Sine Mora

Ah… os shoot-em-up. Há anos que estes jogos distraem os ávidos jogadores de arcada e, mais recentemente, os que buscam nos seus smartphones passar o tempo. Sine Mora tenta reinventar o género e até consegue até certo ponto com bom grafismo e algumas ideias inteligentes. Mas chega para cativar?

A estória, confessamos, é algo confusa. Num dialecto estranho que se assemelha ao Russo (lamentamos se não é bem isso) seres felpudos lutam contra uma invasão de inimigos mecânicos. Para isso contam com os seus aparelhos anfíbios que tanto voam como mergulham nas profundezas do mar. O objectivo é ir enfraquecendo as hordas inimigas e, claro, libertar o seu planeta.

Estória à parte, a jogabilidade é o que se espera de um jogo shoot-em-up, ou neste caso “shoot-em-sideways”, já que a acção decorre na horizontal e não na vertical como os jogos que deram origem ao termo. Toda a acção é linear com a nossa nave a disparar de forma massiva contra mais e mais adversários. Mas a verdadeira inovação é a forma como o jogo usa o tempo como factor de sobrevivência. Não interessa se explodem contra o chão ou por causa de um míssil, possuem vidas infinitas, o que interessa é controlarem o tempo já que um implacável relógio marca uma contagem decrescente. Quando matam, acrescentam segundos, quando são atingidos perdem-nos. Uma fórmula simples e inovadora que cativa. Se tiverem dificuldades, podem sempre desacelerar o tempo (tipo bullet time) mas de forma limitada.

A nível gráfico, Sine Mora é um jogo lindíssimo, estilo cyber-punk, com níveis variados e com desafios diferentes. Seja nos vastos céus a lutar contra naves gigantes, debaixo do chão a desviar-se de larvas mutantes ou simplesmente debaixo do mar a destruir minas. De vez em quando, durante as cutscenes, a câmara roda o plano mudando a perspectiva numa inteligente manobra de continuidade. O som também é bem conseguido, se bem que só mesmo no modo arcada é que terminam os diálogos algo intrusivos do modo carreira.

Conclusão

É sempre bom ver renascer um género, nem que seja uma imitação de algo já feito. Sine Mora é mais que isso. É um revisitar bem conseguido do género. Só temos pena que o grau de dificuldade seja tão alto para um jogo que pretende ser tão linear. Mas essa dificuldade só é mesmo sentida no modo arcada se procurar jogá-lo na dificuldade máxima. Mesmo assim, é viciante e é sempre agradável ter um preço tão acessível.