Análise – Moss: Book II
A aventura, os contos de fadas e a acção podem coexistir na realidade virtual. A produtora Polyarc já tinha demonstrado isso mesmo há quatro anos com o primeiro título. Voltam a prová-lo em Moss: Book II, um título capaz de capturar a nossa curiosidade, transportando-nos para longe.
Antecipando um pouco o que vão ler a seguir, confirmo que, sim, estamos diante de mais uma grande obra desta produtora. Naquilo que se pode considerar uma “repetição” da fórmula, leva-nos novamente para uma viagem emocionante e divertida, capaz de projectar a pequena Quill no que agora é comparável a uma pequena série na realidade virtual. Se têm aí por casa o PlayStation VR e ficaram suficientemente intrigados com esta introdução, venham descobrir porque devem adicionar este título à vossa lista de jogos.
A nova aventura de Quill começa onde o primeiro jogo termina. Depois de derrotar o temível Sarffog, salvando o seu tio, finalmente é hora de desafiar o Beyonder, o mal supremo. Quill nunca desaminou, nem no primeiro jogo, nem aqui, obviamente. A pequena roedora está determinada, agora mais do que nunca, a ouvir os nossos conselhos e superar os mais variados quebra-cabeças ambientais.
Moss: Book II leva-nos de volta para uma terra encantada, com o objectivo de recuperar o cristal necessário para combater o inimigo. Esta história é contada com toda a graça e doçura que caracterizou o primeiro título onde conhecemos este rato antropomórfico. Nesta aventura vamos conhecer novas personagens, situações, expressões, ideias e inimigos. O tom, já sabem, é francamente adulto, embora não de uma forma que o torne “maçudo”. É um bom conto de fadas, apropriado para todas as idades.
Consciente do potencial sucesso desta sequela, a Polyarc escolheu sabiamente aproveitar o tempo e desenvolver com calma um produto capaz de intrigar o jogador e acompanhá-lo numa jornada com cerca cerca do dobro da duração da aventura anterior. A esperança é que este segundo livro possa ser “lido” por uma audiência maior. Assim, criou uma série, repleta de potencial cada vez, desta vez num tom mais maduro na sua expressão artística e lúdica.
Felizmente, mesmo com margem para alguns ajustes, a fórmula de Moss que tanto gostei na primeira aventura está intacta. Continuamos a usar o PlayStation VR para controlar a câmara com a nossa própria cabeça num espaço em três dimensões, ao mesmo tempo que nos dá o controlo da personagem com DualShock 4. E, pelo meio, ainda podemos ainda interagir e manipular os objectos dos cenários, como uma entidade divina. É uma forma realmente brilhante de usar o VR.
Só que, desta vez, devido à relativa simplicidade do conjunto de ataques do primeiro jogo, a Polyarc triplicou as armas, adicionando um martelo e um chakram. Mas, não se limitou apenas a adicionar armas de forma genérica, só para criar uma certa ilusão de variedade. Há mesmo novas mecânicas e interacções, já que cada arma traz recursos úteis para resolver novos quebra-cabeças ambientais.
Avançar pelo segundo mundo de Moss é também mais divertido, variado e mais satisfatório, graças também a uma revisão na maneira como podemos interagir com os inimigos, garantindo uma certa diversidade. A relação com o DualShock é geralmente boa, mas há algumas reservas no novo inventário. A gestão desse inventário foi levemente refinada para um menu radial que, na parte final do jogo, onde é preciso aceder recorrentemente a este menu, não é tão intuitiva, quanto a mim.
Moss: Book II traz uma grande melhoria no ambiente, na sua inspiração e na qualidade geral do seu visual. O novo trabalho da Polyarc é ainda mais bonito de se ver em primeira mão, experimentando-o nas nossas cabeças e explorando cada canto do seu mundo de fantasia. Há vários ambientes criados com imenso cuidado, com novos biomas florestais, medievais, nevados, com toda aquela fantasia visual, tão típica dos contos de fadas dos livros didáticos dos mais novos.
Nota-se um grande cuidado na criação dos ambientes do jogo, tudo bem colorido e preenchido com pequenos toques de classe. Esta qualidade é talvez graças à maior familiaridade com o hardware da Sony e o desejo de surpreender continuamente com estruturas de jogo mais refinadas do que o primeiro jogo. Diria que é quase uma metroidvania, portanto, também mais interessante de explorar. Outro ponto que não posso deixar de referir são as animações e expressões, que garantem grande personalidade às personagens. Especialmente com a protagonista.
Veredicto
Moss: Book II é a demonstração de que uma equipa especializada em VR, com vontade e competência para o experimentar, consegue criar um produto aparentemente para crianças mas na realidade destinado a todos. Elegante e bem apresentado, este título faz-nos sentir os verdadeiros protagonistas de uma história que realmente flui diante de nossos olhos. É uma história simples mas com os elementos certos de fantasia. Mais encorpado que o primeiro jogo, mais denso na exploração e nos objetos, a fórmula está “maior e melhor”. Quem tem PlayStation VR não pode perder esta nova aventura.
- ProdutoraPolyarc
- EditoraPolyarc
- Lançamento31 de Março 2022
- PlataformasPS4, PSVR
- GéneroAcção, Aventura
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Visual consistente e muito bom
- Mais rico e multifacetado que o antecessor
- As novas animações de Quill
- Inventário pode tornar-se confuso
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.