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Gears of War – Judgement

Que tarefa, minha gente… Ter nos ombros um legado de anos de uma das melhores séries de sempre de jogos de acção na terceira pessoa, tentando deixar intacto o enredo principal mas dando uma nova perspectiva e, de alguma forma, inovando… A produtora People Can Fly tinha a braços pegar na série premiada da Epic Games e fazer de Gears of War Judgement um arriscado processo de revisita da série que corria o risco de ser um flop ou um “mais do mesmo”. Vejamos o que nos calhou…

Para quem não sabe, a produtora People Can Fly é uma subsidiária da Epic Games sedeada em Varsóvia e com uma curta carreira nos videojogos, sendo o seu jogo mais conhecido (antes deste) o fantástico e divertido Bulletstorm. Por isso é normal que tivessemos algumas reservas quando pegámos neste jogo. Seria mesmo um Gears of War? Ou uma versão low-end desta série?

Anos antes dos eventos dos jogos anteriores (sim, é mais uma prequela), o nosso conhecido Tenente Damon Baird está a ser julgado. Uma missão da Kilo Squad que parecia rotineira corre incrivelmente mal e ele e os seus três companheiros de equipa enfrentam uma pena pesada. Numa manobra inteligente de produção, cada nível é passado na perspectiva de um dos quatro membros da equipa com diferentes desafios e armamentos. Neste período ainda não surgiu a ameaça Lambent (embora estranhamente apareçam neste jogo, um buraco no enredo?), mas os Locust estão ao rubro com ataques cerrados e, se calhar, situações extremas requerem decisões extremas, mesmo que depois o tribunal marcial seja o inevitável destino.

Na verdade a estória enquadra bem a acção. Trata-se de um enredo que pouco tem a ver com o resto da saga. O que até é agradável porque parece um episódio de Expanded Universe, ou paralelo. Na verdade há uma série que pequenas menções a Marcus Fenix e Dom Santiago, os heróis da série original, mas o enredo é perfeitamente separado. Manobra jeitosa da People Can Fly para não ferir susceptibilidades. De notar que no fim da campanha de Judgement, podemos desbloquear uma nova campanha chamada “Aftermath” que faz a ponte entre os eventos deste jogo e o jogo Gears of War 3 e o papel de Cole e Baird neste jogo. Uma adição interessante que serve e epílogo deste jogo e prólogo de GOW3.

Gosto particularmente do facto de estarmos numa Sera (planeta onde se desenrola a acção) antes da destruição total nos restantes jogos. Os cenários apresentam-se mais compostos e podemos ter um vislumbre de como seria esta colónia humana. Graficamente exemplar, como só o fantástico motor gráfico Unreal Engine 3.5 consegue trazer, efeitos visuais e animações absolutamente geniais, herdadas dos jogos anteriores que exploram muito bem as capacidades da Xbox 360, trazem-nos um jogo magnífico, aliado a uma banda sonora irrepreensível.

A nível de jogabilidade, voltamos ao clássico modo de acção na terceira pessoa com o excelente sistema de cobertura que dita a regra para o género. Só que a People Can Fly precisava inovar um pouco e conseguiu inserir um modo mais arcada de jogabilidade. Podem à mesma jogar de forma linear como sempre, mas inteligentemente a produção inseriu algumas secções onde podemos optar por jogar por objectivos. Basta chegarmos perto de um grafitti do COG e escolhemos Desclassificar a missão. Isto obriga-nos a jogar com armas específicas ou diferentes condições, mas em alternativa dá-nos mais pontos para desbloquear estrelas (até três por secção) que, por sua vez, nos dão a possibilidade de desbloquear personalizações e missões opcionais no modo online Competitivo. Engenhoso! Mas esta opção Arcade acaba por quebrar um pouco ritmo que estamos habituados. Mas sempre podem correr duas vezes o modo carreira, uma vez como estão habituados e uma segunda para desclassificar missões e desbloquear extras mais facilmente.

Pequenas mas pontuais alterações e simplificações do combate e selecção de armas são importantes para tornar o jogo mais rápido e intenso. Agora já podemos trocar de armas com um simples premir do botão Y ou lançar granadas sem ter de as equipar. E mais alterações foram feitas aos atacantes em si. Mais numerosos mas mais fáceis de travar tornam a acção mais divertida. Pequenas alterações que não roubam a acção de Gears of War mas que o tornam mais divertido, quanto a mim.

Mas claro que Gears of War não é nada sem os modos online. Foi isso que o definiu no género e continua a ser isso que nos faz pensar que é um dos jogos com maior longevidade actualmente. Os habituais modos cooperativos da estória do modo carreira e de sobrevivência com o modo Survival são intensos e incrivelmente divertidos, embora este último seja um pouco menos intenso que o modo Horde dos jogos anteriores. Muito divertido é o facto de no modo OveRun haver uma equipa Gear e uma equipa Locust com o mesmo objectivo. Uma espécie de mistura de modo cooperativo/competitivo em vagas e que se torna bastante interessante e apelativo.

O modo competitivo regressa em força com os habituais tipos de jogo de captura de pontos, team-deathmatch, entre outros bastantes populares. A competente e viciante componente de evolução de carreira vai-nos mantendo agarrados aos upgrades e melhoramentos, além de uma interessante adição de armas novas que visam tornar mais justa a diferença de armamento entre Gears e Locust.

Veredicto

É mais um grande jogo desta série. Havia sérias dúvidas se a People Can Fly dava conta do recado. Mas não só cuidou muito bem da mística deste jogo, a sua essência, como o conseguiu melhorar e deitou uns “pózinhos” de originalidade. Já noutras análises demonstrei que não gosto muito de prequelas e jogos que estragam a linha de tempo. Mas este enredo, mesmo com alguns buracos de continuidade pelo meio, não só não estraga nada como consegue ainda responder a algumas perguntas da série e ainda oferece mais razões para jogar toda a saga novamente. Os modos online dão-lhe uma longevidade que poucos jogos podem gozar. Resta dizer que DLCs estão a ser preparados para expandir o enredo.

  • ProdutoraPeople Can Fly
  • EditoraMicrosoft Games
  • Lançamento22 de Março 2013
  • PlataformasXbox 360
  • GéneroFPS
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Pequenos erros de Inteligência Artificial
  • Algumas questões no enredo que possui alguns "buracos"

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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