado em 2017, o primeiro 1-2 Switch! foi uma referência no que toca aos jogos sociais na Switch. Não foi propriamente um sucesso, diga-se de passagem. Entre as principais críticas, os jogos lançados no conjunto eram francamente superficiais na sua maior parte, alguns com alguma conotação a roçar o ridículo, como mugir uma vaca, que não encaixou muito bem em alguns críticos, tornando-se mesmo um meme por aí. Foi, mesmo assim, um jogo interessante, divertido até certo ponto mesmo não deixando tantas saudades quanto outros “party games” que a Nintendo já tinha lançado, como Mario Party, por exemplo.

A principal novidade desta sequela está logo no título. Bem grande, as letras “Everybody” deverão explicar o novo alcance deste jogo social, literalmente pretende incluir “todos” no jogo. Obviamente, a consola Nintendo Switch está confinada a um número limitado de JoyCon (até 8), pelo que incluir “todos” na sala pode parecer difícil numa família numerosa ou numa festa com amigos. Como incluir mais de 100 pessoas numa sessão de jogos triviais? Junta-se os telemóveis de toda a gente e cria-se o que se pode chamar de “caos controlado”.

Não é propriamente algo novo, vários outros jogos de consola usam telemóveis como método de interacção. Abre imensas possibilidades, inclusive de criar painéis interactivos no próprio dispositivo, expandindo o que se vê no ecrã. Everybody 1-2 Switch! foi claramente inspirado no sucesso The Jackbox Party Pack, que desde 2014 se tem reinventado, inclusive no uso de dispositivos móveis. Mas, enquanto essa inspiração se consolidou nas preferências dos utilizadores, esta outra série de jogos da Nintendo tem ainda muito para provar.

Obviamente, não pudemos testá-lo com 100 pessoas a jogar, o WASD não pode alugar salões de festa… ainda. A Nintendo fez isso por nós em vários vídeos promocionais, onde foi possível ver dezenas de pessoas a os vários títulos. Acreditamos que a ligação de tanta gente numa só consola seja suave porque não estamos a falar de grande tráfego de dados no éter. De qualquer forma, esta opção de jogo com tanta gente é mais uma manobra de marketing que uma real funcionalidade. Não deixa de ser impressionante ver grupos de pessoas a jogar. Resta saber se a sua diversão dura muito.

A nossa análise não pode ser feita a solo, porque este jogo não pressupõe que alguém o possa jogar sozinho. Vão buscar a família à outra sala, liguem para os amigos, batam à porta do vizinho, raptem alguém na rua, não podem jogar Everybody 1-2 Switch! sozinhos, lamento. Se arranjarem malta para vos aturar, poderão jogar até oito pessoas apenas com Joy Con ou até 100 com smartphones. Dos 17 jogos incluídos, alguns só podem ser jogados com Joy Con, outros só podem ser jogados com dispositivos móveis e uma boa parte pode ser jogada com ambos.

MC Horace é o anfitrião deste jogo, um apresentador um tanto robótico, por qualquer motivo decorado com uma daquelas máscaras de borracha de uma cabeça de cavalo. A sua prestação está ajustada ao espírito do jogo mas está longe de ser um daqueles apresentadores memoráveis dos jogos sociais. De repente, tive saudades do apresentador do lendário Buzz!, lembram-se? Pois é, Horace não atinge esse nível de estrelato e fiquei com sérias dúvidas se é mesmo preciso que esteja no ecrã. De qualquer modo, não estamos a jogar para apreciar a arte visual ou o casting de “actores”.

Temos três modos de jogo para escolher: Team Contest, que é o modo principal, com três opções de tempo para jogar (20, 40 ou 60 minutos), Quiz Party e também Bingo Party. Estes dois modos, já agora, estão incluídos em Team Contest, tornando-se apenas versões estendidas dos mesmos mini-jogos. No fundo, o único modo que iremos jogar será sempre o principal, os demais parecem está lá para “encher”. Ainda assim, gostei bastante da ideia de que em Quiz Party podemos personalizar as perguntas e respostas, tornando-o virtualmente infinito.

