Análise – Nexomon: Extinction
Três anos após o lançamento de Nexomon para dispositivos móveis, a VEWO Interactive Inc. lança uma nova sequela no género de captura de monstros. Nexomon: Extinction é um RPG que oferece uma nova aventura, novas personagens com personalidades únicas e interessantes e ainda mais monstros para serem domados!
Se este conceito parece familiar é porque realmente é. Este título é semelhante ao popular título Pokémon Go, em termos de capturar monstros, batalhar com estes e subir nas classificações como domador. No entanto, estas semelhanças são muito gerais, uma vez que existem muitas diferenças que conseguem criar neste jogo uma entidade própria, trazendo novos elementos que o tornam mais interessante e até mais divertido e complexo no processo.
A história começa com o narrador a relatar que antes deste mundo em harmonia entre humanos e Nexomons, existiu uma guerra entre eles, onde o rei Omnicron tentou que os seus Nexomons levassem os humanos à extinção. No entanto, este plano correu mal quando os humanos arranjaram forma de conseguir domar estes monstros, conseguindo dar a volta à guerra e derrotar Omnicron. Este mundo, porém, não permaneceu em paz, uma vez que existem Nexomons malignos e poderosos chamados Tyrants. Caberá ao jogador subir nas classificações da guilda, de forma a tornar-se um mestre domador e salvar o mundo do caos produzidos pelos Tyrants.
Nexomon: Extinction não tem qualquer tipo de problema com o jogo que é, sabe que é uma paródia de outros títulos semelhantes. Contamos com a ajuda de Coco, um gato com características humanas e nosso parceiro durante toda a nossa aventura. É ele quem interage com as outras personagens não jogáveis do mapa. Este companheiro produz diversos momentos de comédia durante todo o jogo, quebrando muitas vezes a quarta dimensão usando piadas por vezes corrosivas. Do tipo: “A produtora do jogo deve mesmo estar com um orçamento apertado para este título”. Ou, outra pérola: “Claramente, este tipo de azar só acontece em videojogos”.
No começo do jogo poderemos nomear a nossa personagem e seleccionar o aspecto que que terá durante a história do jogo. Estes pormenores, já agora, podem ser alterados a qualquer altura, durante o jogo, recorrendo simplesmente ao menu de pausa. A personagem que controlamos aqui é um órfão (ou orfã, dependendo do que foi previamente seleccionado) que irá finamente abandonar o orfanato onde cresceu, escolher o seu primeiro Nexomon e subir nas classificações da sua guilda, enfrentando diversos desafios para, eventualmente, vir a salvar o mundo dos Tyrants.
Em termos de jogabilidade, será bastante familiar para quem já jogou outros tipos de RPG. Existem duas vertentes principais neste jogo. Temos o mundo aberto, onde o jogador controlará a sua personagem navegando pelos diversos locais no mapa, explorando e capturando monstros pelo caminho. Neste modo é também possível interagir com as várias personagens não jogáveis e até resolver as diversas tarefas que nos vão passando. A outra vertente é o combate. Podemos constituir uma equipa com um máximo de 6 Nexomons na nossa mão, os outros capturados poderão substituir um dos nossos monstros actualmente na equipa. Ou podemos enviá-los para o computador de forma a serem armazenados.
Todos os Nexomon’s podem ter até um máximo de quatro ataques possíveis, sendo que novos movimentos serão desbloqueados ao subir de nível ou ao ganhar experiência em cada batalha, tendo de substituir um dos movimentos antigos quando se ganha um quinto movimento. Podemos usar um contra Nexomons selvagens outro contra outros domadores, num combate por turnos. O jogador pode seleccionar um dos quatro ataques possíveis ou usar itens para ajudar no combate, como curar os monstros da sua equipa ou retirar condições, como paralisia ou veneno. Durante a batalha também é possível ver duas barras importantes, tanto para o nosso Nexomon como para o do adversário.
A primeira barra é HP (do Inglês, Hit Points), é a energia que o monstro possuí que será reduzida com cada ataque do monstro adversário. Cada ataque custa força, representada pela segunda barra ST (do Inglês, Strength). Quando o custo de força for superior ao custo do ataque, o monstro terá de descansar um turno (recuperando um pouco da sua força). Logo, o melhor é mesmo ter sempre poções à mão de forma a recuperar a força perdida e ganhar mais facilmente a batalha. Ainda falando de batalhas, existem ataques que poderão ser mais ou menos eficazes contra certos tipos de elemento. Por exemplo, o tipo fogo ser forte contra tipo erva mas fraco contra tipo água. Este estilo “pedra-papel-tesoura” gera uma maior complexidade nas batalhas, tendo de se escolher uma equipa variada com os Nexomons dos vários elementos para estar preparado para as variadas batalhas que aconteceram ao longo do jogo.
A produtora também expandiu na fórmula existente para capturar novos Nexomons. Simplesmente, apenas necessitamos de ter no nosso inventário uma Nexotrap e atirá-la ao monstro pretendido, realizar um mini-jogo onde necessitamos de pressionar uma sequência de oito botões num espaço de cinco segundos e pronto. No entanto, temos variáveis a ter em atenção de forma a aumentar a chance de captura. Podemos diminuir a energia no Nexomon adversário, usar uma Nexotrap do elemento correto e até alimentar o monstro com o um dos vários tipos de isco que possuímos no inventário. Tudo isto ajudará na captura dos mais de 380 Nexomons existentes no jogo para criar uma equipa forte e que seja a mais indicada para o jogador.
