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Análise – Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics

Com sete jogos lendários que marcaram os salões de jogos por décadas, esta nova colecção da Capcom é “nostalgia em forma de pixéis”. Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics leva-nos realmente ao passado.

Não me canso de repetir como a Capcom, nos últimos anos, tem realizado um trabalho incrível em termos das suas produções. Para além de dar continuidade aos seus títulos históricos com uma qualidade que varia entre o bom e o excelente, a empresa não hesita em experimentar e também criar novos títulos, como Kunitsu-Gami. No entanto, para além das novidades, a Capcom não deixa o seu passado cair no esquecimento. Afinal, estamos a falar de uma das empresas que fez história no mundo dos videojogos e que praticamente inventou o género de luta. O título que vamos falar hoje serve para nos relembrar como são tão exemplares nesse género porque, além de celebrar a parceria histórica com a Marvel, a fórmula da Capcom ainda hoje é tão boa, apenas precisando de modernizar os seus clássicos. 

Para ajudar tanto as novas gerações como os fãs de longa data a redescobrir alguns dos seus clássicos, a Capcom tem lançado, nos últimos anos, colecções bem cuidadas dos seus melhores títulos. É algo que tem sido tão bem apreciado, tanto pelos jogos incluídos em si, como pela atenção na criação desta compilações, devidamente tratadas de acordo com a sua relevância. Entre as mais notáveis dessas recriações, recordamos a colecção do 30º Aniversário do original Street Fighter.

Como o título desta compilação sugere, esta é uma colecção dedicada aos antigos videojogos que apresentavam os famosos super-heróis da Marvel ao lado dos clássicos guerreiros de Street Fighter e outros heróis e vilões de outras franquias. Parece uma mistura improvável e realmente não parece haver um paralelismo possível entre, por exemplo, Spider-Man e Ryu. Mas, o que se pretende aqui não é bem igualar os poderes e golpes das personagens mas sim dar-nos uma jogabilidade ampla e muito viciante. Após jogar os sete títulos incluídos nesta colecção, é hora de vos contar quão entusiasmado fiquei com esta nova reedição.

Se, como eu, e ainda se lembram da gloriosa era dos salões de jogos, então jogar Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics será uma valente viagem ao passado. Uma em que, talvez, se sintam mais velhos, é verdade, mas que também nos transporta para uma outra era bem mais simples e divertida. Depois de ultrapassarmos os problemas existenciais ligados ao inevitável passar do tempo (ahem…), é inegável que estamos diante de uma colecção de títulos de qualidade muito grade. No total, temos sete jogos que marcaram a geração de 90 e anos 2000, todos inseridos no mesmo género:

  • X-Men: Children of the Atom (1994)
  • Marvel Super Heroes (1995)
  • X-Men vs. Street Fighter (1996)
  • Marvel Super Heroes vs. Street Fighter (1997)
  • Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes (1998)
  • Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes (2000)
  • The Punisher (1993)

É, de facto, uma selecção de títulos histórica, contendo jogos de elevada qualidade, lançados entre 1993 e 2000, que mostram praticamente toda a evolução dos jogos de luta da marca. Como sabem, a Capcom praticamente inventou o estilo tag team neste género, nascido com o revolucionário X-Men vs. Street Fighter, o primeiro a permitir trocar de personagem a meio de uma luta. Ainda hoje, é uma “imagem de marca” dos jogos de luta da produtora, sendo agora também um “plágio” aceitável em quase todos os (grandes) rivais de luta.

O destaque desta colecção, porém, é outro. The Punisher, de 1993 surge destacado no final da lista porque, realmente, não está bem equiparado com os demais. É que, embora este título possa realmente parecer deslocado em relação aos outros, sendo um “beat’em up”, na realidade, tem mais importância que possam pensar nesta colecção. Este foi o primeiro jogo resultante da colaboração entre a Marvel e a Capcom. Além disso, a versão original arcade nunca chegou às consolas com um port directo, havendo apenas uma conversão medíocre para a SEGA Mega-Drive lançada em 1995, sem fazer real justiça ao título original.

Enquanto aguardamos que a Capcom lance eventualmente um segundo volume da sua colecção de beat’em ups (estou ansioso por ver de novo Cadillacs & Dinosaurs), The Punisher é uma excelente adição ao pacote. Mas, há mais jogos para “redescobrir”. Temos óptimos clássicos do género de luta, começando com X-Men: Children of the Atom e Marvel Super Heroes, que adaptaram elementos de jogabilidade de Street Fighter e Darkstalkers ao universo dos super-heróis da Marvel.

Com X-Men vs. Street Fighter, assistimos ao nascimento dos jogos de luta no já mencionado género tag team. Podemos mesmo observar, jogo após jogo e por ordem cronológica, as melhorias graduais nesta fórmula, culminando em Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes, uma das adaptações mais queridas pelos fãs. Para mim, O ponto alto desta colectânea é Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes, um dos jogos de luta mais amados de sempre, que introduziu equipas de três personagens, 56 lutadores e novos ataques espectaculares. Embora desequilibrado devido a algumas equipas muito poderosas, a diversão proporcionada pela acção exagerada e os movimentos impressionantes tornaram-no num clássico intemporal.

Tal como nas outras colecções da Capcom, aqui também foram introduzidas várias opções para modernizar a experiência, incluindo um modo multijogador online, um modo de treino e um museu com arte e banda-sonora originais dos vários jogos. Há também a possibilidade de guardar o progresso a qualquer momento e opções gráficas para personalizar o formato do ecrã. Esta última opção é claramente para acomodar os que querem reviver a nostalgia dos míticos ecrãs CRT. Como os jogos foram concebidos neste formato e é assim que os recordamos, é mais uma daquelas doses de nostalgia que muito apreciei.

Contudo, nem todas as adaptações à modernidade fazer os jogos brilhar. Apesar dos comandos simplificados serem úteis para iniciantes, para mim não substituem completamente a jogabilidade clássica. Há qualquer coisa de nostálgico naquele tipo de “button-mashing” dos clássicos de arcadas que se perde um pouco aqui. Bem sei que os tempos são outros mas se o intuito era levar-nos ao passado, aqui perdemos um pouco dessa “viagem”. Há que adaptar aos comandos actuais, sem dúvida mas o preço a pagar é algo negativo.

Veredicto

Esta reedição é mais uma “pérola” que mostra como a Capcom continua positivamente comprometida com o seu brilhante passado. Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics é mais uma demonstração de como a produtora e editora nipónica consegue sempre surpreender com as suas colecções dedicadas a jogos de luta do passado. Com sete títulos que fizeram história, incluindo o lendário Marvel vs. Capcom 2, é um verdadeiro tesouro para fãs, especialmente para os veteranos das arcadas. A introdução de opções modernas sem dúvida torna os jogos mais acessíveis, sem realmente comprometer a autenticidade da experiência arcade. Contudo, deixem-nos fazer “button mash”, por favor…

  • ProdutoraCapcom
  • EditoraCapcom
  • Lançamento22 de Novembro 2024
  • PlataformasPC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X|S
  • GéneroLuta
b
Bom

Equilibrado e com boas ideias, os seus erros não o impedem de brilhar.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Os comandos simplificados nem sempre substituem bem os clássicos
  • Mais slots de gravação rápida seriam bem-vindos

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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