Datura
Este jogo deu-nos dores de cabeça. A sério, literalmente! Não pelo grau de dificuldade, mas pela montanha-russa de momentos de jogo e opções de jogabilidade. Em termos de originalidade tem uma pontuação altíssima. Mas também pontua bem no grau de demência. Jogo adulto e muito pouco consensual, é o primeiro que vimos até hoje a usar o PS Move como um objecto quase natural na jogabilidade. No meio da sua extravagância, Datura acaba por ser uma boa surpresa.
O título deste jogo é uma boa analogia ao que nele se passa. Datura é uma flor que possui capacidades alucinogénicas (Wikipedia). Que apropriado para um jogo que do princípio ao fim é uma espécie de “viagem” da mente de alguém, evidentemente perturbado.
Numa cama de hospital, alguém cujo nome nos escapa, acorda e a primeira acção que exige a nossa interacção é o arrancar dos sensores do peito e a consequente fuga do local. Mas ao invés de irmos parar a qualquer corredor, acordamos numa floresta envolta em mistério e algum nevoeiro… ah e um porco… sim um suíno mesmo. Não perguntem, continuem a ler.
Ao longo do jogo da “experiência”, não nos é dito que raio se passa nesta loucura. Temos de jogar até ao fim e mesmo assim algumas coisas ficam por esclarecer. Temos de interagir com o meio ambiente e acabamos por usar o Move em quase tudo o que vemos ou que o jogo nos indique (raramente). O comando Move, já agora, simula a mão direita da personagem e é com ela que movimentamos tudo o que é possível. Por exemplo, logo no início do jogo é-nos dito que temos de tocar em árvores brancas para que um mapa se desenhe num pequeno bloco que aparece. Mas também temos de rodar pegas de porta, esfregar superfícies de gelo, dar tiros de pressão de ar, encher garrafas com água ou até conduzir um automóvel… Entre outras tantas coisas que nos surgem como sonhos que são só desafios para avançarmos na “estória”. Esperem muitas situações incríveis como atirar batatas ao porco ou levar umas bofetadas de um polícia…
Apesar de ser um jogo para o PS Move, este jogo permite ser jogado com o comando Playstation (SixAxis ou Dualshock 3). Mas a real piada do mesmo é mesmo a interacção com o PS Move que é intuitiva e muito simples. Infelizmente, o jogo precisava de mais algum trabalho ao nível dos movimentos da personagem no meio. Andar e correr ou chegar perto dos objectivos é um martírio e por vezes perde-se mais tempo a chegar perto de uma maçaneta de porta que a abri-la. Depois é o terror ao nível de interacções. Chegámos a suplicar por alguma seta ou explicação do que fazer a seguir. É que mesmo com alguma intuição, o jogo parece demasiado disperso e sem grande rumo definido. Se tivermos em conta que alguns momentos exigem decisões da nossa parte, como salvar uma pessoa presa debaixo do gelo ou escavar um tesouro em alternativa, parece-nos que as decisões morais são meramente acessórias.
Veredicto
Ainda estamos a recuperar psicologicamente deste jogo. Achámos a ideia genial e muito original, mas as suas duas horas de jogo são escassas. Depois há todo o problema do movimento (andar, correr) da personagem que em contraste com os gestos via sensor de movimentos, nos parece muito sintético e artificial. Há ainda a falta de informação e lógica. Mas como experiência e como showcase das capacidades (reais) do PS Move, achamos que já fazia falta um jogo deste calibre. Mas damos um conselho à Sony de não deixar que os produtores da Plastic ingiram mais flores destas no futuro… É que ainda não percebemos a pancada com a moscas…
- ProdutoraPlastic
- EditoraSanta Mónica Studio
- Lançamento9 de Maio 2012
- PlataformasPS3
- GéneroAventura
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Verdadeiro uso das capacidades do PS Move
- Design brilhante
- Irreverente e Inovador
- Estória muito demente e curta
- Francamente irritante a andar ou correr
- Muito confuso
- AS MOSCAS!
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.