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Análise – Street Fighter V (Actualização: “Champion Edition”)

[Actualização “Champion Edition”]

Quatro anos passaram desde o lançamento de Street Fighter V e a Capcom continua a lançar versões “definitivas” do seu jogo de luta por excelência. Champion Edition é a mais recente edição do título lançado originalmente em Fevereiro de 2016. Dois anos mais tarde tivemos a Arcade Edition que juntava todos os lutadores, um novo V-Trigger e actualizações até à data. Com esta edição de 2020, o que será que chega de novo?

Street Fighter V é um dos mais adorados jogos de luta, não há dúvida. Com o passar dos anos, porém, tem vindo a perder audiência, muito devido à concorrência do seu género. Para tentar dar a volta a esta situação, esta edição traz outra vez a actual e completa lista de lutadores, fatos e cenários do quinto capítulo da série. Além disso, Seth, o temível inimigo de Street Fighter IV, marca aqui o seu regresso na sua forma feminina, um exclusivo que também serve de chamariz para esta Champion Edition. Num breve cálculo, temos aqui 40 lutadores, 34 cenários e 200 fatos para personalizar os lutadores.

E há mais novidades. Esta edição também adiciona uma nova V-Skill a todas as personagens. Tal como em 2018, quando foi introduzido um novo V-Trigger, acredito que esta adição irá garantir novas dinâmicas na componente mais competitiva deste jogo. No entanto, mesmo agora ainda é difícil perceber se tudo mantém-se equilibrado. Cada V-Skill influencia directamente o V-Trigger e, de agora em diante, cada lutador terá duas versões distintas deste golpe especial. Outra interessante e necessária revisão está numa maior facilidade em aplicar todos os truques, algo criticado pela precisão necessária no jogo original. Gostarão de saber que esta alteração ficará disponível para todas as edições.

Os modos de jogo mantêm-se os mesmos com Story, Arcade, Team Battle e Ranked Match. O facto de não existirem novos modos não é propriamente um problema para este título. SFV já é uma produção bastante completa, quanto a mim. O problema estará naqueles quem têm vindo a seguir o jogo desde o lançamento, tornando esta compra algo supérflua. Principalmente porque todas as versões anteriores receberão uma actualização com estas alterações. Obviamente, essas edições não tinham os conteúdos adicionais pagos que são oferecidos aqui, mas será o suficiente para investir outra vez num jogo de 2016?

Por outro lado, o preço. A versão física de Street Fighter V Champion Edition tem um custo de 30€ e para quem já tinha alguma das versões anteriores pode optar pelo upgrade que custa 25€. No meu entender, este upgrade não tem um preço muito simpático, principalmente para quem investiu bastante em extras no passado. Metade deste valor, no máximo, seria francamente mais aceitável. Como está, prevejo que só mesmo quem quer coleccionar todos os extras é que se sentirá compelido a adquirir esta versão.

Veredicto da “Champion Edition”

Street Fighter V: Champion Edition é a versão ideal para quem vai começar a jogar esta série de luta, mesmo que chegue tarde por uns 4 anos. Para quem já possui o jogo e os conteúdos adicionais, porém, pode tornar-se complicado justificar a compra. Até porque as edições anteriores também recebem algumas das novidades na jogabilidade estreadas aqui. Mesmo assim, gostei das novas V-Skills dos lutadores, jogando com todas as personagens novamente de modo a conhecer os novos movimentos. Em suma, esta é uma edição para revitalizar a série, ao mesmo tempo que melhora alguns aspectos. E, esperamos, será desta que temos aqui uma edição definitiva de um futuro clássico intemporal.

[Actualização “Arcade Edition” de 22 de Janeiro de 2018]

Quando escrevi esta análise original de 2016, não havia qualquer informação que iria existir uma versão em jeito de compilação do mais recente Street Fighter. Após estes dois anos e depois de inúmeras actualizações, acertos de jogabilidade e novas personagens, ela aí está. Muitas empresas preferem lançar um novo título ao fim deste tempo. A Capcom prefere (re)lançar o jogo nesta nova edição Arcade que vos vou falar nos próximos parágrafos.

Street Fighter V: Arcade Edition possui todos os DLC que já foram lançados, o novo modo Arcade que falarei mais à frente, o modo Extra Battle e também os novos V-Triggers. As novidades de interacção e jogabilidade desta edição ficarão disponíveis para todos os que já possuem o jogo original através de uma actualização gratuita. No entanto, os DLC pagos só ficarão disponíveis sem mais custos para quem já os tinha. Se desejarem estes extras e também as personagens lançadas até agora, podem sempre comprar a edição Arcade completa em separado, por cerca de 40€.

O tão desejado modo Arcade, deixa-nos viajar pelo universo de Street Fighter através de batalhas únicas que têm lugar em seis diferentes caminhos, cada um deles específico para cada época da série, desde o primeiro Street Fighter. O caminho de cada um já está traçado, com personagens específicas de cada jogo. Por exemplo, se estiverem na versão Arcade de Street Fighter II, não encontrarão as personagens de Street Fighter V. Outra curiosidade é que cada personagem está vestida com o seu uniforme específico das ditas épocas. Ao completarmos cada um destes caminhos, é desbloqueada arte conceptual alusiva a cada personagem.

