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Análise: Forza Horizon 2

Está aí o evento dos eventos automóveis: Horizon está de volta! A competição fictícia que juntou milhares de aficionados do automobilismo numa zona rural dos EUA repetiu-se, desta vez no sul da Europa. O WASD esteve lá, competiu e até venceu quase todas as provas. Estamos a falar do grande jogo de automóveis do momento, exclusivo da Xbox 360 e Xbox One, o Forza Horizon 2.

Na esteira do enorme sucesso do grande Forza Motorsport 5, nada como usar esse grande motor gráfico com quase 1 ano de vida e que puxa ao extremo as capacidades da Xbox One, recuperar a excelente campanha criada no primeiro Horizon, mas dar-lhe ainda mais protagonismo. Esta é a fórmula de sucesso de Forza Horizon 2, tornando-o no jogo que todos os outros gostariam de ser.

https://www.youtube.com/watch?v=YQFiWpp5Y5w

Para quem não teve oportunidade de jogar o primeiro Horizon na Xbox 360, podemos resumir brevemente do que se trata. Imaginem um evento que decorre numa zona remota onde há uma enorme rede de estradas que podemos percorrer sem restrições (ou polícia) como um mundo aberto. Esse evento possui determinadas corridas e campeonatos para diversos níveis de desafio. Ao vencer cada desafio ganhamos dinheiro virtual e pontos de experiência para fazer upgrades aos nossos veículos. Veículos esses, que podemos comprar numa loja virtual ou mesmo ganhar em determinadas provas ou desafios ganhos. Entre explorar, competir ou simplesmente passear de bólide, há mini-desafios e alguns convites à perícia. Tudo isto embrulhado em muitas cenas idílicas de paixão pelo automóvel e descarado “car porn”. Eis Forza Horizon, cujo segundo capítulo é mais do mesmo, mas melhor!

Assim que entramos no jogo, somos premiados com uma introdução de fazer qualquer entusiasta babar-se. A direcção artística da série Forza nunca nos deixa de surpreender. A produção deste jogo foca cada pormenor do fantástico mundo automóvel como uma ode ao design e ao prazer de conduzir. Essa intenção faz-se sentir em pequenos pormenores como o modo de fotografia em que passamos horas a apreciar o design dos veículos que têm, todos eles, um elevadíssimo nível de detalhe tanto no interior como no exterior. Maioritariamente de fabrico Europeu, os automóveis vão desde os humildes Volkswagen Beetle até aos potentes Koenigsegg, várias idades, potências, estilos e velocidades. Também os cenários são fantásticos, recriando o Sul de França e norte de Itália com paisagens de cortar a respiração, entre estradas no campo e ruas citadinas. Houve, com certeza, muito trabalho de pesquisa para recriar estas regiões. De dia, de noite, ao sol ou à chuva, tudo é deslumbrante. O motor gráfico usado neste jogo é o mesmo de Forza 5, depois de diversas actualizações desde que foi lançado. O resultado é: “oh pá! Isto não é uma fotografia ou vídeo, é mesmo o motor gráfico do jogo!”

Não vale a pena dizer mais nada sobre o visual de Horizon 2. É genial! Mas podemos falar de outros pormenores do jogo antes de avançarmos para a jogabilidade. A banda sonora, por exemplo, é bastante ecléctica entre o rock, o pop, a dança e até música clássica. Estes géneros estão disponíveis através do auto-rádio de cada carro e podemos alternar. Há alturas em que a concentração obriga mesmo a desligar o rádio, mas é importante ligá-lo para ouvirmos notícias de eventos e até comentários às provas nos intervalos das músicas. Outro pormenor interessante é a configuração dos menus no famoso interface Metro a recriar os menus da própria Xbox One, intuitivos e fáceis de usar.

A jogabilidade, na verdade o que realmente interessa, é que é o nosso verdadeiro foco. Também herdadas de Forza 5 são todas as excelentes dinâmicas e físicas de condução. Cada veículo possui as suas características próprias e obrigam a alterações na condução. Como há provas diferentes em pisos e velocidades também diferentes, cada veículo deve ser cuidadosamente escolhido e personalizado. Quase tudo a nível mecânico é passível de ser modificado, tanto a nível de mecânica como a nível de aerodinâmica para tornar o carro mais dominável. Claro que não podem esperar que Horizon 2 seja um simulador de condução. É um jogo arcade, com características de simulador. Se querem simulação pura e dura, olhem mais para Forza Motorsport. Uma nota para dar ênfase neste ponto são as ajudas que permitem colocar mudanças manuais ou automáticas, ajuda à travagem e outras opções. Além de ajudarem os menos experientes, criam rampas para outros desafios, até porque, ao desligar as ajudas, recebemos mais pontos.

As provas giram em torno de corridas de ponto a ponto, corridas com voltas a pistas improvisadas ou mesmo provas todo-o-terreno ou rallys. Há também pequenas provas como as “bucket list” que nos permitem experimentar veículos únicos com desafios interessantes, como um contra-relógio num Ford GT40, por exemplo. Há ainda câmaras de velocidade para bater, placards espalhados por todo o lado para destruir e ganhar bónus, carros antigos escondidos para encontrar e alguns outros desafios que, aliados às provas principais, prolongam a vida deste jogo. De notar que as provas são muito variadas e divertidas. Algumas chegam a ser complexas e desafiantes, outras fáceis. Não há repetição propriamente dita, há um enorme cuidado de nenhuma prova ser igual à anterior. Até porque os veículos mudam, assim com as condições. Entre provas e durante as mesmas, a nossa perícia também conta, cada curva em slide, cada burnout, cada ultrapassagem é pontuada e podemos até gerar combos. Tudo para nos tornarmos ases do volante.

