Análise – RUSHAWAY
Aqui temos mais um título Made in Portugal. Chama-se RUSHAWAY e é um jogo de plataforma em 2.5D que, na sua simplicidade, devolve-nos a esperança na produção Nacional.
RUSHAWAY é o segundo título da produtora Ninestudios, uma pequena equipa independente Portuguesa que está a dar os primeiros passos neste mundo da produção de videojogos. RUSHAWAY, apresenta-se com um visual cuidado, ideias criativas e um claro foco na perícia, em busca do controlo aprimorado do protagonista. Afinal de contas estamos perante um jogo de plataformas. Vamos conhecer este título em detalhe.
A história de RUSHAWAY conta-nos que há muito tempo, numa era já esquecida, viviam duas raças. Conhecidos como os “The Land Spirited” e os “The Sky Woken”. Enquanto que os primeiros habitavam as planícies douradas, o segundos viviam em luxuosas torres presentes no céu. Ambos partilhavam prosperidade, graças à “Light of the Gods”, responsável por fornecer vida a este mundo. Até que, um dia, uma enorme sombra começou a cobrir os céus num infinito agrupamento de nuvens negras, que o povo chamou de “Sea of Clouds”.
Este evento foi responsável pela separação estas raças, bloqueando a luz que chegava às planícies. Sem a preciosa fonte de energia, todas as planícies começaram a secar e, por consequência, a população começou a diminuir. Com o desespero a aumentar cada vez mais, Speck, um dos habitantes, vê se obrigado a entrar no impenetrável oceano e aventurar-se no desconhecido com a promessa que restabelecer essa luz.
O objectivo básico deste jogo é encontrar o caminho mais rápido até o topo de cada nível. Há diversas maneiras de lá chegar e cabe a nós encontrar esse trajecto mais rápido, competindo com outros jogadores. No papel de Speck, será necessário subirmos várias torres, uma de cada vez. No total serão mais de 50 até conseguirem desvendar o resto da história. Pelo caminho vão conhecer quatro tipos de torres, representadas por cinco temas diferentes, os quatro elementos e o que pensamos ser vegetação.
As torres em si, como podem ver pelo trailer, rodam à medida que nos aproximamos das extremidades, apresentando uma mecânica semelhante a Fez (2012). No entanto, RUSHAWAY tem um ritmo muito mais rápido e a transição entre os quatro planos parece-me mais fluída. Esta mecânica obriga-nos a pensar em como deveremos abordar trajectos, uma vez que existem várias formas de lá chegar e tudo é cronometrado. A prestação será recompensada no final de cada nível com medalhas de bronze, prata e ouro. Podem ainda comparar tempos com os vossos amigos e usar os seus ghosts para os acompanhar.
Gostei particularmente da mecânica de cronometragem dos níveis. Dá uma sensação de urgência e foge ao habitual objectivo deste género, que costuma ser somente chegar ao fim. Incentiva ainda a fazer os níveis várias vezes, para cortar no tempo e também a encontrar as páginas perdidas de um diário. E ainda temos níveis especiais, denominados de “trials”, onde somos colocados à prova por um laser mortífero que está constantemente a subir a torre. Qualquer erro ou hesitação pode ser mortal.
Considero os níveis de RUSHAWAY bem desenhados e variados, oferecendo um nível de dificuldade que vai aumentando gradualmente. Acreditem que vai se tornará bastante desafiante lá mais para o fim, adaptando-se muito bem à nossa destreza. Se receberem o troféu por terem morrido mais de cem vezes, não se preocupem que eu também o recebi e ainda só ia no décimo nível. E olhem que eu gosto de um bom desafio!
Em termos de jogabilidade, temos a possibilidade de percorrer as torres com um teclado ou com um comando. A primeira vez que experimentei foi com o teclado e confesso que não teve o mesmo impacto quando experimentei com um comando. Com um joystick analógico, os movimentos tornam-se mais intuitivos, uma vez que temos de acompanhar o movimento do nosso protagonista à medida que percorre as diferentes plataformas. No teclado, quanto a mim, não é tão interessante. Isto é, claramente, uma preferência minha, não é uma crítica à interacção.
A estética deste indie português é outro aspecto notável do jogo. Apesar de ser francamente simples, este grafismo funciona muito bem. É colorido, vibrante e todos os ambientes foram bem desenhados. As músicas, compostas por Tiago Zevallos e Tiago Rodrigues dão um bom ritmo ao jogo.
Tenho a destacar a música no nível de trial, que gostei bastante. Se todo o jogo tivesse este tipo de música mais rápida, acredito que aquela sensação de urgência, que mencionei nas linhas acima, ainda seria mais intensa.
Veredicto
Esta foi uma óptima surpresa de um jogo Português que pode não rivalizar com conceitos mais elaborados, mas tem uma robusta oferta de jogo e ideias muito bem trabalhadas. RUSHAWAY é uma polida experiência para quem gosta do género. A vertente de competição pelo melhor tempo, dá-nos a motivação para explorar os níveis e tentar encontrar atalhos para chegar ao topo, principalmente se um amigo fez melhor tempo. Nota-se que houve bastante cuidado na implementação das ideias, naquele que podia ser só “mais um” jogo de plataformas.
- ProdutoraNinestudios
- EditoraNinestudios
- Lançamento23 de Fevereiro 2023
- PlataformasPC
- GéneroPlataformas
Podia ser melhor mas tem alguns pormenores positivos que podem agradar a muitos jogadores.
Mais sobre a nossa pontuação- História pensada e cuidada
- Design dos níveis
- Mecânica e fluidez das torres rodarem
- A opção de usar teclado não é tão intuitiva
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.