Análise: Rush (Wii U)
Para quem gosta de um bom quebra-cabeças, a Two Tribes, criadora de Toki Tori e do fantástico Edge, traz-nos Rush para a Wii U, um jogo de puzzles que parece tratar-se de um sucessor espiritual de Chu Chu Rocket!
Rush divide-se em pequenos níveis onde cubos, estrategicamente posicionados, avançam em frente até caírem da plataforma ou chocarem com um outro cubo que se encontre na mesma trajectória. Ambas as situações resultam num Game Over. Caso bata numa parede, irá sempre virar para a sua direita. A mecânica de jogo a partir deste ponto é bastante semelhante ao conhecido jogo da Dreamcast Chu-Chu Rocket!, onde tendo em conta estas regras e algumas peças especiais, podemos guiar os cubos coloridos até aos respectivos portais, sem colisões, quedas fora de jogo ou construção de looping infinito.
No início, o jogador começa apenas com simples setas direccionais que alteram a rota dos cubos. Depois, surgem peças que pausam o cubo por um segundo; Transportadores que transportam os cubos por uma correia, sem alterar a sua rota, e divisores que alteram a rota dos cubos alternadamente da esquerda para a direita.
O problema é que o acto de verificar e perceber o problema pode ser bastante doloroso. Isto porque cada vez que surge uma colisão, o cubo cai ou o tempo pára, dando assim ao jogador a possibilidade de assimilar apenas os erros imediatos, o que dificulta a antevisão e prevenção de futuros impasses nas soluções dos problemas. Consequentemente e por experiência pessoal, pode levar à frustração, visto que somos constantemente penalizados com todo o processo de fluxo dos cubos até ao respectivo problema.
Contudo, a integração do touch screen do Wii U Gamepad facilita imenso a visualizar toda a plataforma sobre qualquer ângulo. Isto permite também posicionar e eliminar as peças com maior precisão e rapidez. Jogar Rush de outra forma, seria um passo atrás à já simples mecânica de jogo.
Apesar da tradução do titulo significar “pressa”, na verdade, Rush acaba por ser na integra um jogo para os mais pacientes. Não por ser lento na sua execução, mecânica de jogo ou algo do género, mas sim porque os quebra-cabeças são sobretudo de tentativa e erro. A única maneira de os resolver, sem o uso do sistema de ajudas, é, de facto, seguir o processo lógico de tentar, errar, analisar e voltar a tentar.
É certo que os níveis mais avançados que começam a apresentar situações completamente convolutas, muitas vezes com uma única solução que raramente é óbvia, nos deixam tentados a carregar imediatamente no botão de dicas que se encontra ali mesmo à mão. Só que com uma boa dose de orgulho e com algum receio da óbvia sanção envolvida, acabamos por ir adiando esta situação (pelo menos no meu caso). Apesar de na realidade não existir qualquer tipo de penalidade por sucumbir a esta fraqueza mental, torna-se uma questão de orgulho não o fazer. Mas não esperem também que a solução vos seja entregue de bandeja, a única informação que nos é entregue (apesar de muito vantajosa) cai sobre os posicionamentos correctos no espaço, mas não das suas respectivas peças.
Rush, utiliza um visual limpo, com cores sobre fundos branco, dando um toque visual à la “Mirrors Edge” que condicionam a sua simplicidade e, para além disso, não há realmente muito mais a dizer. O interface é directo e sucinto, visto que apenas usamos o touch screen para o manuseamento e posicionamento das peças mas mesmo assim existem alguns níveis que são especialmente agradáveis, quando em movimento. No entanto, a maior parte não consegue alcançar este efeito, falhando redondamente na criação contextual das plataformas que tentam remeter a objectos da vida real como vasos, pistolas e por aí fora. Este aspecto visual, demasiado constante, acaba por envolver o jogador num ambiente que pouco ou nada alimenta o interesse por Rush. Tudo isto acompanhado por uma banda sonora desinteressante, que também não ajuda.
Veredicto
Rush, retira demasiados elementos de Chu Chu Rocket! pondo de parte talvez o mais importante, a personalidade. A Two Tribes podia ter aproveitado os elementos de sucesso e ter evoluído e construído a partir daí, mas no final acabamos por ter um produto que bem precisava de um pouco mais polimento. A curva de dificuldade errática pode alienar alguns jogadores mas com este preço super acessível de 3€, não custa nada experimentar… Quer dizer, custa 3€.
- ProdutoraTwo Tribes
- EditoraTwo Tribes
- Lançamento22 de Dezembro 2013
- PlataformasWii U
- GéneroPuzzle
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Bom preço
- Bom conceito geral
- Demasiado Curto
- Tutorial pouco explícito
- Mecânica provoca uma rápida perda de interesse
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.