Análise – Salary Man Escape (PS VR)
Se procuram um jogo de acção com uma história empolgante, Salary Man Escape não é esse jogo. Trata-se de um pequeno e divertido jogo de puzzles que nos faz recordar todos aqueles dias em que não queremos trabalhar mais e só nos apetece fugir da rotina diária.
Reminiscente de títulos como Lemmings e Danger Goat, em Salary Man Escape vamos ajudar a pequena personagem a escapar do seu trabalho enfadonho. Para tal, a produtora optou por uma abordagem através de uma série de quebra-cabeças com blocos e plataformas, que podem ser manipuladas para que o nosso protagonista, um executivo, possa escapar. Este “paladino da balda” é conhecido por Salaryman, um termo pelo qual os japoneses designam os executivos de baixo de escalão numa empresa. O que chamaríamos por cá de “assalariado”, embora com outra conotação. Seja como for, todos nós queremos um pretexto para fugir dos trabalhos mais chatos. Este jogo torna isso algo divertido.
Sem qualquer história ou explicação, o próprio título indica-nos o que será necessário fazer: escapar de um dia de trabalho. Portanto, o nosso objectivo será evadir do escritório, provavelmente antes da hora de saída. O jogador é colocado sobre uma secretária e pode olhar à sua volta livremente com a ajuda do PS VR. À sua frente, são colocados vários blocos em tons monocromáticos. Os únicos que podem ser manipulados estão a vermelho e a partir daí é uma questão de encontrar o caminho mais rápido para a saída.
O jogo é apresentado através de uma perspectiva aérea, numa visão de 360 graus que permite explorar os cenários em qualquer ângulo e completar os quebra-cabeças com toda a liberdade. No total, temos 78 níveis como desafios divididos em seis episódios. Cada um terá o seu próprio puzzle, alguns destes quebra-cabeças envolvem uma mistura de propriedades e físicas como o peso, o equilíbrio ou a força.
A nível de interacção, o controlo de Salary Men é bastante simples. Pode ser jogado com o DualShock 4 ou com um comando PlayStation Move. Com ambos, é possível rodar todo o cenário e, se necessário, podemos aproximar-nos para ver algum pormenor do puzzle. Depois, é uma questão de manipular os tais blocos coloridos. Contudo, é preciso notar que estes blocos só têm um sentido, portanto a sua movimentação não é assim tão livre, acabando por ter uma só posição correcta para a solução do nível.
Com o DualShock 4 podem facilmente apontar para o bloco que desejam mexer, de seguida ficam a pressionar no R2 e mexem o objecto com o analógico. Já com o PS Move, o controlo é bem mais intuitivo. Podem-se aproximar do bloco que desejam mexer, segurar o gatilho e fazer o movimento necessário para o deslocar no sentido correcto. Nos dois casos, os controlos funcionaram sempre na perfeição, sem qualquer falha. No entanto, pela facilidade de uso, recomendo mesmo que optem pelo PS Move.
Graficamente, o ambiente e o design em si do jogo usa tonalidades monocromáticas, com alguns vermelhos presentes no puzzle em si. Desta forma, ajuda-nos a focar onde realmente é necessário. Infelizmente, Salary Man Escape não tem a mesma definição que títulos como Moss ou The Inpatient e ainda precisa de alguns ajustes, como é o caso da fonte de texto usada, que precisava de mais definição para ser mais legível. Nota positiva para a banda sonora inspirada nos clássicos musicais japoneses dos anos oitenta. Dá-lhe uma ambiência muito peculiar.
De acordo com os seus criadores, a duração média total deste jogo é estimada em oito horas. O que lhe dá uma longevidade interessante para um título VR. Mas, não creio que o VR seja justificável neste título. Na minha opinião, este é daqueles jogos que podiam funcionar muito bem sem o uso do PlayStation VR. Não há qualquer vantagem, excepto numa utilização mais abrangente de perspectivas. Até acho que este jogo funcionava ainda melhor em realidade aumentada. Quem sabe um dia teremos este jogo numa versão sem PS VR, como já aconteceu com vários títulos.
Veredicto
Mesmo com os seus poucos 930 MB, Salary Man Escape é um divertido jogo de puzzles, com um conceito diferente do que estamos habituados. A dificuldade nunca irá fazer-vos atirar os comandos e irá entreter-vos durante algumas horas. Só tenho pena que o grafismo ainda precise de alguns ajustes, se compararmos com outros títulos nesta plataforma. E não fiquei totalmente convencido da real necessidade deste jogo usar a Realidade Virtual. Contudo, até funciona bem e distrai-nos… do trabalho… aquele que queremos escapar!
- ProdutoraRed Accent Studios
- EditoraSIEE
- Lançamento26 de Junho 2018
- PlataformasPS4, PSVR
- GéneroPuzzle
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Quantidade de puzzles
- Conceito do jogo
- Controlos simples e sem erros
- Podia funcionar sem PS VR
- Pouca legibilidade no texto
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.