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Análise – Just Dance 2020

Mais um ano, mais uma pista de dança. A Ubisoft traz o novo Just Dance 2020 que neste ano, para além de se estrear no Google Stadia, também será lançado para a Nintendo Wii. Analisámos a versão PlayStation 4 onde temos a possibilidade de jogar com os comandos PlayStation Move, PS Camera e/ou Smartphones.

A cada ano que passa torna-se mais difícil analisar estes jogos. Isto porque em cada nova edição há muito pouco que muda realmente, com excepção na sua lista de músicas. Como tal, o objectivo desta análise será destacar todas as possibilidades que este jogo nos oferece, aprofundando-nos nas opções disponíveis para passar grandes momentos reunidos com familiares e amigos. Porque é só isso que este género de jogos realmente oferece, por mais que a Ubisoft nos tente convencer que há “eSports” em potencial nestes títulos.

Antes de entrar em detalhes sobre as opções e modos incluídos em Just Dance 2020, devo destacar alguns fundamentos básicos para aqueles jogadores que nunca experimentaram esta mítica série de dança. Aqui o objectivo principal é movimentarmos de igual forma às indicações que vão surgindo no ecrã, o que vulgarmente chamamos de “dançar” mas que, na maioria dos casos (meu incluído), pode ser um conjunto de “jingas”, espasmos e contorcionismo ligeiro. Se tudo correr bem e formos o mais fiéis possível ao que nos é pedido no ecrã, mais pontos serão ganhos.

Em consolas que não possuam uma câmara por defeito, algo que as consolas da Nintendo estão em vantagem, os movimentos são reconhecidos pelos movimentos detectados pelos comandos ou com a ajuda dos acelerómetros de um smartphone via aplicação Just Dance. No caso da Xbox One e PlayStation 4, temos a possibilidade de usar o seus comandos mas também os smartphones e, no caso da PS4, o comando PS Move e câmaras.

Esta última opção é a minha favorita, torna tudo mais divertido sem segurarmos qualquer acessório. Com as câmaras também são reconhecidos mais membros do corpo, permitindo coreografias mais completas para o máximo de pontuação possível. O jogo classifica cada gesto e manobra com palavras como OK, Bom, Super e Perfeito. No final, calcula-se a pontuação de cada música, podendo obter 1 a 5 estrelas de qualidade, além de pontuar em categorias especiais se passarmos uma determinada pontuação.

Como devem calcular, o factor diversão é garantido, até porque há géneros de dança bastante distintos e capazes de nos fazer mexer, por vezes de forma bastante ridícula. E, acreditem, vão fazer muitas “figuras” a dançar para o ecrã e tentar imitar cada movimento. É que os rapazes e raparigas que foram usados como exemplo são dançarinos profissionais. Nós não somos, pelo menos eu não sou. Recordem-se que não é só o jogo que está a pontuar a vossa prestação. Todos lá em casa estão ao lado a ver. Sem pressão…

Cada música tem um certo nível de dificuldade, já agora. Fácil, Médio, Difícil e Extremo. Uma novidade nesta edição é a indicação do que é possível desbloquear em cada música. Na primeira vez que for concluída, é oferecido um avatar e se for superada três vezes, é oferecido um autocolante para a colecção. Por fim, se conseguirmos pontuação Megastar, é desbloqueado um avatar de ouro. Tudo isto é, obviamente, apenas cosmético. Para além das versões normais das músicas, todas têm uma versão alternativa que pode ser desbloqueada dançando-a cinco vezes ou atingindo a pontuação Superstar. Estas variantes são normalmente mais desafiantes que as versões padrão.

Nesta nova edição, continuamos com três modos de jogo, sendo agora separados de maneira diferente, porque Just Dance comemora agora o seu 10º aniversário. E para celebrar esta data, inclui um modo de história chamado All Stars. No modo principal, presente em todos os jogos até hoje, encontramos todos os temas incluídos desta edição, num total de 40 músicas, o maior conjunto de temas disponíveis num jogo desta série. Neste modo o objectivo é exactamente o que expliquei anteriormente: “mexer o esqueleto” ao som de cada tema de escolha livre.

Bem mais descontraído é o modo Kids que, tal como o nome indica, tem uma lista de temas voltada para os mais novos. Há aqui uma mão cheia de músicas infantis com coreografias francamente mais simples. No entanto, entre elas só há duas que se destacam para os nossos mais novos: “Baby Shark” e “Feliz Aniversário”. As restantes músicas, infelizmente, não são muito populares aqui na terra de Camões, mas estas duas chegam para ficar na vossa cabeça por horas, como devem calcular.

Finalmente, temos a terceira e última forma de jogar Just Dance nesta edição, um modo completamente novo, já agora. Sim, este é o tal novo modo que pode ser considerado como uma espécie de modo história. Isto porque contém uma série de cenas intermédias com o famoso Panda (do Just Dance, não do canal infantil) a viajar com a sua nave espacial por diferentes planetas. Cada vez que “navegamos” em cada planeta, o panda vai capturando coreografias dos jogos anteriores de toda a série, incluindo Just Dance 2020.

Mas, não esperem muito deste possível modo de história. Foi claramente criado para celebrar os 10 anos da franquia, agindo como uma espécie de antologia da série. Até considero um modo engraçado para conhecermos a história de Just Dance mas não acrescenta quase nada à jogabilidade. E, infelizmente, também não é assim muito extenso, podendo completá-lo em cerca de trinta minutos. Serve o propósito de honrar o seu legado. E, se calhar, era só mesmo isso que a Ubi queria.

Tecnicamente, Just Dance 2020 conseguiu melhorar substancialmente a detecção de movimentos, mesmo usando um smartphone. Em termos visuais, mantém as coreografias elaboradas, com seu aspecto característico e toda a interface é honestamente semelhante à edição do ano passado, focando-se na simplicidade e facilidade de uso. Sobre a selecção de músicas, considero que é adequada aos temas que mais se destacaram neste ano, com bastante variedade. Mas, os gostos vão obviamente variar.

Antes de terminar, inevitavelmente tenho de falar de Just Dance Unlimited, um serviço de subscrição, onde é possível aceder a mais de 500 músicas para dançar mediante um valor. Cada cópia tem direito a um mês gratuito deste serviço e é possível comprar assinaturas de apenas 24 horas, um mês, três meses ou um ano. Se gostam muito de dançar, recomendo que subscrevam, logicamente. No entanto, se só procuram um jogo para divertirem em companhia, julgo que as dezenas de músicas incluídas neste jogo são mais que suficientes.

Veredicto

Para o seu 10º aniversário, Just Dance 2020 dança ao ritmo que deve. É uma franquia que tem vindo a melhorar as suas edições anteriores, não só ao nível de interface com melhor reconhecimento de movimentos, como também com mais músicas em catálogo. O repertório é bastante variado e certamente agradará aos fãs actuais do reggaeton e aos dançarinos mais nostálgicos. Esta versão de aniversário é, ainda assim, pouco inovadora, mas talvez nem fosse esse o objectivo.

  • ProdutoraUbisoft Paris, Ubisoft Pune e Ubisoft Shanghai
  • EditoraUbisoft
  • Lançamento5 de Novembro 2019
  • PlataformasGoogle Stadia, PS4, Switch, Wii, Xbox One
  • GéneroMúsica, Party
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • As músicas infantis não são populares em Portugal
  • Coleccionáveis sem grande utilidade
  • Pouco inovador

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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