Análise: Nobunaga’s Ambition: Sphere of Influence – Ascension
Nobunaga’s Ambition regressa com Sphere of Influence, o seu 25º título de uma série de estratégia que se estreia agora na Europa. Viajemos para os eventos históricos do Japão feudal para tentar liderar um inteiro reino, numa era de violência e honra.
Esta série é sobretudo conhecida no Japão, mas a Koei Tecmo resolveu alargar os horizontes para celebrar o trigésimo aniversário da série. Com esta idade, o primeiro jogo da série foi, assim, um dos primeiro jogos de estratégia de sempre. Esse seu primeiro título foi lançado no Japão em 1983 e, desde então, foi lançado para qualquer plataforma que há memória, desde o GameBoy à PlayStation Vita. Desta vez, estreia-se na PlayStation 4 e no PC. Vamos pegar na Katana e testar este jogo que se confunde com a própria história da Terra do Sol Nascente.
Como o nome indica, os jogadores terão a difícil tarefa de conquistar e unificar o Japão da mesma forma que o famoso Oda Nobunaga o fez no século 16, durante o período Sengoku do Japão feudal. Contudo, escolher o próprio Nobunaga é opcional, o jogador tem à sua disposição uma enorme variedade de Daimyos, o termo genérico que se refere às pessoas que governavam a maior parte do país a partir das suas imensas propriedade de terra hereditárias. Uma espécie de Senhor Feudal, transportando para a nossa própria história aqui no ocidente.
Pensar neste jogo se parecer com um Dynasty Warriors ou Samurai Warrior, dar-lhe essa “etiqueta” é um grande erro. Ao contrário destes títulos, Nobunaga’s Ambitions coloca-se no género de estratégia em tempo real e simulação histórica, com grande ênfase em três elementos: Construção, Diplomacia e Guerra. Os jogadores terão de equilibrar todos os elementos enquanto tentam recriar os eventos históricos do Japão. Contudo, até fazer tudo isto, vão ter centenas de horas de jogo pela frente.
Os vários sistemas e mecanismos presentes neste título podem assustar até o mais fanático deste género de jogos. Por isso, recomendamos vivamente que passem inicialmente pelo demorado tutorial que demora, no mínimo, 40 minutos. Ainda é algum tempo despendido para aprender como tudo funciona, mas a informação dada é imprescindível para desfrutarem do jogo e ainda mais para alcançar o sucesso na campanha. Este tutorial oferece um guia que nos leva a todas a mecânicas do jogo e explica, passo-a-passo, como devem entrar em guerra, investir e conquistar mais terras.
Para finalizar a questão do tutorial, tenho a dizer que nota-se bem uma preocupação da produtora em explicar todas as possibilidades do seu título. Mesmo depois de terem visto e aprendido todos os passos, podem voltar a visitar o tutorial se acharam que algo não ficou esclarecido e gravado nos vossos genes de estratega. Aqui no WASD tivemos de o fazer uma série de vezes para interiorizar uma boa porção de parâmetros. Uma vez preparados, podemos saltar para o jogo e conquistar todo o Japão.
Este título conta-nos muitos pedaços interessantes da História, principalmente para quem optar por seguir os verdadeiros eventos históricos. Ao todo, terão mais de 2000 oficiais do período Sengoku que podem usar para iniciar o jogo. Se optarem por jogar com o próprio Nobunaga, irão começar com o pequeno reino que herdou do seu pai até se tornar no homem mais poderoso do Japão feudal. Os outros oficiais, apesar de serem todos baseados em personalidades da época, comportam-se de forma bastante semelhante ao jogar.
Depois, temos de subir por cinco escalões que compõem a tal ambição de Nobunaga. Do mais baixo para o mais alto, podem ser: Retainer, Chamberlain, Lord, Regent e por fim, Daimyo. O progresso entre cada um é bastante lento e requer muito tempo e esforço. Ao início, terão a simples tarefa de garantir que chegam recursos e capital ao vosso reino, mas com o progresso acabarão por ganhar habilidades militares e poderão comandar tropas e conquistar castelos.
Contudo, o foco deste título será mais governar a nação do que partir para a guerra. O combate é bastante simplista e pouco mais oferece que controlar as tropas em grupo e comandá-las para enfrentar o inimigo. Estes combates realizam-se com uma espécie de “pedra, papel e tesoura”, o que dá alguma aleatoriedade ao combate e esta lógica nem sempre é bem vinda criando situações injustas. No entanto, como indiquei anteriormente o jogo centra-se no equilibro de três elementos. Como a guerra não é o ponto fulcral do jogo, terão de se preocupar mais com a expansão e o aumento de potencial do vosso território.
Para valorizar o território existem várias missões, que indicam o melhor caminho para o jogador se manter dentro dos requisitos necessários para expandir e aumentar a sua influência no mapa. Cada missão, dá-nos uma série de objectivos que, quando são completados, oferecem influência e prestígio. Por consequência, vão influenciar directamente o que as afinidades dos restantes oficiais em relação ao jogador. Isto irá criar uma experiência gradual entre micro e macro gestão dos demais oficiais dependendo do vosso prestígio com todos eles.
Sobre o grafismo em si, este título não decepciona, mas também não impressiona. Os edifícios, tropas e os todas as regiões são bastante detalhadas e com qualidade visual quanto baste. Já os eventos históricos são contados através de imagens estáticas, como uma espécie de banda desenhada. Não é inédito, mas a qualidade do restante do jogo merecia algo mais dramático, quanto a mim.
Quanto ao interface, apesar de termos testado este jogo na PS4, nota-se que foi criado com o intuito de ser usado com um teclado e rato, como quase todos os RTS actuais. No entanto, o DualShock 4 faz um óptimo trabalho e o único aspecto que me incomodou no comando, foi o facto de ter de se deslocar o ponteiro para as extremidades do ecrã para navegar no mapa.
Antes de terminar esta análise, tenho a dizer que o detalhe e a pesquisa feita pela produtora sobre a história do Japão é de louvar, principalmente pela forma como consegue entregar toda essa informação ao jogador. Os fãs das reproduções históricas, vão certamente gostar deste título que, a dada altura, mais parece um compêndio de acontecimentos reais interactivos.
Veredicto
Apesar de ser um jogo bastante completo no que toca a reviver os eventos da História do Japão, a verdade é que o resto que oferece faz deste um título que pode não ser indicado para qualquer jogador. Os jogos de estratégia em tempo real são um género que requer paciência, dedicação e planeamento, mas também conseguem recompensar com o tempo e esforço que o jogador dedica. Este título tem vários mecanismos e sistemas que podem assustar a quem não esteja mais virado para a acção. É necessário gostar de História, estratégia e ter paciência para perceber todas as mecânicas do jogo. Se gostam de títulos como Civilization, talvez possam dar uma oportunidade a Nobunaga’s Ambition. Se procuram mais combate em tempo real, talvez esta não seja a melhor escolha.
- ProdutoraKoei Tecmo
- EditoraKoei Tecmo
- LançamentoAinda sem data de lançamento
- PlataformasPC, PS3, PS4, Vita, Xbox 360
- GéneroEstratégia
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Pormenores sobre a História do Japão
- Vários sistemas e mecânicas de jogo
- Início lento e demorado
- Mecânica de combate muito simplista
- Torna-se Repetitivo
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.