Análise: Pure Chess (3DS)

O xadrez é um jogo que tem atravessado a história desde, pelo menos, a Idade Média. Sem que exista um consenso histórico sobre o local exacto da sua origem (com alguns teóricos a sugerirem a China, a Índia ou até a Pérsia como hipóteses), sabe-se que no ano 1350 já se jogava xadrez com as regras que hoje conhecemos. O jogo conheceria depois enorme sucesso no mundo islâmico. Através dos séculos, o xadrez tornou-se um jogo de culto para eruditas. Conseguirá Pure Chess na 3DS alcançar o mesmo patamar? Fica a saber tudo através na nossa análise.

No que diz respeito à jogabilidade de Pure Chess, o ecrã de topo da portátil da Nintendo mostra uma representação 3D do tabuleiro de xadrez, enquanto as decisões são todas tomadas no ecrã inferior recorrendo ao stylus para tocar nos locais para onde queremos movimentar as peças. As partidas Standard são a atracção principal neste jogo. Em conjunto com a análise contínua das capacidades do jogador através do sistema PureChess Rating, estas permitem que o desafio permaneça até mesmo para os jogadores mais experientes. Ainda assim podemos definir a dificuldade, alternando entre valores como o facílimo ‘Monkey’, até ao ‘Grand Master’ capaz de levar qualquer um à loucura com a sua tenacidade.

Apesar de podermos seleccionar o cenário onde jogamos, como se de uma arena se tratasse, a nossa escolha é, para todos os efeitos, inútil. No ecrã de cima da 3DS onde vemos as peças a movimentarem-se, o cenário mal se vê e não tem qualquer efeito significativo ou visual sobre a partida. Na maior parte do tempo vamos estar a olhar para o ecrã inferior da portátil da Nintendo. Para piorar no departamento visual, Pure Chess sofre ainda de alguns problemas de framerate.

Em Learn to Play temos acesso a tutoriais onde aprendemos a usar o cursor e a movimentar as peças e nas Chess Challenges chega uma abordagem diferente à típica partida de xadrez. Aqui são-nos colocados desafios onde temos de conseguir um xeque-mate sem ultrapassar um número limite de jogadas. Ao todo são 100 os puzzles de xeque-mate. Existem ainda três torneios (Beginners, Challengers e Masters) que registam a velocidade com que os resolvemos em leaderboards online. Infelizmente, aqui encontrámos um bug que impedia o jogo de registar o nosso melhor tempo, registando em vez disso o tempo da última vez que acedemos aos torneios.

Também o modo multijogador sofre de graves problemas que tornam Pure Chess quase impraticável nos módulos que definem a jogabilidade online da actualidade. Este Pure Chess foi pensado de forma a que os jogos entre jogadores durassem dias… ou até semanas. Os jogos são feitos por turnos, agora jogamos nós e agora jogam eles. O pior é que não recebemos nenhuma notificação quando, quem está do outro lado da nossa 3DS, faz um movimento. Permanecemos continuadamente a carregar o jogo só para ver se o nosso adversário já efectuou a sua jogada. O pior é se, do outro lado, a jogada só é efectuada passado uma semana. Esta opção de design de jogo torna praticamente impossível que os jogos online se tornem interessantes numa 3DS.

Veredicto

Pure Chess sofre de enormes problemas técnicos que o limitam e arrastam para a mediocridade. Desde partidas online no mínimo impraticáveis, a erros no registo dos melhores tempos das Chess Challenges, terminando na hipótese de escolha de cenários que não fazem qualquer diferença nas partidas de xadrez, este titulo da 3DS parece ter sido feito à pressa. Não deixa de ser curioso como este título, tendo por base um jogo que faz sucesso há mais de meio milénio, consegue errar e trazer uma experiência de jogo tão fraca na portátil da Nintendo. Felizmente, a banda sonora satisfaz num tom de música clássica e jazz, com melodias relaxantes, ajudando a suportar as peculiares opções de design de jogo de Pure Chess.