Desde a condução em terra batida ou lama, até à aceleração em estrada, nota-se a diferença de pisos, dependendo dos veículos e até da precipitação. Há um ciclo de meteorologia e de dia e noite que surge durante ou entre as provas. E à noite o desafio é ainda maior, sobretudo com o trânsito aleatório artificial que o jogo cria, com veículos mais lentos que temos de evitar. Experimentem, por exemplo, conduzir à noite e com chuva, numa prova de “off-road” evitando árvores e tractores com um… Ferrari… Sim, leram bem, fazer rally com um Ferrari. Deve ser uma das coisas que menos apreciei, talvez por ser um purista nestas coisas. À lama o seu Impreza, à estrada o seu Veyron. Não gostei de ver que uma das novas provas fosse simplesmente correr pelos campos lavrados para passar por checkpoints com carros que notoriamente não pertencem nesse meio. Apesar de proporcionar alguns momentos fantásticos, percorrer um campo de alfazema com um super-desportivo é algo que me incomoda um bocado. E risca tudo…

E riscos na nova pintura personalizada é tudo o que não queremos. Tal como Forza 5, o nível de personalização visual deverá ser o maior de todos os jogos de condução que já experimentámos. Não só podemos criar padrões únicos, como podemos recriar logótipos e decorações próprias, sem qualquer limite. Notem aqui este Viper decorado com as cores do WASD! Demorou algumas horas a fazer os logos e talvez não esteja perfeito mas têm aqui um exemplo da extrema personalização que podemos obter em cada bólide. Até dá pena quando batemos e o sistema de danos distorce a nossa criação. Podemos partilhar imagens e mesmo as pinturas online para que a comunidade as aprecie também. Há de tudo na comunidade. Desde a decoração “Monster” do Fiesta de Ken Block a um Land Rover ferrugento. A malta não pára de surpreender.

Uma das coisas que mais apreciei é a Inteligência Artificial deste jogo, no que toca a adversários. Na verdade… ela não existe. O que existe, isso sim, é um sistema chamado Drivatar inventado pela Turn 10 para a série Forza. Trata-se de um sistema que grava todos os dados de um utilizador e depois reproduz a sua condução nas sessões de jogadores alheios. Ou seja, ao competirmos numa prova, o jogo grava a nossa condução (a forma de abordar curvas, travar, ultrapassar, acelerar, etc) e cria uma média filtrada, para evitar a condução agressiva, que irá competir sozinha como um avatar pelo mundo fora, em cada sessão dos outros jogadores. O nosso nome vai aparecer sobre um veículo adversário de outro jogador, sem a nossa intervenção. Dependendo do nosso sucesso, ganhamos dinheiro virtual. É uma excelente ideia, porque obriga-nos a melhorar tempos e performances de modo a obter mais dinheiro virtual. E, claro, a liderar as tabelas mundiais.

Claro que não podiam faltar as provas de multi-jogador. Localizadas em pontos específicos, podemos encontrar uma boa dose de diferentes modos de corridas contra jogadores reais. Há até um ponto onde podemos desafiar (ou ser desafiados) para competir contra um jogador específico, se acharmos que temos perícia (ou carro) para o bater. Infelizmente, de todos os desafios que tentámos, os jogadores não sabem muito bem o que é o fairplay e não foi raro sermos empurrados numa curva para fora com um choque propositado. Enfim, quebra um pouco a vontade de jogar contra pessoas reais. Mas para isso é que existem os drivatars no modo offline!

Veredicto

Melhor que Forza Horizon 2? Só mesmo Forza Motorsport 5. Embora não tenhamos a análise deste outro grande jogo (visto já ter sido lançado no ano passado e a Xbox One só agora ter chegado por cá) a sua fama precede-o. Horizon 2 usa tudo o que Forza 5 trouxe, inclusive as dinâmicas irrepreensíveis de condução, personalização de mecânicas e aspecto dos veículos e os fantásticos Drivatars. Mas dá-lhe mais! Confere à série Forza a componente social, o jogar do jogo pelo prazer de condução, pela vontade de descobrir e andar livremente num mundo aberto. Quantos de nós não gostariam de levar um Bugatti Veyron pela estrada fora, prego a fundo, sem destino, só pelo simples prazer de o fazer? E se pudéssemos dar uma perninha contra um Ferrari para “mostrar quem é que manda?” E lá pelo meio parar para simplesmente apreciar a beleza do seu design e tirar umas fotografias. Forza Horizon 2 é um jogo obrigatório. Arrisco dizer um dos melhores jogos de condução alguma vez feitos.

  • ProdutoraPlayground Games/Turn 10
  • EditoraMicrosoft Game Studios
  • Lançamento3 de Outubro 2014
  • PlataformasXbox 360, Xbox One
  • GéneroCondução
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Algumas corridas ilógicas

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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