F12020 (5)

Análise – F1 2020

Com o calendário oficial do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 tão estranho e com as corridas sem audiência, F1 2020 é a melhor alternativa a ver as corridas pela televisão. Contudo, mais que um mero jogo oficial sazonal, é também a prova que a Codemasters é uma das melhores produtoras neste género.

Não é fácil inovar num jogo que é lançado todos os anos com o objectivo de retratar a actual época de uma prova desportiva. E a prova-raínha do desporto automobilístico não merece nada menos que extremo rigor técnico. Ano após ano, a Codemasters tem vindo a provar que, não só há margem para melhorar a simulação, como é possível acompanhar as evoluções da prova em si, fruto das constantes alterações impostas pela FIA. F1 2020 é o mais recente título de uma série que tem vindo a acelerar a fundo. E os fãs agradecem cada nova entrada, com todos os carros, condutores, equipas, pistas e bom… o tal chamado “grande circo”. E este ano, há mesmo novidades.

A principal novidade desta nova edição, nem é a sua simulação apurada da condução tão dependente de perícia de veículos que parecem cada vez mais estranhos. É quase garantido que aí a “Codemasters” não falha. Mas, já lá iremos. Acompanhando um fenómeno de popularidade de jogos de “manager”, também F1 2020 apresenta uma campanha em duas frentes, em que podemos dividir a nossa atenção entre o cockpit e a gestão de uma “Scuderia”. Em títulos anteriores, já havia uma ligeira gestão da equipa, mas neste novo título esta componente assume dimensões mais abrangentes. Aqui somos mesmo o patrão.

É inevitável a comparação com outros jogos de gestão, inclusive noutra série da Codemasters, o lendário GRID. Aqui também gerimos os pilotos da equipa, contratando e despedindo, lidamos com a equipa técnica e os seus projectos e até temos de lidar com os patrocinadores (fictícios) do nosso bólide. Começamos esta campanha escolhendo cores e esquemas (algo limitados, diga-se, já irão perceber porquê), assinamos contrato para um motor e contratamos um segundo piloto para nos acompanhar. Depois, temos também de gerir as evoluções do veículo, injectando capital em novas peças e evoluções.

Infelizmente, considero o nível de dificuldade para ser realmente competitivo algo penalizador. Entendo o intuito de proporcionar uma evolução lógica e um sentimento de conquista, no fundo, dar luta para ter um carro competitivo e lutar pelo pódio. Contudo, o carro com que começamos neste modo é realmente um veículo limitado, ficando longe de lugares pontuáveis. Convenhamos que qualquer equipa que chegue à Fórmula 1, não é propriamente “um grupo de amigos numa garagem!. Este é um desporto de milhões e de muita tecnologia, ainda que nem todas as equipas reais triunfam

Por isso, terminar em último e desagradar a fãs e patrocinadores, é demasiado constante no início. Eventualmente, começamos a evoluir positivamente e a aproximar dos lugares pontuáveis, sendo obviamente proporcional à nossa perícia ao volante, não apenas da evolução do próprio carro. Como sabem, a Fórmula 1 tem evoluído constantemente a nível tecnológico, com principal foco nas novas tecnologias eléctricas e na aerodinâmica. Também é preciso fazer uma óptima gestão de combustível, pneus e idas às boxes. Mas, no final, é o homem ao volante que decide tudo. E é claro que temos de melhorar prestações.

Mas, fã que é fã, ignora estas questões. Afinal, o que conta mesmo é conduzir estes carros com mestria. Comparar alguma outra forma de condução com a Fórmula 1, é tecnicamente impossível. Isto porque, a não ser que conduzam um veículo desta categoria na vida real (inveja), não terão mais nada que se assemelhe a um destes bólides “puro-sangue”. A condução de F12020 é, como seria de esperar, veloz, reactiva e nada tolerante a erros, por menores que sejam. Neste jogo, como aliás acontece em todos os títulos desta série, é a perícia a abordar curvas e a lidar com ultrapassagens que ditam os lugares na meta.

Como já devem saber, estes automóveis são capazes de fazer curvas a elevadíssima velocidade, como se estivessem colados ao chão. Na verdade, até estão, graças aos seus apoios aerodinâmicos tecnologicamente avançados. De facto, em recta ou em manobras simples, conduzir um carro de F1 é um experiência relativamente “domada”. É só quando temos de tirar segundos em curva, travando mais tarde, lidando com o ápice de forma exímia e, claro, a ultrapassar ou a evitar ser ultrapassado que ganhamos posições e vencemos provas. Boas notícias, a condução aqui continua espectacular.

Uma nota curiosa para a Inteligência Artificial em jogo. Embora não seja verdadeiramente agressiva, até porque as penalizações são bastante restritas, a IA é francamente desafiante. Com veículos que circulam praticamente à mesma velocidade, por vezes colados, contando cada milissegundo ganho em voltas ou ultrapassagens. Os adversários sintéticos protegem-se bem, a cortar trajectórias (sem faltas), a aproveitar cones de vento e a procurar cada espaço em pista de forma quase “irritante”. Não se acomodem na posição. Um simples erro faz-nos descer de lugar num ápice. O que no início da campanha, com um carro menos veloz é uma receita para o fundo da classificação.

Uma outra nota muito positiva para os interessantes modos online, onde se inclui uma inteira secção dedicada aos eSports com todas as novidades da sua Pro Series. É óbvio que a Codemasters quer apostar nesta importante componente do gaming moderno, oferecendo corridas simples, campeonatos com vários jogadores e mesmo torneios online. Há também eventos sazonais e até a possibilidade realizar corridas “ranked”. Claro que o nível de apreciação dos modos online é proporcional à vossa destreza ao volante. Por isso, pratiquem se querem entrar nos quadros de liderança.

  • ProdutoraCodemasters
  • EditoraCodemasters
  • Lançamento9 de Julho 2020
  • Plataformas
  • GéneroCondução
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Alguma da micro-gestão do modo "manager"
  • Micro-transacções de cosmética

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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