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Análise: Kingdom Hearts HD 1.5 + 2.5 ReMIX

Mas, afinal, o que tem de especial esta parceria entre a Square Enix e a Disney? Muitos farão esta pergunta, certamente porque não acompanham a série desde o início. Para estes e para os fãs nostálgicos, Kingdom Hearts HD 1.5 + 2.5 ReMIX já chegou.

Convenhamos que quando os jogos são lançados em séries e atravessam diversas gerações e plataformas, sofrem sempre com a evolução do hardware e das mentalidades dos públicos-alvo. Kingdom Hearts é um bom exemplo disso mesmo. Precisava de uma revisita, ainda por cima com Kingdom Hearts HD 2.8 Final Chapter Prologue lançado no início deste ano, jogo que infelizmente não recebemos, mas também com Kingdom Hearts 3, planeado para algures neste ano. Obviamente que a Square Enix quer que conheçamos a história antes de abordar o terceiro título. É também uma boa oportunidade financeira para os fãs adquirirem novas versões dos jogos que tanto gostam. E a editora nipónica dá o nosso dinheiro por bem empregue, não se preocupem.

Ao longo da sua história, Kingdom Hearts espalhou-se pela PlayStation 2, PlayStation Portable, Nintendo Gameboy Advanced e Nintendo DS, o que tornava o acompanhar do enredo algo complicado. Mais tarde, uma nova compilação para a PlayStation 3 veio resolver esta questão. Contudo, os seis títulos originais ainda precisavam de uma nova revisita, sobretudo depois do já mencionado KH 2.8 chegar finalmente à PS4. Quem comprasse esse jogo ou o próximo terceiro capítulo na nova consola da Sony, teria alguma dificuldade em acompanhar os acontecimentos anteriores. Problema resolvido: Uma nova compilação com ainda maior qualidade, mantendo os seis títulos originais, avança para a PlayStation 4. E os fãs agradecem.

Para quem não conhece esta série, Kingdom Hears é o que se chama de “crossover” entre universos. Aqui vão encontrar diversas personagens e locais das séries de banda-desenhada da Disney a interagir com personagens do universo dos jogos Final Fantasy e do jogo The World Ends With You (2008). Sora é o protagonista que reúne forças com diversos heróis para derrotar as várias encarnações do vilão Xehanort e os seus exércitos de “heartless” e “nobodies”. Trata-se de uma série que, genericamente, pode ser descrita como de aventura e exploração, com elementos de combate puzzles simples. Contudo, diversas mecânicas foram adaptadas às plataformas de lançamento, pelo que terão algumas diferenças de jogabilidade entre títulos.

No rigor, Kingdom Hearts HD 1.5 + 2.5 Remix é uma compilação de dois títulos: o primeiro Kingdom Hearts renomeado para 1.5 HD Remix e Kingdom Hearts II, renomeado para 2.5 HD Remix. Com estes dois jogos, juntam-se uma colecção de títulos em jeito de expansão. Com o primeiro, temos Kingdom Hearts Final Mix, Kingdom Hearts Re: Chain of Memories e Kingdom Hearts 358/2 Days (cinemáticas remasterizadas). Com o segundo, temos Kingdom Hearts II Final Mix, Kingdom Hearts: Birth By Sleep Final Mix e Kingdom Hearts Re: Coded (cinemáticas remasterizadas). Ou seja, temos aqui quatro jogos e dois vídeos de animação relativos à história de Dark Seeker, tudo revisitado graficamente para a mais recente consola da Sony.

Claro que todo este conteúdo parece vasto… e é mesmo. Quase intimida qualquer recém-chegado. Cada jogo terá em média 25 horas de jogo, mais os dois filmes a totalizarem quase 7 horas de visionamento. São centenas de horas de investimento numa nova saga para os que só agora vão pegar em Kingdom Hearts. É um bom negócio, por outro lado, que tudo seja condensado num só jogo, ao contrário do que acontecer na PS3. Só é pena que não exista nenhum conteúdo adicional para os veteranos explorarem. Contudo, para estes, não deixará de ser um bom pretexto para uma viagem ao passado, sobretudo se não jogaram estas compilações na PlayStation 3.

