RDRSwitch

Análise – Red Dead Redemption (Nintendo Switch/PS4)

Nos dias que correm, as editoras recorrem aos três “R” para manter as suas maiores licenças activas: Reboot, Remaster ou Reedições noutras consolas. Red Dead Redemption é a mais recente “vítima”.

Todavia, a opção de reavivar a memória dos fãs para este óptimo Western de mundo aberto não é muito convencional. Seria de esperar uma reedição do jogo para o hardware moderno, se calhar em linha com Red Dead Redemption II, um jogo que também é uma incógnita comercial, sendo uma prequela na história… mas também uma brilhante sequela técnica. A dada altura, quando esta reedição que vamos analisar surgiu como rumor, haviam imensas teorias de um jogo renovado e na linha de RDRII para as consolas modernas… os que espalharam este rumor não podiam estar mais enganados.

O jogo que vamos analisar hoje é o mesmo que foi lançado em 2010. Não, não estou a dizer que é a mesma história, personagens e jogabilidade, tendo depois “algo mais” ou “mais polido”. Este é, literalmente, o mesmo jogo original, directamente portado para a PlayStation 4 e Nintendo Switch. Sim, duas consolas que já estão longe do potencial técnico do hardware mais recente, parecendo um contra-senso lançar um jogo para estas consolas neste preciso momento. Mas, se pensarmos bem, há aqui uma estratégia comercial bem sólida.

Apesar dos sucessos das actuais PS5 ou XSeries X|S, tanto a PS4 como a Switch são ainda as consolas “modernas” mais populares do momento. Ainda hoje podem comprá-las nas lojas e é óbvio que, para essas consolas, não poderão lançar um “colosso” tecnológico, exactamente por causa das limitações do “miolo” destas consolas. Por isso, nada como este port directo que, para todos os efeitos, deverá servir tanto para renovar a licença do jogo original, como para ganhar mais uns “cobres” nas plataformas com mais jogadores.

Embora não me vá debruçar muito sobre a história, jogabilidade ou qualidade geral de Red Dead Redemption, também não estou aqui para dissertar sobre as opções estratégicas da Rockstar Games ou da casa-mãe Take-Two Interactive. Se não conhecem este título, deviam. A par da série Grand Theft Auto, RDR e RDR II são dois títulos obrigatórios na sua plenitude. Quando foram lançados marcaram novas eras de jogabilidade e a Rockstar nunca desapontou com nenhum destes seus jogos modernos.

Por isso, se não jogaram no lançamento original, odeio ter de dizer isto mas… é verdade, esta é uma boa oportunidade de finalmente conhecer o jogo. Vamos conhecer a história do fora-da-lei John Marston, na sua ingrata missão de perseguir o gangue a que pertenceu no passado, a troco da sua pretensa liberdade. É uma história dramática, por vezes cómica, por vezes violenta, de um Velho Oeste em decadência e onde a honra nem sempre conta muito. Este é um jogo de acção, exploração e com vastíssimas interacções com personagens, eventos e locais.

De facto, Red Dead Redemption é um clássico quase intocável da Rockstar, um autêntico Épico com letra maiúscula, vindo também de uma era memorável de videojogos. Por esse motivo, qualquer mudança ou mexidela no seu conteúdo seria uma tarefa muito, mesmo muito, delicada. Afinal, a mais recente experiência de “remasterizações” da Rockstar não foi a melhor e, se calhar, até é bom que só tenhamos um mero port glorificado sem grande exigência no hardware para não mexer (muito) na optimização.

Tive a oportunidade de jogar este port na Nintendo Switch e… raios, este é mesmo um óptimo jogo. Tudo bem, não podem esperar algo visualmente deslumbrante ou tecnicamente inovador. Nesta consola, tudo corre a 30fps, não há grandes portentos a nível de modelação de personagens ou texturas gerais. Aliás, preferi jogar mesmo na versão portátil, em parte também para omitir muitas das falhas gráficas do jogo original, inevitavelmente transportadas para esta consola. A menor resolução, neste caso, ajuda bastante. Mas, é também uma outra forma de jogar.

O que brilha neste jogo é mesmo o seu conceito original de como um jogo se torna envolvente e recompensador em 2010. A óptima mistura de uma história bem contada, personagens fortes e credíveis, óptima jogabilidade nos tiroteios, fugas a cavalo, assaltos e tantas outras actividades, faz-nos perder horas a fio, só paradas pelas ocasionais dores nas mãos que a Switch provoca ou pelo normal pedido para recarregar a sua bateria.

As poucas novidades prendem-se com novas opções de acessibilidade para o tamanho das legendas e outro texto, bastante útil na pequena resolução da Switch. Há também uma ligeira melhoria no anti-aliasing que previne o aparecimento de “serrotes” nas extremidades de personagens e objecto. Esta é, contudo, uma novidade de pouca relevância por causa da já mencionada antiguidade de modelos e texturas. Suponho que na PS4 seja algo mais notório mas, não foi essa a plataforma que tive acesso.

Sabem qual foi a principal vantagem de jogar este clássico de 2010 na Switch? A portabilidade. Acabei a jogá-lo por horas a fio no modo portátil sem dar por isso, ao ponto de ficar umas vezes sem bateria na consola, como já tinha mencionado. Há algum tempo que os fãs do PC reclamam por este jogo e nem sequer houve intenção de o editar nessa plataforma. Isto, mesmo depois de RDRII já ter sido lançado por lá em 2019. Roam-se de inveja, malta do SteamDeck. RDR em viagem, só aqui.

Mas, nada de RDR com amigos. É verdade, o modo multi-jogador de RDR pode não ser o mais popular mas é incrível como, passados estes anos, se nota a sua ausência na oferta geral. O que me leva a pensar no conteúdo geral e no seu preço recomendado. Tudo bem, tem incluído o DLC “Undead Nightmare”, uma história “spin-off” com zombies, com mais uma horas de jogo. Mas, sendo o mesmo título de 2010, faltando o multi-jogador… porquê cobrar 49,99€? É um port de um clássico, pessoal…

Veredicto

O jogo original foi um marco na história dos videojogos, um clássico intemporal, obrigatório, como só a Rockstar Games sabe fazer. Lançá-lo na Nintendo Switch (versão analisada) e PlayStation 4, sem qualquer novidade real no conteúdo, com apenas uns “pós mágicos” para o tornar ligeiramente menos arcaico, parece apenas oportunismo para criar uma nova audiência. Contudo, até foi uma experiência muito boa na portabilidade da Switch, trazendo um excelente clássico para ganhar nova vida. Red Dead Redemption é, portanto, um óptimo título na Switch para quem nunca o jogou e um bom regresso ao passado para quem quiser reviver uma história épica.

  • ProdutoraRockstar Games
  • EditoraTake Two Interactive
  • Lançamento17 de Agosto 2023
  • PlataformasPS4, Switch
  • GéneroAcção, Aventura
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Este título ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Este título ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Nenhuma novidade relevante
  • Preço de lançamento algo elevado
  • Não tem modo multi-jogador

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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