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Análise – Marvel’s Iron Man VR

De todos os acontecimentos de 2020, este será um ano também relembrado por todos os adiamentos de jogos. Marvel’s Iron Man VR, estava previsto inicialmente para Fevereiro, depois para Maio e finalmente para Julho. Durante este tempo de espera, tivemos oportunidade de o experimentar para vos dar as nossas primeira impressões. Agora já podemos dizer-vos, finalmente, como é vestir o famoso “fato” de Tony Stark.

Este título nasceu para um único propósito, deixar-nos viver a experiência de vestir a poderosa armadura tecnológica de um dos mais amados super-heróis dos últimos anos. Depois de alguns anos a ver o actor Robert Downey Jr. a interpretar o papel no grande ecrã, agora é a nossa vez de sermos o multi-milionário filantropo e irreverente. Caberá a nós, colocar a armadura e viver a emoção de voar a toda a velocidade nos céus. Na primeira pessoa.

A principal inspiração para este título vem maioritariamente desse universo cinematográfico tão popular da Marvel. É inegável o impacto na última década criado por este marco do cinema e como influenciou a imagem que o público no geral tem destas personagens. Mesmo tendo mais de 80 anos de história com banda desenhada, inundou a cultura “pop”. Por esse motivo, não será surpreendente vermos algumas cenas deste jogo que nos lembram alguns momentos mais icónicos dos filmes do Homem de Ferro.

A história começa com Tony Stark que recentemente revelou a sua identidade ao mundo. Se bem se lembram, nessa revelação acrescentou que não iria fabricar mais armas na sua Stark Industries. Passaram-se, entretanto, cinco anos e com sua companheira inseparável Pepper Potts, a viajar no seu avião privado, são atacados por um inimigo misterioso que usa os próprios drones de ataque Stark para sabotar o avião. Isto, não só deixa Tony surpreendido, porque em teoria a fabricação destes drones tinha parado há anos, como também parecem modificados ou personalizados.

Tony rapidamente descobre que está na mira de um vilão que se auto-intitula de Ghost, que alguns fãs irão lembrar da sua presença na BD e no filme Ant-Man and the Wasp. Na realidade, este antagonista cruzou-se muitas mais vezes com Iron Man na banda desenhada, surgindo pela primeira vez em 1987 num livro dedicado a este super-herói. As razões do ódio de Ghost parecem estar ligada às muitas vítimas das antigas armas da Stark Industries. Mas, com o desenrolar do jogo, percebemos que intenções de Ghost são mais complexas do que pensávamos.

A história desenrola-se em doze missões principais e não se destacam muito pela originalidade, quanto a mim. Mesmo assim, são muito bem feitas e em linha com a história dedicada às aventuras de Iron Man, tanto na banda desenhada como nos filmes. Obviamente, o nosso herói vai prevalecer ao vilão de serviço, mas isso é de esperar de uma aventura deste calibre, não esperem grandes surpresas no argumento. As missões foram criadas para tirar vantagem do sistema de jogo e explorar as capacidades e acções que todos gostariam de fazer no papel de Tony Stark. Tenho de admitir que saltar de um avião a mais de mil pés de altitude e ir vestindo peça a peça da armadura enquanto estamos em queda livre, é uma cena que agrada qualquer fã, especialmente com a ajuda da Realidade Virtual. O mesmo se aplica quando usamos pela primeira vez o Unibeam, o poderoso raio emitido directamente do reactor no peito de Tony Stark.

Falar de “serviço aos fãs” é quase uma obrigação em muitos projectos e jogos neste universo da Marcel e também o é, obviamente, em Iron Man VR. Ao visitar as aeronaves da S.H.I.E.L.D, por exemplo, haverá oportunidade de reconhecer várias personagens desta fraquia, como Nick Fury que vemos na imagem acima. Além disso, os próprios Vingadores são frequentemente mencionados, tanto pelo protagonista como pelas outras personagens com quem interagimos. Os modelos das personagens também são muito remanescentes dos actores do Universo Cinematrográfico da Marvel. Obviamente, por razões de direitos de imagem dos actores, notarão óbvias diferenças.

Gostei particularmente da possibilidade de, não apenas assumir o papel do super-herói Homem de Ferro, mas também de experimentar sequências diferentes na pele do próprio Tony Stark. Essas partes acrescentam profundidade à história desta personagem complexa e permitem alternar as sequências de batalhas com partes mais calmas. Essas partes, geralmente, oferecem possibilidades de interacção únicas, além de controlarem a passada do jogo, obviamente.

Para terem uma ideia desta diferença de compasso, a vila de Tony em Malibu, permite-nos passar um tempo em total relaxamento, treinar com pesos, fazer flexões, praticar boxe ou simplesmente ir ao frigorífico para preparar um smoothie e uma sanduiche. Pode parecer algo excedente (e é) mas muitos serão os que gostariam recriar a vida de Tony, é o tal serviço aos fãs. Por outro lado, todas estas acções tiram o máximo proveito dos comandos PlayStation Move e tornam-se interessantes momentos de interacção no VR. Uma imersão completa onde só falta mesmo… provarmos a tal sanduiche…

Notem que Iron Man VR é um dos títulos de PSVR com longa duração. Os créditos finais surgiram após oito horas de jogo e esse tempo pode ser facilmente prolongado se se quiserem dedicar a melhorar as pontuações nas missões já feitas ou a enfrentar desafios de voo e combate secundários. E tenho de realçar ainda a possibilidade de aceder a cada área visitada em modo free flight, para a explorar sem inimigos ou objectivos. Isto significam muitas horas com o PSVR colocado, com as óbvias advertências de fadiga e náuseas possíveis. Mas, fã que é fã, vai jogar continuamente, estou certo.

