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Análise: Forza Horizon 3

A cada novo título da série Forza, queremos mais e melhor. Melhores cenários, melhores animações, melhores físicas e melhor jogabilidade. Beneficiando muito da experiência do recente Forza Motorsport 6, este novo Forza Horizon 3 tem tudo para ser um dos jogos do ano ao nível da simulação automóvel.

Forza Horizon sempre soube sobreviver por si só. Apesar do seu “irmão mais velho” ter o seu lugar no pódio no que toca à simulação de condução em circuito, Horizon sempre foi sinónimo de pura liberdade e paixão pela velocidade em vários pisos. Se o primeiro título desta série na Xbox 360 foi uma agradável surpresa, o segundo Horizon foi uma afirmação de qualidade com imensas novidades para prender os fãs num título com ADN próprio. Contudo, Horizon 3 não pode ser simplesmente ser um polimento de cromados. Precisa de argumentos fortes para se fazer valer, sobretudo com alguns outros jogos de condução em mundo aberto a dar bastante concorrência. Vamos lá para a Terra dos Cangurus ver como a Playground Games acelerou pela terceira vez na Xbox One e no Windows 10.

https://www.youtube.com/watch?v=vD1ccSM9qiA

A oferta de Horizon é sempre a mesma: Prazer de condução em várias disciplinas, desde pura velocidade a ralis todo-o-terreno, sem grandes preocupações de técnica ou mecânica, mas mantendo físicas credíveis e a incrível capacidade de personalização da série Forza. E é mesmo isso que aqui temos, nem mais, nem menos. Mesmo nas suas poucas novidades, Forza Horizon 3 é uma repetição da fórmula, desta vez ainda mais aprimorada visualmente, com muita atenção ao detalhe mais ínfimo. E isso é negativo, que um jogo se repita em três capítulos? Não. É mesmo isto que esperamos de um Forza Horizon. Até porque não há muito mais para inventar nestes tipo de jogos de condução em mundo aberto. Horizon já nos leva a fazer todo-o-terreno com Ferraris e sprints com Ford Transits, não é preciso mas invenção que isto.

O que faz um jogo de automóveis deste género vingar? Será a quantidade de veículos para conduzir? Será a qualidade dos modelos visuais dos mesmos? O tal mundo aberto? No meu caso, é mesmo a diversão de estar a conduzir um BMW M2 em recta a quase 300 KM/h para depois travar a fundo e sair em slide para uma pista em terra batida, para fazer um salto de uma rampa rumo à vitória. Sim, as físicas podem fechar os olhos ao realismo aqui. Em circunstâncias normais o meu BMW iria partir os apoios aerodinâmicos todos na terra batida, mas Horizon 3 não é tão rígido como esperam dos verdadeiros simuladores. Até mesmo a simulação de danos chega para rir um pouco, com uma forte pancada numa árvore a dar só uma pequena mossa no para-choques.

Mas também não esperem um jogo de arcadas conduzido na terceira pessoa (ouviste NFS?), onde só conta a astúcia de navegar entre dois pontos. Há, mesmo entre tanta tolerância, um bom simulador de condução, com posição de condução correcta no interior do veículo e modelos absolutamente sensacionais de qualidade e pormenor invejáveis. As físicas também são credíveis, sendo obrigatório algum domínio da tracção, das abordagens de curva e das técnicas que usariam noutros jogos. Há opções de mecânica importantes para mexermos nos veículos, até com alguns upgrades de performance e de aspecto. Só que a grande diferença é que passaremos muito mais tempo a conduzir em estrada, lidando com trânsito e apreciando a paisagem, que propriamente a competir num circuito. E aí sentimos a liberdade desta série, agora num outro palco.

A Austrália é mesmo a estrela de Forza Horizon 3. Das lindíssimas praias, até aos desertos a perder de vista, passando pelas luxuriantes florestas tropicais, há muito para descobrir e garanto que irão passar muito mais tempo com o editor fotográfico, à procura do melhor plano. Este mapa é bem maior que nos títulos anteriores, com alguns pontos geográficos reconhecíveis naquelas revistas de viagens de sonho. E, sim, há também diversos animais tipicamente Australianos (embora sejam bem menos agressivos). Embora as provas abundem, irão passar uma boa parte a explorar estas paisagens magníficas nos diversos Cruises e mesmo alguns eventos panorâmicos. Esperem até entrarem no novo drone para exploração e passearem pelas vastas áreas, vão-me dar razão. Nunca antes um Forza teve tão bom aspecto e tanto pormenor.

No que toca à navegação, a voz calma relaxante do GPS tem agora bem mais opções, podendo agora até oferecer opções e sugestões de percursos, apontar para os próximos eventos numa série ou indicar os coleccionáveis (placas de pontos, veículos raros, etc) que estejam mais próximos do jogador. Claro que podemos sempre ignorar estes percursos predeterminados e fazer corta-mato, um marco da série… mas que o GPS não parece reconhecer. Cada vez que saímos da estrada, o GPS recalcula a rota e faz questão de nos dizer isso mesmo de forma constante. Não seria melhor deixá-lo recalcular em silêncio? Podem sempre ligar o rádio e apreciar uma das várias estações de rádio que vão desbloqueando com vários estilos musicais.

