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Análise: Mugen Souls Z

Pelas mãos do estúdio Compile Heart, chega à Playstation 3 a segunda entrada da série Mugen Souls. Em muito semelhante ao seu antecessor, mas agora com uma passada mais rápida e melhorada, a promessa é a de uma sequela divertida capaz de prender os jogadores durante horas a fio. Será que consegue? Vamos então analisar Mugen Souls Z.

Confesso que não tendo jogado o primeiro título da série, não sabia bem o que esperar da sequela. Podia ter visto trailers, mas uma vez que é um RPG, neste caso um JRPG (género do qual sempre fui fã), não queria levar com quaisquer spoilers que pudessem estragar a história. A ingenuidade é uma coisa… Se eu soubesse o que me esperava. Mas já lá vamos.

A história começa logo após os eventos do título anterior. Chou-Chou, a Indescutível Deusa do Universo (título que ela confere a si mesma) entra em contacto com Syrma, uma misteriosa rapariga que transporta um igualmente misterioso caixão. Achando que o caixão é giro, Chou-Chou insiste que Syrma devia dar-lho, uma vez que ela é a Indescutível Deusa do Universo. Vá lá pessoal, isto é sério. Syrma, a néscia (depois de a ouvir falar, a única palavra que pode descrever esta personagem é essa) e misteriosa revela ser a Derradeira Deusa deste planeta. Palavra puxa palavra e Chou-Chou acaba dentro do caixão aos gritos a dizer que há algo viscoso a tocar e a agarrá-la. Ainda bem que estava lá fora o seu fiel companheiro de armas Ryoto que nada mais fez do que ficar excitado (sim excitado) com toda a situação. Mesmo não sendo mulher já me estava a sentir ofendido. Chou-Chou consegue finalmente sair de dentro do caixão, só que sem poderes. Assim, guiada por Chou-Chou, Syrma assume o papel principal deste título com a missão de fazer frente a uma poderosa força maléfica que ameaça o seu planeta.

Ao longo da história são vários os personagens que vamos encontrando. Alguns novos e outros que já estavam presentes no título anterior, como a tripulação e amigos de Chou-Chou. Infelizmente, para chegarmos a esses personagens são vários os momentos constrangedores que temos de ultrapassar. Temos acusações de pedofilia a Shirogane (um dos personagens que está de regresso), temos momentos em saunas, temos mais acção dentro do caixão de Syrma com imagens a roçar o Hentai. Isto sem falar das várias e longas conversas que, mesmo fazendo skip, demoram uns largos minutos sempre que aparecem, pior ainda se tiverem as vozes em inglês (pelo bem da vossa sanidade mental, escolham as vozes originais). O jogo esforça-se por ser divertido e descontraído, num estilo muito anime, mas se calhar o problema é esforçar-se demais. O roçar o ridículo é sem dúvida intencional e por vezes consegue tirar um ocasional sorriso. Só que é um facto é que toda a narrativa, todos estes momentos de ridículo e até os momentos mais constrangedores são apreciados por um público muito específico. Eu fiquei a saber que não faço parte desse público. Ambientes onde tudo é extremamente “fofo” e tudo está sujeito a levar uma conotação sexual do mais ordinário que pode haver, não é mesmo para mim.

Isso não me impediu de encontrar algum divertimento em Mugen Souls Z. O combate, apesar de por vezes tornar-se repetitivo foi um deles e apresenta várias dinâmicas que o conseguem tornar interessante. Sempre que enfrentamos inimigos, podemos encontrar vários cristais espalhados pelo cenário. A cada cor corresponde um efeito que podem conferir aos nossos personagens quando colocados perto deles. Isto implica que uma boa colocação dos personagens é meio caminho andado para uma rápida vitória sobre o adversário. A isto juntam-se os ataques em equipa capazes de causar uma absurda quantidade de dano. Outro aspecto interessante, é o facto de Syrma poder escravizar os seus inimigos e até mesmo os planetas onde se encontra. A habilidade chama-se Captivate e ao ser utilizada em combate confere à protagonista a possibilidade de manipular objectos e os seus inimigos, transformando-os em escravos. Fora de combate Syrma pode utilizar esta habilidade em vários pontos do planeta onde se encontra. Ao conquistar todos os pontos de um planeta, este pode mesmo vir a ser sugado pelo seu misterioso caixão.

Outro modo e o que mais achei interessante foi o G-Castle. Aqui a nave dos nossos heróis é atacada por outras naves inimigas. Estas podem assumir várias formas, desde tubarões (sim tubarões) a dragões. Este modo funciona quase como um jogo de papel, folha ou tesoura, onde temos de prever a acção que o nosso adversário vai executar. Consoante as falas do nosso inimigo cabe-nos a nós executar a manobra certa, entre redireccionar o ataque inimigo, lançar ataques que furem a defesa inimiga, ou simplesmente atacar com o poder máximo. Se tivermos oportunidade podemos ainda recuperar energia e até mesmo reparar os danos provocados à nossa nave.

Apesar de ser exclusivo da PS3, Mugen Souls Z é um título que não brilha de todo pelo grafismo. Aliás, mostra-se completamente ultrapassado neste campo. A banda sonora também não ajuda este título, sendo extremamente repetitiva e barulhenta. Pior ainda é o facto de não haver um auto save. Caso não gravem com frequência e se morrerem, pode dar-se o caso de voltarem ao último save antes do boss final do capítulo anterior. Fica o aviso.

Veredicto

Mugen Souls Z chega assim à Playstation 3, mas infelizmente não fazendo, de todo, justiça ao melhor que o Japão nos pode oferecer no género RPG.Demasiado constrangedor em praticamente todos os momentos da história e sempre acompanhados por uma banda sonora barulhenta e repetitiva, torna-se complicado criar laços com os personagens deste título. Não obstante e caso consigam contornar estes aspectos espera-vos um jogo com conteúdo capaz de vos prender por várias horas.

  • ProdutoraCompile Heart, GCREST
  • EditoraNIS America
  • Lançamento20 de Maio 2014
  • PlataformasPS3
  • GéneroRole Playing Game
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Esforça-se demasiado para ser engraçado
  • Início e final de cada capítulo (Há demasiada conversa)
  • Demasiado constrangedor em praticamente tudo
  • Banda sonora barulhenta e repetitiva
  • Auto Save ausente

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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