É também possível criar variáveis interessantes em Team Contest. Podemos, por exemplo, seleccionar que mini-jogos queremos incluir ou excluir da oferta. Entre as opções, poderão escolher se querem algo mais ou menos mexido ou se querem dar algum bónus especiais para equipas mais pequenas. Estas variáveis torna as sessões mais personalizadas lá em casa quando, por exemplo, jogam à noite e poderão querer fazer menos barulho. Poderão ainda optar por uma versão “pro” dos jogos, algo que terão de persistir um pouco a jogar para desbloquear.

A ideia de cada jogo é que as duas equipas compitam para vencer cada mini-jogo, com quatro jogos sorteados para jogar. O que é francamente limitador, se pensarmos que não podemos escolher um jogo específico para jogar a seguir, apenas uma selecção de quatro de cada vez. Por outro lado, não há uma real votação em que jogo vamos jogar. Existe apenas a possibilidade da equipa derrotada no jogo anterior a escolher ou então a selecção é feita aleatoriamente. Já imaginam que a possibilidade de calhar o mesmo jogo repetidamente é real.

Alguns jogos também não são muito brilhantes. Claramente a produção ouviu a crítica quanto a “mugir a vaca” e evitou jogos demasiado… sexualizados, digamos assim. Contudo, alguém disse lá no estúdio de produção que o jogo UFO (acima) era “giro” e que iríamos adorar no ocidente, afinal é um tema muito actual, certo? Agitar as mãos repetidamente para fazer os extraterrestres aproximar-se, é só divertido nos primeiros instantes. OK, é exercício… mas, vá, já estamos cansados.

Entre os jogos mais curiosos, está Ninjas (em baixo). Em duelos intensos, as equipas confrontam-se para um lado defender das investidas com uma “katana” invisível e outro a atacar com “shurikens” igualmente invisíveis. A única pista dada é o som. E, sim, é francamente divertido porque podemos simplesmente fazer bluff com gestos. Outro jogo divertido é Color Shoot que usa os telemóveis para tirar fotos de uma cor em poucos segundos. Subitamente, a nossa decoração lá em casa não é assim tão colorida.

Outros jogos poderão entreter vários tipos de audiência mas não senti que todos tivessem o mesmo nível de cuidado e engenho. Como bundle, a variedade e selecção de jogos disponíveis são interessantes. Contudo, na maioria dos casos, a diversão não vem tanto dos jogos em si, muito menos do que se passa no ecrã ou dos sons que saem dos telemóveis. A diversão vem, obviamente do convívio com a família e amigos. Dependendo das pessoas com que jogam, este pode ser um serão memorável ou só mesmo estranho, convosco a gesticular de forma ridícula.

Curiosamente, para mim o principal elemento detractor de uma melhor avaliação é mesmo a sua quantidade, nem é tanto a sua qualidade. Além da já mencionada limitação de 4 jogos de cada vez, os 17 jogos totais podem parecer suficientes inicialmente mas ao fim de umas quantas sessões, notarão que é uma oferta que se esgota rapidamente. Este não é um jogo para se jogar continuamente, é um jogo casual, para uma festa ou convívio pontual, onde não há interesse numa progressão ou numa evolução. O que se tornará proporcional à vossa vontade de jogar sempre a mesma coisa.

Veredicto

Antes da oferta atingir um limite óbvio no nosso interesse, Everybody 1-2 Switch! tem potencial para entreter família ou amigos. Obviamente, depende muito dessa vossa companhia para ser realmente divertido. É que, mesmo podendo personalizá-lo até certo ponto, mesmo com evoluções dos jogos base e tal opção “pro”, a oferta é algo repetida e nem todos os mini-jogos são realmente divertidos. É um jogo perfeitamente casual, para jogar pontualmente e não ter vergonha de fazer figuras tristes à frente das pessoas que mais prezamos… ou perante dezenas de estranhos numa festa qualquer. Apenas duvido que alguma vez o joguem com tanta gente.

  • ProdutoraNintendo EPD
  • EditoraNintendo
  • LançamentoAinda sem data de lançamento
  • PlataformasSwitch
  • GéneroPuzzle, Social/Party
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Este título ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Este título ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Porquê "UFO"?
  • Oferta algo limitada em vários aspectos
  • Nem todos os mini-jogos são divertidos
  • Jogar com 100 pessoas é puro marketing

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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