Análise: Splatoon (Wii U)
Foi na passada Sexta-Feira, no dia 29 de Maio, que Splatoon tomou de assalto a consola Nintendo Wii U. Com este título chega às nossas salas um Third Person Shooter como nenhum outro. Com um estilo tão irreverente como original, Splatoon mostra que no género há ainda espaço para a inovação. O que faz, faz mesmo muito bem mas no seu estado actual não deixa de ser pouco. No WASD não conseguimos parar de falar dele e depois da nossa antevisão, chega finalmente o momento da verdade. Vamos então analisar Splatoon!
Splatoon é um shooter muito pouco convencional mas que é bem capaz de fazer as delícias, tanto dos mais velhos, como da malta mais jovem. Assumindo o controlo de um Inkling. Apesar da sua aparência quasi humana, esta espécie tem uma característica muito especial. Munidas de poderosas e variadas armas de tinta, estes seres têm ainda a capacidade de se transformar em lula, podendo deslocar-se a velocidades vertiginosas pela tinta da sua cor.
Apesar da sua componente offline (já lá vamos) este é sobretudo um título competitivo. Online, como não poderia deixar de ser. De momento, ao nosso dispor temos dois modos e o primeiro chama-se Turf Wars. Aqui, duas equipas de quatro jogadores têm um objectivo muito simples: Cobrir todo o cenário com a cor da sua equipa no espaço de três minutos. No final, quem tiver coberto a maior parte do cenário, ganha. Neste modo, o derrotar dos jogadores da equipa adversária não confere pontos mas faz com que, durante o tempo de Respawn, não estejam no campo de batalha a atrapalhar o nosso progresso rumo à vitória. No último minuto, isto pode ser crucial, na medida em que o tempo de resposta pode ficar extremamente limitado, dando espaço para uma enorme reviravolta tanto à nossa como à equipa adversária.
A duração dos combates, transmite aos jogadores uma, pulsante sensação de “ou vai ou racha“. Com apenas três minutos para alcançar a vitória, não há mesmo tempo a perder e por isso temos de dar tudo por tudo, sempre em boa diversão claro. Depois temos o modo Splat zones. Aqui, em vez de preenchermos o maior número de cenário com a nossa tinta, vamos ter de controlar uma pequena área do mapa. Estes combates duram mais tempo e são ainda mais intensos uma vez que todos os jogadores convergem na mesma área. Este modo, está também restrito ao sistema de Ranked Battles, o qual só nos fica disponível a partir do nível 10.
Competitivo e original, sim mas não é de todo perfeito, apresentando alguns problemas, muito provavelmente fruto da inexperiência em termos de abordagem ao género. A decisão de Splatoon ter sido lançado com apenas 5 mapas diferentes já é facilmente criticável, quando comparado com o que trazem para a mesa outros Shooters e o facto de só podermos jogar a dois de cada vez a cada número de horas não ajuda, de todo. Porque não atribuir um sistema de votação, permitindo uma mais fácil rotação entre os cenários? Se a isso aliarmos o facto de não podermos mudar de equipamento entre os combates, seja para tornar os combates mais balançados ou simplesmente para prazer de experimentar outra combinação de armas, é pena que tenhamos de sair e consequentemente perder o grupo com o qual estamos a jogar. Mas nem tudo é mau, pois desta forma podemos ir à loja e ver que armas nos vão ficando disponíveis à medida que subimos de nível.
Depois há também a ausência do Voice Chat, o que faz com que a comunicação entre os jogadores seja inexistente. Está a ser alvo de muita polémica e fortemente criticado pela malta mais competitiva mas confesso que pessoalmente não senti a sua falta e não sei também se estou totalmente contra o facto de esta componente não estar presente no jogo.
Nos dois modos, olhar para o ecrã táctil do Gamepad é crucial. É nele que podemos ver toda a acção da equipa adversária, ver o mapa coberto pelas duas equipas. Só que mais importante ainda, é nele onde podemos ver onde encontram os restantes membros da nossa equipa. Com o simples tocar num deles, a nossa personagem dá um enorme salto, atravessando o mapa até ficar ao seu lado. O pior é quando lá chegamos e reparamos que à nossa espera está o nosso aliado derrotado e um astuto oponente pacientemente à espera da nossa chegada. “IT’S A TRAP!!!” já gritava o Almirante Ackbar.
No que diz respeito à jogabilidade, desde o simples manusear das armas ao saltar e nadar pela tinta que espalhamos pelo cenário, toda ela é extremamente versátil e intuitiva. Apesar da existência de um tutorial onde podemos perder algum tempo a aprender as manhas de Splatoon, rapidamente percebemos que botão faz o quê. Por defeito o jogo impôs-me o sistema Motion que me obriga a apontar e disparar com o movimento do Gamepad mas foi com a jogabilidade tradicional que realmente consegui desfrutar da verdadeira experiência que Splatoon tem para oferecer.
