Análise – Monster Energy Supercross 4
Monster Energy Supercross regressa para o seu quarto capítulo e, embora os nossos pensamentos gerais nos levem a crer que é “mais do mesmo”, há algumas mudanças e melhorias notáveis. Para começar, aqueles que pegarem neste jogo com uma consola de última geração, provavelmente terão um regalo visual. Torna-se claro que a produtora Milestone tomou medidas para garantir que este seja o lançamento mais realista e atmosférico até à data.
Este capítulo segue de facto os passos do seu antecessor, actualizando-se para a temporada 2020 desta época de Supercross do campeonato AMA. Assim, contem com as insígnias e patrocínios relacionados, assim como bólides e pilotos. Mas, não fica por aí. Para além de termos algumas novidades e melhorias na jogabilidade e no visual, traz novos módulos para o editor de pistas e o modo carreira foi estruturado em três fases, com uma árvore de habilidades totalmente nova. Isto, sem esquecer o novo modo The Compound, um local inspirado na ilha de Maine, onde podemos conduzir livremente e treinar, enfrentar desafios e ainda obter pontos de experiência, alguns itens desbloqueáveis e até créditos para usar em jogo.
Mesmo assim, este novo título parece bastante próximo do seu antecessor, desde a jogabilidade à própria física e comportamento da mota, um factor que já era bastante punitivo quanto a erros no terceiro capítulo desta série. A física dos jogos deste género, como na vida real, são a espinha dorsal de todos os saltos, pousos e acrobacias. Aplicar manobras correctas, obviamente, dá-nos bónus, fazendo-nos ousar nas manobras aéreas e derrapagens para conseguirmos mais alguns pontos extra. Felizmente, estas acrobacias são fáceis de executar, graças a um sistema de controlo bastante intuitivo e que se baseia, em grande parte, no ritmo de cada salto nas respectivas rampas.
Tentar dominar este esquema de controlo é um bom método para conhecer as 17 pistas (divididas em 11 estádios) ao pormenor. Em cada uma delas, será necessário tirar as medidas para os seus saltos e para aplicar algumas acrobacias entre eles. Uma vez feito este reconhecimento, aumentam a probabilidade de ganhar em todas as modalidade que incluem Time Attack, campeonato classe 250SX dividido em duas divisões, campeonato classe 450SX e eventos individuais com pilotos especiais. Não esquecendo, claro, o modo carreira com sistema de habilidades revisto e que, ao chegar à Pro League, permite-nos desafiar rivais especiais.
Quando estamos ao volante, porém, a tal “espinha dorsal”, por vezes, decide punir-nos em saltos inofensivos, da mesma forma que é dificultada pelos inúmeros pilotos controlados por uma inteligência artificial que não leva em conta a nossa presença. Os adversários são agressivos, empurrando-nos para fora de pista e, muitas vezes, até aterram dos seus saltos em cima de nós, o que resulta numa queda imediata. Por outro lado, os adversários raramente cometem erros, complicando o início do modo carreira, quando as estatísticas do nosso piloto e os componentes da nossa mota são mínimos e precisamos de alguma sorte para pontuar.
Sempre temos os eventos únicos, que nos permitem escolher pilotos de bom nível e desfrutar de imediato de uma jogabilidade mais equilibrada. Esta dificuldade é só mais presente no modo de carreira que destaca a evolução do piloto, com a melhoria de características que pretendem impactar a jogabilidade. E temos uma vantagem adiciona contra estes adversários: temos a capacidade de retroceder no tempo por alguns segundos, cancelando quaisquer erros. Caso decidam dar uso a esta capacidade, porém, devem saber que há um custo para o seu uso, com uma redução no ganho de créditos no final da corrida. É um recurso precioso que pode ajudar a superar o impacto inicial da dificuldade, mesmo que tenha um custo inquestionável.
Com os primeiros níveis a ajudar a acumular experiência rapidamente, temos a oportunidade de gastar alguns créditos em características estéticas e, mais importante, em modelos e componentes que realmente importam. Entre estes upgrades, temos alguns que realmente alteram a jogabilidade, como os que influenciam as características do piloto, que incluem inclinação, controlo no ar e controlo geral da mota. São estes elementos que se destacam, dando a entender que, por baixo da jogabilidade arcade de Monster Energy Supercross 4, existe alguma alma de simulação.
Voltando a falar da carreira, a gestão do futuro do piloto é bastante interessante. Existem contratos, treinos, eventos e até lesões. Estas podem ser superadas rapidamente, desde que tenham créditos suficientes, caso contrário as lesões poderão reduzir o desempenho do piloto num determinado número de eventos subsequentes. A determinação do dano sofrido pelo piloto, contudo, parece-nos um tanto aleatória, não estando ligada a nenhum incidente em particular durante as provas. É uma funcionalidade interessante mas pouco trabalhada, tornando-se apenas uma chatice.
No sector técnico, Monster Energy Supercross 4 tira bom proveito do hardware da última geração. Dos elementos que mais me impressionaram, está a possibilidade de seleccionar diferentes condições ambientais em eventos individuais, tornando as provas algo diferentes entre si. Por outro lado, as motas, as verdadeiras vedetas, estão muito bem modeladas, com 110 marcas de peças de mecânica e acessórios e centenas de autocolantes diferentes. Noutros lados, podem contar com novos módulos para o editor de pistas e 100 pilotos dos clássicos modos 450XX e 250SX.
Visualmente, testámos este jogo na sua versão PlayStation 5. Comparando com o jogo anterior na anterior geração, notámos um nível de detalhe superior, com efeitos de iluminação bem mais apurados. Também gostei muito dos efeitos criados pela lama, as recriações dos rostos dos pilotos, os impactos das motas e o efeito que os fogos de artifício criam no espectáculo que é o Supercross. Visualmente, é um passo em frente nos padrões de jogos de corrida de hoje em dia, especialmente “na lama”. Não esquecendo claro os gatilhos adaptáveis do DualSense que nos permitem sentir toda a pista por baixo das rodas e a imprescindível aceleração da mota.
Veredicto
Monster Energy Supercross 4 segue a tradição da série, oferecendo-nos uma recriação deste lendário campeonato de Supercross, dando-nos muito conteúdo, personalização em quantidade, ao mesmo tempo que nos oferece neste capítulo um modo de carreira revisto e uma progressão bem divertida. No entanto, é mais uma vez sobrecarregado por uma inteligência artificial limitada e demasiado agressiva, algo que devia ser revisto em comparação com o capítulo anterior. Em conjunto com uma física punitiva e nem sempre convincente, ficamos com a ideia que a produção se focou nos aspectos menos relevantes.
- ProdutoraMilestone
- EditoraMilestone
- Lançamento11 de Março 2021
- PlataformasPC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S
- GéneroCondução, Desporto
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Muito conteúdo
- Muita personalização
- "The Compound" com uma area para conduzir livremente
- Inteligência Artificial ainda não convence
- Física podia ser menos punitiva
- As lesões no piloto são aleatórias
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.