Counter-Strike: Global Offensive
Para muitos ainda é o rei dos shooters, Counter-Strike está de volta usando a mesma plataforma fiável e fluida que parece nunca envelhecer. A Hidden Path Entertainment e a Valve fazem renascer o mito que pode muito bem ter uma palavra no meio de tantos jogos do género a lutar por hegemonia.
Tendo em conta a idade desta série (nascida em 2000, na verdade surgiu primeiro como um mod para Half-Life gratuito em 1999) parece-nos evidente que os muitos jogos que entretanto tem vindo a ser lançados lhe devem muito.
Na verdade a série não tinha sofrido grandes mudanças desde o lançamento de Counter-Strike: Source (2004). Aqui e ali a Valve lançava um melhoramento ou outro mas nunca mexendo no conteúdo. Até que um dia, o salto para as consolas tornou-se muito apetecível e surgiu Global Offensive. Mas descansem os puristas porque, no essencial, o jogo continua a colocar Terroristas e Contra-Terroristas em campo numa batalha frenética, rápida e por vezes demente em jogos online de curta duração onde reinam a perícia e o ego.
Com oito novas armas e muitas renovações a armas já existentes na série, oito mapas clássicos da série para os modos Defusal e Hostage Rescue e outros oito novos mapas para o modo Arsenal (já lá vamos), catorze facções para escolher, a dimensão de Counter-Strike é evidente. E num jogo exclusivamente online com uma jogabilidade muito própria é preferível que os conteúdos sejam variados e entusiasmantes perante um mercado muito agressivo e com uma concorrência muito forte.
Um novo modo de jogo chamado “Arsenal” vem substituir o famoso “Gun Game” em que os jogadores vão recebendo armas conforme abatem adversários. Este modo divide-se em duas variantes. “Arms Race” é o jogo clássico de tentar abater adversários com armas diferentes que vão sendo adicionadas a cada “kill” e “Demolition” que adiciona a colocação de uma bomba no meio da acção evolutiva em 11 jogos.
Não se preocupem com a vossa perícia neste jogo. Até porque com a ausência de mira da arma (não se consegue usar as miras das armas, apenas a cruz no meio do ecrã, equivalente a “hip fire” noutros jogos, um clássico de Counter-Strike), nem todos se vão adaptar ao estilo de jogo. A pensar nisso o “matchmaking” é feito com base no rank do jogador e na sua skill (rácio de kills e deaths, etc). Ou seja, nunca serão emparelhados com “deuses” do Counterstrike, sendo novatos. Algo que muitos jogos precisam hoje em dia. Também podem usar um modo offline contra bots ou um campo de treino para se inteirarem da jogabilidade.
Quando estiverem prontos, entrem nos combates online ora em modo Casual ou Competitivo em servidores dedicados onde não encontramos lag significativo ou prejudicial. Algo que a Valve e a sua rede Steam já nos habituaram. Vão notar que o sistema de “compra” de armas nos modos regulares usando o dinheiro virtual ganho em jogo foi redesenhado e é muito mais rápido e intuitivo.
Graficamente, CS:GO é um jogo simples, fluido e bastante atento ao detalhe. Apesar das animações das personagens serem algo toscas, isto é compensado com o bom desenho de mapas, equilibrados e bem estruturados tanto nos novos como nos clássicos. Há que mencionar que o motor Source já tem alguns anos de vida mas continua sólido tanto no PC como no Mac que testámos, mesmo em consolas como a versão que também testamos para Xbox360. Incompreensivelmente a versão para Playstation 3 ainda não estava disponível na Europa, algo que a Sony nos responde com silêncio.
Uma pequena nota negativa para o som que nos parece muito limitado, repetitivo e reminescente de outros jogos, com alguns efeitos sonoros tão familiares de Half Life ou Portal. Já se justificava um update na trilha sonora.
Veredicto
Counter-Strike é um clássico obrigatório para os amantes dos jogos de acção na primeira pessoa. Pensem só que os grandes jogos do momento como Battlefield ou Call of Duty devem muito da sua jogabilidade e lógica a esta série. Global Offensive é o culminar de muitos anos de experiência e gestão da comunidade. Muitas das novidades e refinamentos vieram dos fãs e não da própria Valve. Se se juntarem a esta comunidade, vão receber o legado de muitas horas online de gente dedicada. E isso nota-se no produto final. Entre frustração e sentido de realização, os jogadores de CS sabem bem do que falo aqui.
- ProdutoraHidden Path Entertainment
- EditoraValve Corporation
- Lançamento21 de Agosto 2012
- PlataformasMac, PC, PS3, Xbox 360
- GéneroFPS
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Regresso em grande com boas novidades
- Arsenal é viciante
- Variedade de armamento
- Actualização não destruiu o jogo clássico
- Exige adaptação a uma jogabilidade diferente sem mira
- Motor fluído mas datado
- Alguma dificuldade em jogar em modo competitivo
- Ausência de versão PS3 na Europa
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.