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Análise – Journey to the Savage Planet

Olá e bem vindos ao Programa Pioneiro de exploração espacial da Kindred Aerospace, eleita a 4ª melhor agência espacial do ano. No vosso horizonte, terão um estranho planeta de nome “AR-Y 26”. E a vossa missão é sobreviver a Journey to the Savage Planet.

Há já algum tempo que não tinha uma experiência tão bem disposta como neste novo jogo dos Canadianos Typhoon Studios. Com apenas três anos de vida, esta produtora despertou a atenção de muitos com este seu novo projecto. A tal ponto que se juntaram à vasta equipa da Google para criar conteúdo para o recentemente lançado Google Stadia. E os primeiro vídeos e teasers deste jogo, como o que apresento abaixo, foram os causadores desta curiosidade geral. Aqui estava um título algo familiar, com muitas referências de outros jogos do género, mas com ligeiros twists, uma arte muito peculiar e imenso sentido de humor. Selem o fato pressurizado, armem a pistola e preparem-se, porque AR-Y 26 é tudo menos um planeta “normal”.

Como um dos exploradores espaciais enviados para descobrir recursos interplanetários em planetas obscuros, a nossa missão deveria ser apenas de explorar mais um planeta isento de vida inteligente, reunindo os tais recursos e fazendo umas quantas tarefas científicas. Depois de uma breve introdução em jeito de boas-vindas por parte do CEO da Kindred Aerospace, Martin Tweed, somos levados ao propósito da missão pela Inteligência Artificial da missão, EKO. Antes disso, temos de escolher um avatar. Na verdade, só escolhemos a voz, uma vez que as feições ficam sempre escondidas no capacete pressurizado. Mas, era óbvio que tinha de escolher um cão como avatar. E, sim, ladra e tudo…

Acontece que quando saímos para o exterior, reparamos que a nossa nave ficou danificada na aterragem. Só mais uma “missão” adicional para a reparar e reabastecer. Nada demais, até porque temos a nossa tarefa principal para cumprir, de exploração e angariação de recursos neste planeta estranho. Só que, bem cedo descobrimos que algo “não está bem” neste planeta de aspecto simpático e com seres “fofos”. A Kindred, ou melhor, o CEO Tweed, ganha um súbito e estranho interesse adicional neste planeta, ficando atento às nossas descobertas. E a dada altura, ficamos envolvidos também numa trama de encobrimento, em que a nossa missão passa a ser de investigação de uma possível raça de seres alienígenas inteligentes.

No fundo, a história serve bem para nos enquadrar com a jogabilidade. Este é um jogo de exploração, colecção de itens, angariação de recursos para evoluir e muitas secções de plataformas e alguns puzzles para resolver, sem esquecer o combate contra seres que variam de hostilidade e poder de fogo. O que significa que vamos correr imensos perigos, não só causado pelos elementos, mas também de alguns seres que se irão defender, inclusive bosses com mecânicas de jogo muito interessantes. E é bem possível morrer em algumas secções mais complexas, obrigando EKO a restaurar um clone nosso na nave, dando-nos a missão de depois recuperar  o loot que deixámos cair.

Pela descrição, já perceberam que se trata de uma espécie peculiar de metroidvania com imensas referências pelo meio. Imaginem algo na onda de No Man’s Sky, com um pouco de The Outer Worlds à mistura, sem a componente de viajar pelo espaço e apenas num único planeta. Depois, adicionem à equação um sentido de humor francamente apurado que me fez rir genuinamente. Misturem bem com uma jogabilidade simples e linear, com alguns elementos modificadores, como o jetpack ou o gancho para subir paredes, dando uma verticalidade interessante aos níveis e já terão uma ideia de como funciona. E o melhor é que podemos jogá-lo sozinho ou com um amigo em modo cooperativo.

Visualmente, este é claramente um jogo que não quer ser levado a sério. Assim que saímos da nave, constatamos que toda a flora e fauna deste planeta é exageradamente retratada como uma caricatura ou banda desenhada. Quase todos os animais e plantas que encontramos possuem notas de “fofice”, mesmo os mais agressivos. Depois, há toda uma paleta de cores garridas, animações e efeitos a condizer. Juntemos a isso uma excelente prestação de actores em vídeo (live action) e uma EKO constantemente a gozar connosco (a fazer lembrar-me tantas vezes da GlaDOS de Portal) e temos aqui um jogo tecnicamente apurado e que brilhou a todos os níveis na versão analisada numa PlayStation 4 Pro.

Infelizmente, há alguns pormenores menos bons. Por exemplo, os controlos. Não são maus de todo, notem, apenas possuem alguma lógicas de botões que não funcionam bem e que seria bom mudar. E algumas lógica de movimento também requerem algum hábito. Como em lutas com alguns bosses, em que sentimos que a mira é algo vaga com a arma e que isso acaba por ditar algumas falhas frustrantes. Nada que não se possa aprimorar com alguma actualização, estou convicto. Ah! E também não gostei muito do tempo de carregamento quando iniciamos o jogo ou entramos numa nova área. Já me conhecem, não sou fã de ecrãs de carregamento. Aqui são escassos, é verdade, mas estão lá.

Agora, talvez o pormenor que menos gostei neste jogo foi… a sua duração. Seria de esperar que num jogo deste calibre, com exploração e tudo, tivéssemos aqui algo grandioso. Por causa do seu formato de metroidvania, já era de esperar que não fosse realmente de mundo aberto, obrigando a alguma linearidade. Contudo, ao descarregar o jogo e constatar que tinha pouco mais de 4 GB de download, fiquei, desde logo, com a sensação que não iria jogá-lo por muito tempo. Cerca de 7 horas depois, tive a confirmação. Com essa duração, achei demasiado curto para a sua oferta. Sem correr o risco de repetição exagerada ou de alargar demasiado a narrativa, talvez o dobro das missões principais com um pouco mais trama não seria mal pensado.

É possível expandir esta duração por efectuar todas as missões secundárias e tarefas científicas, explorar zonas secretas (muitas vezes só acessíveis posteriormente com novas evoluções de equipamento) e até repetir a campanha com um amigo em modo cooperativo. Contudo, fica sempre a sensação que podia ser um pouco maior. É bem verdade que, se calhar, era este o plano da produção: criar um jogo curto mas repleto de conteúdo apurado. E, pensando dessa forma, talvez cumpra bem esse requisito sem precisar de se “esticar”. Nesta era, os jogos com elementos de exploração tendem a ser exagerados em duração e conteúdo. Talvez estejamos só mal habituado, admito. Mas, se estou a gostar de um jogo e, para mim, este acaba algo cedo, é porque talvez merecesse mais, certo?

Veredicto

Não sei quais são os planos futuros dos Typhoon Studios para Journey to The Savage Planet. Dada a sua dimensão algo reduzida (e como termina), é bem provável que surjam algumas expansões ou sequelas no horizonte. Por agora, porém, é só preciso aprimorar algumas questões com os controlos e pouco mais. O que temos em mãos é um jogo francamente divertido, cheio de humor e com uma jogabilidade viciante que só melhora na companhia de um amigo… ambos a rir porque um de nós ladra quando sofre danos. Missão cumprida, Kindred Aerospace.

  • ProdutoraTyphoon Studios
  • Editora505 Games
  • Lançamento28 de Janeiro 2020
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroAventura, Shooter
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Algo curto só com a história principal
  • Controlos precisam de uns ajustes

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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