Pelo caminho vamos encontrar muitos jogadores online. Na verdade, não são eles, mas sim os seus famosos Drivatars. Podem, novamente iniciar corridas improvisadas no momento por desafiá-los ou, simplesmente, podemos contratá-los para a nossa equipa e assim reunir um autêntico “gangue” da estrada, até mesmo fazendo “comboios” de carros. Logicamente, também é possível correr contra outros jogadores reais e até de forma competitiva em várias provas. E se reunirem um grupo significativamente grande, também é possível criar um Clube para que todos circulem com os vossos títulos e cores. E notem que, tanto o vosso Drivatar irá aparecer nas sessões dos vossos amigos como os deles na vossa, além de outros desconhecidos. Na verdade, mesmo sozinhos, nunca sentiremos solidão neste jogo, ora por jogadores reais ora pelos Drivatars sempre dispostos a gastar gasolina ao nosso lado.

E nem só em corridas temos de competir. Há novas provas perícia, eventos específicos com variáveis (como correr contra outro veículo levado por helicóptero), bater recordes de velocidade, entre outras provas. O objectivo é sempre o mesmo: angariar fãs para o evento Horizon, ganhar pontos para evoluir a nossa personagem e juntar dinheiro para novos veículos ou upgrades. Pelo meio, a cada evolução, ainda temos a célebre slot machine para ganhar prémios em dinheiro ou veículos raros. E aqui, confesso, continuo a achar que a série facilita demais a progressão se em menos de uma hora consegui meio-milhão de créditos, entre vitórias e prémios de jogo, já para não falar num Ferrari raro em apenas duas passagens pela slot machine. Por um lado é uma clara ajuda a quem só quer jogar pela diversão, por outro, retira um pouco do desafio.

Por outro lado, a já mencionada condução também não é lá muito desafiante, mesmo que desliguemos as muitas ajudas à condução. A dificuldade dos próprios adversários é algo dúbia, havendo momentos que cometemos erros, ficamos para trás e pensamos que tudo está perdido, apenas para ver que os adversários quase “esperaram” por nós mais à frente. E mesmo que falhemos naquele ápice de curva, podemos sempre usar o sistema de “rewind” para voltar atrás e repetir aquela ultrapassem que correu mal. A facilidade na jogabilidade nunca ajudou nenhum título, tornando-o apenas aborrecido, até mesmo nos modos online, embora aqui a variedade de estilos de condução seja mais evidente. E sim, Forza tem muita desta facilidade ao longo da série, o que agradará aos recém chegados mas substitui a perícia pelo infame “pay to win” (e nem vou falar das micro-transacções presentes em jogo).

E depois vem a personalização. Nem tanto de peças adicionais dos veículos, embora quase todos possam ser personalizados a esse nível, mas sim de pinturas e decalques. Como já disse, vão passar imenso tempo a tirar fotografias aos veículos nas mais diversas paisagens arrebatadoras. Agora imaginem o carro pintado como gostam, com vinis detalhados, cores e até as chapas de matrícula como desejam (vejam acima o nosso Lambo). O resultado pode ser uma autêntica peça de arte que até podem partilhar na comunidade. Uma vez mais, o Forza Hub está de volta para garantir essa partilha e estar a par de todas as novidades Forza.

E graças aos imensos veículos presentes, vão passar imenso tempo a coleccionar automóveis, quais pokemóns dispendiosos. Depois é pintar e colar imagens só para ter aquele veículo único e aproveitar um pôr-do-sol e meteorologia mais dramática para tirar as tais fotos arrebatadoras. E aqui reside outro ponto positivo de toda a série Forza Horizon: A sensação de usufruir o nosso próprio carro, ao ponto das corridas serem quase secundárias. No menu também podemos explorar os veículos até à exaustão com o famoso Forza Vista, abrindo portas, ligando o motor, explorando habitáculo. Depois, pegamos no volante e vamos, literalmente, passear pelas paisagens Australianas. Quem é que não faria isto com um veículo caríssimo? Bom… talvez não fosse para uma praia fazer slides com um Ferrari, mas percebem a ideia…

Nota sobre as versões ensaiadas: Forza Horizon 3 é um dos primeiros jogos a receber a funcionalidade “Xbox Play Anywhere” que permite jogar tanto na Xbox One como no PC com Windows 10, como um só jogo. Infelizmente, a versão PC ainda não estava disponível à data desta análise, pelo que não pudemos atestar a sua qualidade.

Veredicto

A experiência de Forza Horizon 3 é igual à dos restantes jogos da série, sou sincero. Melhora (e muito) a qualidade visual, agora tirando proveito das novas capacidades HDR da Xbox One e no PC com Windows 10. Contudo,  a fórmula está virtualmente inalterada, apenas com alguns pormenores de menor relevância a evoluir o jogo. Dirão que um novo cenário e uns efeitos visuais melhorados não serão suficientes para justificar um novo Horizon. Contudo, os argumentos deste jogo não se prendem nas novidades, mas sim no aprimoramento da experiência. Assim sendo, este é o melhor Forza Horizon de todos os tempos e um jogo obrigatório para todos os fãs do mundo automóvel.

  • ProdutoraTurn 10 / Playground Games
  • EditoraMicrosoft Studios
  • Lançamento27 de Setembro 2016
  • PlataformasPC, Xbox One
  • GéneroCondução
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

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Não Gostámos
  • Facilidade na condução e evolução

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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