Como já devem ter percebido, a jogabilidade deste título foi feita para nos fazer sentir, em vários aspectos, como o herói com a sua armadura hiper-tecnológica. Quando estamos nos céus, o sistema de movimento e a orientação é feita com a ajuda dos comandos PS Move que irão direccionar o voo e também servem para mirar e disparar. Para voar ou planar é tão simples como apontar as mãos para o sentido contrário que desejam ir, numa lógica de repulsa, obviamente. Se quiserem subir apontam os propulsores (situados nas palmas das mãos) para baixo, se quiserem voar em frente apontam para trás e assim sucessivamente, tornando-se perfeitamente intuitivo.

Usando os botões superiores do Move, também podemos mover a vista sem precisar de virar a nossa cabeça para movimentos mais amplos. Ao pressionar os gatilhos duas vezes rapidamente, podemos dar activar o boost do fato na direção indicada pelas mãos, útil para desviar de ataques inimigos. E também podemos parar no ar para poder mirar melhor durante as batalhas. Uma vez assimilado, este sistema permitirá fazer incríveis evoluções aéreas, simulando verdadeiramente o estilo usado pelo Homem de Ferro visto no cinema e na banda desenhada. É, sem dúvida, um sonho tornado realidade para os fãs deste herói.

Falando finalmente no sistema de ataque, temos à nossa disposição todas as habilidades da armadura, com um sistema de controle que segue a mesma lógica do sistema de propulsão. Quando apontarmos as palmas para o alvo, basta pressionar o botão central em cada PS Move para usar os repulsores, mas de forma mais letal, transformando-os naquele feixe disparado das mãos que representa a arma clássica de Iron Man. Devemos ter cuidado com os abusos de modo a evitar o superaquecimento, o que nos impedirá de disparar por alguns segundos. Algo que poderá condicionar os ataques, dando-nos o equivalente ao que teriamos do recarregamento de uma arma em qualquer jogo de acção.

A parte mais interessantes deste sistema é que cada braço trabalha de forma autónoma, para que possamos atirar com os dois ou usar um para se mover e o outro para disparar. O mesmo princípio aplica-se às armas secundárias, geralmente instaladas no antebraço. Podemos equipar uma arma de braço diferente e, para usá-las, basta apontar o PS Move em direção ao alvo com a mão dobrada. Há seis armas secundárias diferentes, incluindo mísseis perseguidores, metralhadoras e bombas inteligentes. Obviamente, todas terão um tempo de recarga maior que a arma principal. A mistura de todos estes sistemas elaborados é que faz com que o combate seja verdadeiramente recompensador.

Todo este sistema de interacção funciona bastante bem mas não deixa de ter algumas falhas menores. Por exemplo, descer de altitude é bastante complexo, dada a incapacidade de girar os pulsos além de um certo limite. E nas situações mais agitadas não será natural usar movimentos artificiais para nos movimentarmos rapidamente. Percebemos, então, que o sistema funciona melhor quando jogado em pé, em vez de sentado, tanto para realizar algumas poses, como também por um reconhecimento mais imediato do sistema dos nossos movimentos. Também não gostei da frequência com que é preciso recalibrar a nossa posição em relação à câmara (mantendo pressionado o botão Start).

Mesmo com essas falhas, tenho de elogiar o design de todo este sistema, que na minha passagem pelo jogo, apesar da sua duração, nunca me provocou problemas de enjoo. Não sou particularmente sensível a esse problema, notem, mas já aconteceu com vários jogos sentir uma leve náusea após uma ou duas horas de jogo. No caso de Iron Man VR, talvez por causa do esquema de controlo, mesmo em momentos de maior tensão e reacções mais rápidas, não senti as infames náuseas. Será algo que, obviamente, varia de pessoa para pessoa. Mas, também é verdade que alguns esquemas de controlo em outros jogos VR são uma das principais razões para esta reacção fisiológica indesejável.

Antes de terminar, temos de falar no grafismo, obviamente. Neste aspecto, o jogo consegue ser bastante fluido, mesmo numa PlayStation 4 normal usada nos nossos testes. Durante a análise, notei algumas quedas esporádicas nos FPS, é verdade, mas nunca representaram um grande problema. Infelizmente, essa fluidez é justificada pelo comprometimento representado por algumas texturas menos polidas que se tornam notória em algumas secções, como nos arranha-céus da cidade de Xangai, por exemplo. Felizmente, esses são exemplos esporádicos e tanto as personagens principais, como outros modelos e algumas áreas que irão visitar mostram maior polimento. Pode ser algo a corrigir em futuras actualizações.

Veredicto

Depois de Blood & Truth no ano passado, podemos dizer que o PlayStation VR tem aqui outro grande jogo na sua colecção. Marvel’s Iron Man VR premeia fãs e jogadores, vestindo-os com as roupas e armaduras deste super-herói, graças a um sistema de controlo e combate criado com muito cuidado. E o melhor é que, apesar da sua dimensão, este esquema de controlo até ajuda a mitigar as infames nauseas. Existem alguns defeitos, é certo, mas são ditados por uma tecnologia que ainda precisa percorrer um longo caminho para amadurecer. Actualmente este é um dos jogos a ter em consideração se quiserem experimente tudo o que o PSVR consegue proporcionar.

  • ProdutoraCamouflaj
  • EditoraSony Interactive Entertainment
  • Lançamento3 de Julho 2020
  • PlataformasPS4, PS4 Pro, PSVR
  • GéneroAcção, Aventura
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • A história não é o foco principal
  • Algumas falhas na movimentação
  • Optimização de algumas texturas

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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