Para descansar um pouco da competição online, temos também ao nosso dispor um modo Single-Player. Aqui, mais do que uma história, vamos encontrar uma série de áreas, ou mundos, para explorar. Cada área tem uma série de níveis para resolver, alguns mais lineares do que outros mas sempre aliciantes de percorrer. Muitos deles em forma de puzzles, a sua resolução está dependente da nossa aprendizagem da jogabilidade de Splatoon. Se tivermos sorte na nossa exploração dos níveis, podemos encontrar receitas para armas, as quais podemos adquirir na respectiva loja em Inkopolis. No final de cada mundo, contem também com uma boss fight. Estes confrontos vão ficando mais complicados à medida que vamos progredindo, resultando em combates difíceis mas bem aliciantes e sempre originais. Uma espécie de Super Mario Galaxy com armas, só para terem uma ideia da coisa.
E já que falamos nas armas, no calor da batalha, tanto online como no modo Single-Player, à medida que lhes vamos dando uso, seja para cobrir cenário ou os nossos adversários com tinta, elas podem ficar Charged. Se pressionarmos o analógico direito, desencadeamos o seu poder especial. Em momentos de maior pressão, podemos ficar protegidos por um escudo que pode alastrar-se a outros colegas de equipa mais próximos, ganhar acesso temporário a uma série de bombas e até desencadear um enorme e poderoso túnel de tinta.
Não posso também deixar de mencionar a progressão da nossa personagem. A solo, temos apenas um fato ao nosso dispor mas online, à medida que vamos evoluindo, vamos poder adquirir outras peças de roupa. Cada uma delas confere um atributo especial ao jogador, como mais poder, rapidez na recarga de tinta e até na nossa mobilidade. No início, cada peça tem apenas um atributo especial, mas à medida que evoluem podem adquirir outras com dois ou mais atributos.
Tudo isto, sempre acompanhados por um visualismo que cumpre de forma exemplar ao oferecer ao jogador combates frenéticos e, ao mesmo tempo, vibrantes em cor. Com tudo isto, Splatoon quase que pede um modo onde localmente possamos enfrentar os nossos amigos. Aí surge mais uma desilusão, nem offline nem muito menos online nos podemos juntar a amigos, o que parece uma oportunidade desperdiçada. Se há jogo da Nintendo onde a diversão local estaria mais do que assegurada seria neste título. Apesar de no futuro, em Agosto para ser mais preciso, estar planeada a possibilidade de nos podermos juntar online com os nossos amigos, offline podemos apenas juntar-nos a apenas um num modo, algo decepcionante, na medida em que o objectivo é rebentar o maior número de balões do que o adversário.
Para conferir mais um pouco de variedade, os Amiibos não ficaram de parte. Para Splatoon chegaram três novas figuras que além de desbloquearem roupas exclusivas, dão-nos também acesso a uma série de desafios que têm como base os níveis do Single-Player: A figura masculina permite-nos enfrentá-los com um rolo de tinta como arma primária, a figura feminina permite-nos fazê-lo com uma arma de longo alcance e a figura em forma de lula faz com que a nossa personagem se possa transformar no poderoso Kraken. É de salientar que todas estas armas e habilidades estão apenas disponíveis no modo online, pelo que as figuras Amiibo conferem ao modo Single-Player algumas características bem pertinentes.
Veredicto
Splatoon aterra muito bem na Wii U oferecendo originalidade e uma bem agradável lufada de ar fresco. Contra ele, está a falta de conteúdo aquando do seu lançamento, o que pode afastar os fãs veteranos do género mas quanto a isso a Nintendo há muito que prometeu que até Agosto mais conteúdo irá chegar na forma de novos cenários, armas, roupas e um aprimorar das funcionalidades online. Cá estaremos para vos manter actualizados mas até à chegada desse conteúdo, Splatoon aterra na Wii U como um título que não deve fugir aos olhos dos jogadores, especialmente aos fãs do género, merecendo, por enquanto, um sólido 8.
- ProdutoraNintendo EAD Group No. 2, TOSE
- EditoraNintendo
- Lançamento29 de Maio 2015
- PlataformasWii U
- GéneroAcção, Plataformas, Shooter
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Um Third Person Shooter bem original
- Jogabilidade
- Variedade de armas e roupas com as quais podemos equipar a nossa personagem
- Conteúdo limitado aquando do seu lançamento
- Online precisa de um aprimorar das suas funcionalidades
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.