Análise: RIGS: Mechanized Combat League
A Guerrilla Games, mais conhecida por desenvolver a série Killzone para a PlayStation, trouxe a sua experiência de First Person Shooters para a Realidade Virtual com RIGS: Mechanized Combat League. Este é também o mais ambicioso jogo para o lançamento do PlayStation VR, com ambições de chegar aos eSports.
RIGS é o que podemos chamar de uma visão utópica sobre um desporto futurista. Neste, gigantes robôs combatem entre si em arenas a fim de lucrarem e angariarem fãs para evoluírem no ranking mundial. Com uma perspectiva na primeira pessoal, este jogo singular convida-vos a viver a experiência de controlar um destes robôs como se lá estivessemos dentro. Resta saber, não só se a experiência é competente ao nível da jogabilidade, mas também se a envolvência do PSVR funciona correctamente.
Duas equipas compostas por três pessoas, pilotam gigantes robôs (conhecidos como “Rigs”, daí o título) e competem entre si para acumular pontos em rápidas partidas de 5 minutos. Existem quatro classes de Rigs, diferenciadas por tamanho, velocidade, durabilidade e armamento. Cada classe tem variantes únicas com diferentes habilidades e armas. E não existem dois Rigs iguais. Ao todo, existem 20 Rigs diferentes, com cada classe e habilidade a oferecer o seu conjunto de armas único.
Por um lado, se tiverem uma arma que gostem em particular, não poderão estar sempre a usá-la, por outro, é compreensível esta decisão para balanceamento de cada unidade. Certamente não iriam gostar se todos usassem lança-foguetes, por exemplo. Infelizmente, não há possibilidade de personalizar estes robots e se quiserem uma arma ou outra peça terão de comprar um novo modelo, que trará uma certa habilidade ou um conjunto de armas específico. O problema nesta mecânica é que cada um destes Rigs custa o mesmo que o inicial. O que significa que se não gostarem do robot que acabaram de adquirir, terão de usá-lo na mesma até terem novamente dinheiro para comprar outro.
Como o título indica, todo o jogo funciona como se fossemos um atleta de alta competição numa competição em larga escala. Para levar o jogador a experimentar várias classes e habilidades, existem um esquema de patrocínios que oferecem opções de personalização ao piloto. Consoante alguns desafios que estão separados entre o modo online e a campanha a solo, cada um destes patrocínios oferece diferentes prémios de prestação como novos capacetes, cores e fatos.
O jogo passa-se numa inteira temporada onde terão de lucrar com os combates e angariar o máximo número de fãs. Quando jogam a solo, terão de usar ambos os recursos para aumentar a vossa equipa contratando novos membros controlados por Inteligência Artificial. Os primeiros membros são grátis, mas com o progresso, tornam-se pagos e cada vez mais caros, consoante a sua experiência. Estes membros IA conferem suporte para o nosso Rig e, embora confiem na vossa perícia, convém não esquecerem de os melhorar sempre que puderem.
E a jogabilidade base de RIGS é um pouco limitada. Temos três modos de jogo através de apenas quatro mapas. Team Takedown é o típico Team Deathmatch, com a vitória dada à equipa que conseguir maior número de “mortes”. EndZone é uma espécie de futebol americano onde as equipas controlam um bola e devem tentar colocá-la no campo inimigo, comparável a um Capture the Flag. Por último, temos PowerSlam uma espécie de basquetebol onde é necessário passar por um aro no centro da arena em modo override, que passo já a explicar o que é.
Cada Rig oferece três modos, cada um deles pode ser activado com um botão específico e em qualquer momento. Dependendo da situação, podem adicionar mais velocidade, mais dano ou reparar o vosso Rig, tudo através do Quadrado, Triângulo e Círculo, respectivamente. O modo override activa estes três em simultâneo e pode ser activado ao eliminar vários inimigos sem morrer ou a coleccionar as vários power-ups espalhados pelo mapa. É uma espécie de modo invencível com uma curta duração e que pode significar um momento épico, pronto para ser gravado para a posteridade, como um afundanço no tal aro do modo PowerSlam.
Falando da jogabilidade, é bastante rápida, divertida e fácil de dominar, graças aos controlos simples e comuns à vasta maioria dos jogos de acção na primeira pessoa. Contudo, esta jogabilidade também requer um bom período para a dominarem na perfeição. Todos os modos podem ser jogados no modo online ou offline, nesta última com inimigos e parceiros a serem controlados por Inteligência Artificial. Como em todos os jogos competitivos, devem perder algum tempo a jogar a solo antes de enfrentarem a oposição online.
Quanto aos mapas, as diferentes áreas, estão espalhadas por vários locais do planeta que vão desde o Rio de Janeiro até ao Dubai. Os mapas são desenhados de forma a formarem uma vasta arena para os nossos robots gigantes. Todos possuem túneis, rampas e plataformas que oferecem uma boa variedade estratégica para as equipas dominarem a arena, tanto na horizontal como na vertical. É impossível não pensarem num Titanfall, não fosse haver por vezes uma bola ali por perto para encestar.
Estar num Rig é uma boa razão para também jogarmos sentados, o que ajuda num jogo rápido como este. Já deu para perceber que as pontuais tonturas podem ser causadas pela rápida deslocação em jogo, “enganando” o cérebro. Dentro da arena há duas formas de controlar o Rig: podem fazê-lo como um típico First Person Shooter, onde o analógico esquerdo fica responsável pelo movimento e o segundo pela câmara ou então podem usar apenas o analógico esquerdo e fazer a mira com o próprio PlayStation VR, olhando para o vosso alvo directamente enquanto disparam. Na minha experiência o controlo tradicional funciona melhor, mas, logicamente, vai depender de cada jogador.
Graficamente notam-se algum trabalho de optimização para o PlayStation VR suportar tanta acção. Notam-se alguns pixeis aqui e ali e não podemos deixar de realçar que o infame aliasing é mais notório no cockpit do nosso Rig. Mesmo assim, graças ao ritmo frenético quase constante com que disputados as partidas, apenas reparamos nisso na primeira vez que entramos no jogo. Com o tempo, habituamo-nos e no meio da acção já nem nos reparamos nisso. Vão gostar dos efeitos brilhantes em mapas repletos de cor e com decoração exemplar, além das animações claramente apontadas mais para a exibição que para a funcionalidade.
Veredicto
RIGS: Mechanized Combat League tem tudo o que normalmente avisamos para terem cuidado na Realidade Virtual: é um First Person Shooter com acção frenética e com um grafismo vibrante à mistura. Felizmente, o jogo tem boas opções para evitar possíveis enjoos. Ao contrário de muitos jogos que têm sido lançados para o PlayStation VR que mais pareciam demonstrações de conceito, este é um jogo que nos parece feito de raíz e com inovação no campo do que é possível criar para o a realidade virtual. Tem algumas questões técnicas relacionadas com a optimização e gostaríamos que tivesse mais modos de jogo para escolher. Pode ser que a Guerrilla Games o expanda num futuro próximo. Assim desejamos.
- ProdutoraGuerrilla Games
- EditoraSony Interactive Entertainment
- Lançamento13 de Outubro 2016
- PlataformasPS4, PSVR
- GéneroAcção, Shooter
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Jogabilidade simples e fácil de aprender
- Mapas bem desenhados
- Optimização cria perca de qualidade nos modelos
- Poucos mapas ou modos de jogo
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.