freedom-wars-listing-thumb-01-us-psvita-15aug14

Análise: Freedom Wars

Este não é apenas mais um lançamento na Vita. Freedom Wars é um dos jogos que vai levar muita gente a comprar a portátil da Sony. Vejam porquê na nossa análise.

Desenvolvido pelo SCE Japan Studio, em conjunto com as companhias Shift e Dimps, Freedom Wars acontece num hipotético planeta Terra, no ano 102014, em que a raça humana vive escondida em abrigos subterrâneos – os Panopticons. Ali, os criminosos – entitulados carinhosamente de sinners – vivem num regime baseado nas contribuições que cada indivíduo pode fazer em prol das cidades-estado. Uma estranha figura de um urso de peluche parece ser quem puxa os cordelinhos de toda a estrutura e cada cidadão é controlado directamente pelo seu Accessory, uma estranha figura robotizada que acompanha cada passo que tu dás.

Isto porque, afinal de contas, cada sinner tem uma enorme pena a cumprir e praticamente tudo aquilo que fazemos neste mundo é passível de ser condenado como crime: dormir deitado, correr mais do que cinco segundos seguidos, falar com membros do sexo oposto, falar com os cidadãos da cidade-estado… enfim, todas as coisas banais que tomamos como certas na nossa vida real, em Freedom Wars são proibidas. Esta premissa inicial agarra a atenção do jogador e ajuda-nos a passar os momentos iniciais em que, tutorial atrás de tutorial, estamos a aprender como funciona a jogabilidade deste JRPG.

No entanto, a nossa personagem cometeu o maior crime de todos que é, para o governo do nosso Panopticon, o de perder a memória. Algo que implica, por consequência, perder também todo o conhecimento que poderíamos ter. Completamente amnésico, levamos com uma pena “ligeira” de um milhão de anos para cumprir. A única forma de reduzirmos esta pena é ir cumprindo as missões que nos são impostas, ao mesmo tempo que vamos ganhando recursos. Com estes podemos depois desbloquear direitos que nos permitam fazer as coisas normais do dia-a-dia, assim como ganhar novas roupas e equipamentos. Alguns destes recursos podem também ser usados para reduzir directamente a nossa pena. Por vezes é uma questão de escolha,  já noutras é novamente por imposição.

Na maior parte das vezes em que vamos em missão, temos como inimigo os abductors – enormes seres que atacam o Panopticon e que raptam os cidadãos. Noutros casos somos impelidos a confrontar sinners das cidades-estado rivais. Para estes combates temos ao nosso dispôr dois tipos de armas: as de longo alcance e as de combate próximo. No primeiro grupo temos uma carabina de assalto, armamento pesado e artilharia portátil, já no segundo vamos encontrar espadas, que tanto podemos empunhar com uma ou com as duas mãos, e lanças. Além de tudo isto, temos ainda ao nosso dispor um gancho (thorn) que, para além de nos permitir deslocar rapidamente pelo cenário e agarrar os inimigos, ainda nos permite curar, defender e deixar armadilhas. Para além das armas, podemos contar com o apoio da nossa equipa, cujos lugares podem ser preenchidos por personagens controladas pelo computador ou então por jogadores através dos modos multijogador local e online. Contudo, o sistema de targetting por vezes é problemático, onde nem sempre é fácil seleccionar o alvo que realmente pretendemos.

Não obstante, o aspecto de Freedom Wars na PS Vita é simplesmente genial e o desenho de personagens ao estilo anime só beneficia com o grafismo deste JRPG. A isto juntam-se as excelentes possibilidades que nos são oferecidas a nível de personalização da tua personagem e do teu Accessory. O grau de profundidade é tal que dei por mim a tentar recriar os meus personagens favoritos das séries japonesas. Claro está, sem falar de todo o equipamento que podemos encontrar e desbloquear com direitos adquiridos. No entanto, os cenários, embora cumpram, podiam ser mais bem explorados a nível de design e destoam com o excelente aspecto das personagens.

Ao longo da minha ainda curta carreira enquanto analista de jogos, sempre que apanhei um JRPG, um dos pontos negativos que tinha sempre a apontar, salvo raras excepções, era o facto de não existir a hipótese de seleccionar a língua original em que o jogo tinha sido produzido. Neste caso, acontece exactamente o contrário, só existe o trabalho de voz em japonês. Para mim, enquanto jogador de JRPG’s, não vejo qualquer problema. No entanto, poderão existir jogadores que prefiram jogar em inglês, por exemplo. Não obstante, o trabalho de voz é excelente e traz à nossa Playstation Vita algumas das vozes mais conhecidas do meio japonês. É o caso do actor que faz a voz da personagem Uwe “Sakamoto” Cabrera, Jōji Nakata, conhecido por encarnar personagens em Hellsing, One Piece, Blood+ ou Naruto.

Veredicto

Freedom Wars é mais uma excelente razão para os fãs dos JRPG’s comprarem uma Vita, depois de Persona 4 Golden e Y’s: Memories of Celceta. O SCE Japan Studio acertou em cheio na construção da narrativa, no desenho das personagens e no excelente trabalho de voz que trouxe ao jogo. A premissa inicial é excelente para agarrar o jogador ao longo das horas de introdução e depois só temos de perceber como podemos contornar o olhar da repressão da cidade-estado. Freedom Wars é a surpresa deste ano para a Playstation Vita e um título que os fãs do género não podem perder!

  • ProdutoraSCE Japan Studio, Shift, Dimps
  • EditoraSony Computer Entertainment
  • Lançamento29 de Outubro 2014
  • PlataformasVita
  • GéneroRole Playing Game
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Sistema de targetting com algumas falhas
  • Cenários pouco ricos

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários