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Análise: Metal Gear Solid V – Ground Zeroes (PS3, PS4, X360, Xbox One)

Ground Zeroes está para o Metal Gear como o Prologue está para o Gran Turismo. Muitos fãs mostraram o seu desagrado por conter apenas uma missão que custa 29,99€ para qualquer umas das plataformas. Eu próprio, confesso, não gostei de saber que a missão presente em Ground Zeroes podia ser concluída em menos de 2 horas, mas agora que tive oportunidade de o jogar tenho a dizer que o jogo não é só uma missão, nem são apenas um par de horas.

À medida que fui jogando fiquei impressionado pela qualidade gráfica do FOX Engine, pela nova voz do Snake e pelo facto de ser, verdadeiramente, open-world. No fundo, é uma grande jogada de Hideo Kojima para mostrar o que nos aguarda no jogo final a que este apenas serve de introdução, Metal Gear Solid V – The Phantom Pain. O novo sistema de jogabilidade só nos deixa com mais água na boca e desejo de jogar o próximo Metal Gear Solid, que infelizmente não sabemos até à data desta análise quando vai sair. Agora vamos ao que interessa. 

Ground Zeroes ocorre imediatamente a seguir aos eventos de Peace Walker da PSP (e re-lançado em HD para PS Vita e PS3). Ou seja, em plenos anos 70 vamos acompanhar Naked Snake (ou Big Boss) nos eventos que se seguiram depois de fundar os Militaires Sans Frontiéres para lutar contra a opressão militar a nível mundial. Se por acaso não conhecem o enredo ou precisem de recordar, têm uma opção no jogo com 11 páginas extensas para vos pôr ocorrente de tudo. A nova missão de Big Boss neste jogo consiste na infiltração numa base militar de alta segurança, Camp Omega em Cubapara efectuar o resgate de dois prisioneiros: o pequeno Chico e a nossa conhecida Paz.

O início do jogo começa com uma cutscene como só Kojima sabe fazer. São 10 minutos que passam a correr e onde nos é apresentado o comandante Skull Face, o novo antagonista de Naked Snake. É nesta introdução que temos a oportunidade de ouvir Kiefer Sutherland pela primeira vez, sendo este casting um dos maiores receios dos fãs. David Hayter habituou-nos à sua performance como voz de todos os Snake desde 1998, mas Sutherland assenta no papel de Big Boss como uma luva e pouco tempo depois habituamo-nos, pelo menos para mim que a dada altura já nem me lembrava da antiga voz.

O FOX Engine deslumbra desde que começamos a jogar. Ao longe vemos uma base militar fortemente vigiada com as suas torres de vigilância e os seus holofotes. De notar que existe tempo (o ciclo de dia existe) e meteorologia com alterações realistas. Já agora, a chuva e o vento têm impacto directo no ambiente, deixando tudo molhado e a esvoaçar com a forte ventania. Enquanto corremos pelas poças de lama notamos que Snake tem agora ao seu dispor novos movimentos. Existem agora elaboradas animações para, por exemplo, mergulhar no ar para entrar naquela cobertura em grande estilo ou para se esconder no momento certo.

Tal como em Metal Gear Solid 3, Snake deixa para trás o célebre radar que mostrava a localização dos seus inimigos mais próximos e agora, no seu lugar, tem a possibilidade de marcar os adversários através dos binóculos ou com a mira da arma tornando-os em waypoints para percebermos por onde andam. Tendo em conta que Metal Gear é sobre o elemento de surpresa e acção furtiva, tive algum receio nesta funcionalidade. No entanto, como se trata de um mapa bastante amplo, ajuda-nos a aperceber-nos do que nos rodeia e a tomar decisões com base nos movimentos dos guardas e dos objectivos da missão. Uma nova “aplicação”, que mais não é que um menu, é que nos apresenta o mapa do jogo. Esta aplicação iDroid permite-nos também usar o Codec (comunicações), chamar apoio aéreo e ouvir as mensagens que vamos apanhando, entre outras opções. Existe uma aplicação na App Store dos dispositivos Apple e Android para usar o iDroid em plataformas móveis, uma solução interessante e prática para usar em paralelo com o jogo.

Outra funcionalidade adicionada foi o Reflex. Quando Snake é detectado, o tempo abranda dando-nos uma hipótese de emendar o erro se conseguirmos neutralizar a pessoa que nos detectou. Graças a isso mais ninguém entra em alerta. É uma nova mecânica na jogabilidade e eu confirmo-vos que não devia existir neste jogo porque torna tudo mais fácil. Felizmente é possível desligar esta funcionalidade nas opções e acabei por fazer a minha segunda volta pelo jogo sem Reflex e tive uma experiência muito mais próxima dos outros jogos.

Por falar em detecção, a Inteligência Artificial foi bastante melhorada e é impressionante como as reacções mudam consoante a hora do dia. Durante a noite, os inimigos usam lanternas e tochas para nos procurar ou sempre que vêem algo estranho. Durante o dia a distância de visão é consideravelmente aumentada e basta sermos vistos para termos toda a base a perseguir-nos.

A minha primeira volta pelo jogo demorou-me precisamente 65 minutos, incluindo cutscenes, tendo morrido duas vezes. Assim que completei a missão principal, foram desbloqueadas as Side Ops, missões que têm lugar na mesma base militar, mas com diferentes objectivos. Numa delas é necessário eliminar dois agentes fortemente protegidos. Noutra, deixamos o stealth de parte e colocamo-nos num helicóptero com um lança granadas na mão para destruir a base como se se tratasse de um filme do Michael Bay.
Estas missões secundárias, quatro no total, dão mais longevidade ao jogo e ainda terão a possibilidade de encontrar coleccionáveis espalhados na base para perceber melhor o que se está a passar com as pessoas que temos de resgatar. Até agora já somei mais de 5 horas de jogo e tenho intenção de voltar outra vez…

Veredicto

Esta nova abordagem a Metal Gear Solid adiciona um pouco mais da lógica de shooter ao ADN da série, mas não esquece as suas origens de acção furtiva (ou Espionagem Táctica como Kojima lhe chama). Consegue satisfazer tanto os fãs como os recém chegados. Ground Zeroes mostra da melhor maneira o que está para chegar em The Phantom Pain. Como já disse, não sabemos ainda a data de lançamento, mas a expectativa está bem lá no alto depois de jogar este prólogo.
Se são fãs de Metal Gear Solid e não têm paciência para esperar até à próxima entrada da série, recomendo que corram para as lojas e agarrem o vosso Ground Zeroes.

  • ProdutoraKojima Productions
  • EditoraKonami
  • Lançamento20 de Março 2014
  • PlataformasPS3, PS4, Xbox 360, Xbox One
  • GéneroAcção
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Funcionalidade Reflex
  • História deixa a desejar
  • Onde está o Phantom Pain?

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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