Falando de performance, Kingdom Hearts II parece ter sido o jogo onde houve mais cuidado na remasterização. Todos os jogos estão optimizados nesta plataforma para correrem a 60 fotogramas por segundo (FPS), mas este segundo capítulo parece ser o que menos se debate com algumas quebras de fluidez de imagem e ocasionais questões com o movimento das personagens. Nada de especial, convenhamos. Mas, é preciso recordar que este jogos não são recentes, apesar do seu relançamento remasterizado. E mesmo esta compilação é uma actualização de um port de dois títulos remasterizados para a PS3. Birth By Sleep, por exemplo, foi lançado na velhinha PSP, por isso não esperem grandes proezas ao nível visual. Em contraste com os demais jogos, nota-se uma falta de detalhe de cenários e das personagens, deixando-nos um pouco desapontados. Mas, até se porta muito bem.

Contudo, o que temos de dar mais atenção é à interacção. Os controlos, como poderão imaginar, foram adaptados à nova realidade do comando DualShock 4, vindos de diversas plataformas anteriores. No entanto, como também poderão imaginar, a idade de alguns destes jogos pesa bastante no que toca à interacção. Não podem esperar grandes inovações de mecânicas e lógicas de jogo nos títulos mais antigos. Esta é uma remasterização e não um “remake”. Chain of Memories será o exemplo mais flagrante. Tem uma abordagem algo ultrapassada na sua lógica de cartas de jogo. Já lá vai o tempo dessa mecânica estreada no Gameboy Advance, mesmo adaptada às capacidades tridimensionais das actuais consolas. Foi penoso passar este título em particular, confesso.

No que toca aos filmes contidos neste pacote, esperem a mesma qualidade visual dos quatro jogos. De um modo geral, são interessantes de acompanhar. Servem de complemento para a história geral e possuem alguns detalhes que não devem perder. Contudo, não sendo um jogo propriamente dito, 358/2 Days possui diversas cenas em que os diálogos são apresentados como texto. O que, mesmo apreciando o estilo da “velha-guarda” em jogos, não deveria ter lugar numa remasterização de um filme. Felizmente, Re:Coded não possui nenhuma destas cenas menos positivas e é bem mais fácil de seguir.

Já agora, antes de terminar deixo aqui uma dica muito importante. Apesar dos jogos e filmes estarem agrupados em dois pacotes (1.5 + 2.5) devem ter em atenção que há uma ordem cronológica de eventos a ter em conta para não ficarem confusos. Se quiserem jogar na ordem correcta, comecem pela prequela Birth by Sleep, depois o primeiro Kingdom Hearts Final Mix, vejam o filme 358/2 Days e sigam por Chain of Memories. Só depois é que jogam Kingdom Hearts II Final Mix e visionam o filme Re: Coded. Caso adquiram o 2.8 Final Chapter Prologue, devem jogá-lo de seguida, mas devem contar com algum conteúdo de prequela e outro intermédio. Confusos?

Veredicto

Fãs desta série, não podem perder esta compilação. Pelo preço de um, obtém quatro jogos clássicos e dois filmes complementares, todos completamente remasterizados. É possível que notem oscilações na qualidade dos títulos incluídos e é verdade que os jogos originalmente criados nas consolas portáteis precisavam de uma revisão mais profunda ao nível gráfico ou na interacção. Contudo, para fãs e recém-chegados, se quiserem preparar a chegada do muito desejado Kingdom Hearts 3 este é primeiro passo para acompanhar uma história mágica que junta mundos tão distintos, mas igualmente ricos. E, porque parece que esse próximo jogo ainda demora a chegar, nada como umas boas dezenas de horas para passar o tempo.

  • ProdutoraSquare Enix
  • EditoraSquare Enix
  • Lançamento31 de Março 2017
  • PlataformasPS4
  • GéneroAventura
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Chain of Memories precisava de um remake
  • Diálogos por legenda em 358/2 Days

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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