Uma mecânica interessante implementada pela VEWO é a forma como os níveis dos monstros escalam consoante o nível do jogador. Por exemplo, nas primeiras áreas do jogo, os monstros que combatemos e capturamos rondaram os níveis 3-6, uma vez que é uma área inicial e o nosso Nexomon estará a nível 5. Mas, se voltarem a esta área dez horas depois, os monstros dessa área aparecem com níveis semelhantes aos do jogador, de forma a existir sempre batalhas justas e desafiantes durante o percorrer da história. Assim, o jogador não precisa explorar ou avançar muito para apanhar monstros fortes. Não se preocupem, os Tyrants continuam a ser implacáveis caso o nível do jogador seja baixo. Estejam preparados para batalhas duras!
De forma a avançar na avançar a história, o jogador terá de realizar os quests principais (indicados por uma estrela dourada), maioritariamente pedidos pela guilda de forma a subirmos na nossa classificação como domador. Existem também outros tipos de missões, que nos permitirão obter itens e dinheiro ou missões secundárias (indicadas por uma estrela azul) das personagens não jogáveis que existem redor do mapa. Estas poderão ser tarefas simples, como entregar uma carta numa certa loja ou apanhar lixo em redor da cidade. E poderemos realizar outros pedidos (indicados por um aperto de mão) que requerem sempre a troca de uns dos nossos itens por outros oferecidos por quem estamos a interagir. Neste caso, pode ser uma simples troca de moedas por itens ou mesmo trocar Nexomons.
Falando da exploração, devo mencionar que o jogador também poderá apanhar diversos minerais que existem no mapa. Estes minerais são outro elemento essencial ao sucesso no jogo, pois poderão ser convertidos em Nexotraps elementares (Fogo, água, fantasma, etc.) para ajudar na captura dos diversos monstros. Ou, então, estes minerais podem ser convertidos no laboratório em núcleos que poderão ser equipados pelos nossos Nexomons. Estes núcleos são ajudas passivas aplicadas nos monstros da nossa equipa e que permitem aos nossos Nexomons ter uma maior capacidade de ataque ou defesa ou ainda que possam ganhar mais experiência por cada batalha em que participam.
Mas, há um revés. Não existe uma forma fácil de retirar estes núcleos de um Nexomon. Por exemplo, no caso de apanhamos um novo monstro para a nossa equipa que é mais forte (a título de exemplo, um Barboraco) e sabendo que um dos actuais já possui 4 núcleos equipados (por exemplo, um Onin), será óbvio querermos trocar o Onin pelo Barboraco e manter estes 4 núcleos no novo monstro. Nada simples. Teremos remover os núcleos um a um no Onin, trocar então os Nexomons entre a nossa mão e o nosso armazém, seleccionar o Barboraco e voltar a equipar cada um dos núcleos. É sempre um processo aborreecido e que poderia ter sido melhor executado.
Num plano mais técnico, mesmo dentro do seu design peculiar, este jogo tem uns visuais bastante deslumbrantes. O estilo de arte é bastante apelativo e agradável, possuindo uma palete de cores vibrantes que permite dar identidade aos vários locais por onde o jogador passará. Com esta arte de jogo sempre dinâmica, passaremos por vulcões, desertos, ou a minha área preferida, uma ilha flutuante que representa o Japão, com habitações do período Muromachi e as árvores cerejeira japonesas com diversos tons de cor de rosa que fazem contraste com o céu azul.
Infelizmente, tenho a reportar um problema mais sério e que foi detectado durante a minha passagem pela história do jogo. A queda de rácio de fotogramas (frames) em zonas mais densas no mapa, chega a ser complicada de ignorar. Neste locais que costumam conter muitas ervas altas, muitas personagens, muitos objectos e muitas partículas no ecrã, ficou claro que o motor gráfico do jogo tem dificuldade em gerir tudo. Abranda consideravelmente e não é algo esporádico. Uma vez que voltamos aos mesmos locais mais tarde na história, é um problema que se vai mantendo do início ao fim. Não é algo que cause problemas a jogar, mas é claramente fruto de uma necessidade de trabalhar melhor o motor gráfico.
Veredicto
Nexomon: Extinction é um RPG bastante interessante que, não só consegue implementar os sistemas típicos de outros títulos semelhantes mas também consegue expandir sobre estes e implementar novas ideias. Consegue dar a este título a sua própria entidade, um feito num género com tantos jogos. Estas ideias, em conjunto com um grafismo vibrante, centenas de Nexomons para apanhar e uma história cativante e divertida, dão-lhe uma entidade única. Se esperavam um novo título onde pudessem apanhar ainda mais monstros, completar todas as entradas no diário e ainda rir uma boa dose de comédia, este título será, então, uma experiência agradável.
- ProdutoraVEWO Interactive Inc.
- Editora PQube Limited
- Lançamento28 de Agosto 2020
- PlataformasPC, PS4, PS4 Pro, Switch, Xbox One X
- GéneroAventura, Role Playing Game
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Paleta de cores apelativa
- Vários tipos de missões interessantes
- História envolvente
- Comédia constante
- Queda de frames em vários locais
- Troca de núcleos entre Nexomons
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.