Nesta nova vida de Street Fighter V, podem escolher entre 28 personagens. E todos os lutadores recebem agora um novo V-Trigger que podem seleccionar antes de qualquer luta. Muitos destes golpes especiais oferecem uma abordagem diferente dos originais. Ken, por exemplo, ganha um poderoso Shoryuken e Chun-Li consegue criar uma enorme bola de energia Ki para derrotar os seus adversários.

Entretanto o modo Extra Battle, permite-nos apostar Fight Money em diversos combates. Se ganharem os encontros ganharão muito mais dinheiro do que investiram, obviamente. Mas, tenham cuidado, porque estes desafios são difíceis de ultrapassar. Este modo trouxe um pouco o conceito dos jogos de azar que não me agradou muito. A aposta é baseada na nossa perícia, é certo, mas parece um pouco negativo se pensarmos que há alguma forma de “investimento” em cada combate. Mesmo que possa ser apenas dinheiro virtual. Obviamente, os fãs mais sérios da série, terão aqui uma boa oportunidade para ganhar ainda mais divisa de jogo.

Em suma, Street Fighter V: Arcade Edition é a versão que esperávamos desde o lançamento do jogo original há dois anos. Como qualquer reedição com conteúdo extra, estilo edição “GOTY”, acabar por ser a melhor versão do jogo, tornando-se a sua edição definitiva. E estes dois anos foram repletos de melhorias e ajustes que ajudaram a cimentar a série como um dos melhores jogos de luta que há memória. É caso para dizer que este jogo que temos em mãos é melhor que o original. E nem todas as reedições conseguem esse feito.

[Análise original de 18 de Fevereiro de 2016]

Foi em 1991 que a Capcom lançou Street Fighter II. Desde então, os jogos de luta nunca mais foram os mesmos. Os protagonistas carismáticos, a sua jogabilidade capaz de entreter o mais casuais e de desafiar os mais perfeccionistas, tornaram-no num jogo de culto, sendo para muitos o primeiro do género. Se fizermos as contas, já passaram 25 anos. A série já teve altos e baixos é certo, mas Street Fighter V promete trazer de volta a sua essência.

Este lançamento marca uma nova etapa para a série. É o primeiro jogo que não possui uma versão de Arcada, ao mesmo tempo que é um exclusivo de consolas da PlayStation 4 (com uma versão também para PC). Para além disso, a Capcom irá abordar os conteúdos adicionais (DLC) de forma diferente, transformando o seu jogo numa nova plataforma social para os seus fiéis seguidores. Eu explico-vos tudo.

É importante dizer-vos desde já que o jogo não está completo no dia de lançamento. Isto deve-se maioritariamente à tal nova abordagem que referi anteriormente. Com este Street Fighter V, a Capcom não irá lançar várias versões do seu jogo adicionando “Hyper”, “Mega” ou “Super” no nome como fez no passado. Ao invés disso, irá lançar os novos modos gratuitamente ao longo dos próximos meses. E o mesmo se aplica às novas personagens que poderão ser “compradas” também sem gastar dinheiro.

Ao longo dos diversos combates, vão ganhando Fight Money, a moeda do jogo que irá permitir-vos adquirir novas personagens e novas roupas. Seja num combate online, em modo Survival ou no modo historia, vão ganhar sempre FM desde que estejam ligados ao servidor da Capcom. No entanto, isto até tem sido difícil desde o seu lançamento, com constantes erros a desligar os jogadores dos servidores. A produtora promete estar a tratar do problema e tudo deverá estar resolvido até ao final desta semana.

Voltando à moeda do jogo, ao completar o modo história inicial terão já, no total, 160.000FM. E tendo em conta que os novos lutadores custarão 100.000FM, ainda sobra algum dinheiro virtual para comprar umas roupas extra para as personagens. Mas, ainda há mais. Se, por alguma razão, não tiverem dinheiro suficiente no jogo, podem recorrer a micro-transacções e usar os vossos preciosos Euros para comprar moedas Zenny, uma moeda paralela ao Fight Money. Afinal de contas, a Capcom precisa de alguma forma de facturação pelos seus DLCs, não é verdade?

Como funciona esta divisa? Por cada 1€ gasto terão direito a 100Zenny. Um lutador, para além de custar 100.000FM pode também ser adquirido por 600Zenny. Ora, se fizermos rapidamente as contas, percebemos que um único lutador poderá custar-vos 6€. As micro-transacções são mesmo assim. Parecem favorecer quem não quer realmente jogar e tem posses para gastar avulsamente.

Compras à parte, vamos ao que o jogo oferece. O estado actual do Street Fighter V, é como um aperitivo para nos fazer crescer água na boca do que está para chegar nos meses seguintes. Se adquirirem o jogo na sua data de lançamento, vão notar que há várias opções do menu bloqueadas. É o caso da Shop e do modo Challenge. Estas duas opções só serão desbloqueados em meados de Março quando nos chegar o primeiro DLC.

Outra questão que me deixou surpreendido foi o curto modo de carreira a solo, chamado Story. Em duas horas acabei toda a história das 16 personagens presentes no jogo! Cada uma dessas personagens tem, em média, 4 combates de apenas um round para fazer e entre elas. A história é contada com imagens estáticas e com narração, num estilo de banda desenhada. No entanto, acaba por nem sequer desenvolver grande coisa sobre cada enredo, dando-nos uma ideia de estarmos a ver algo inacabado. A Capcom, tal como anunciámos, prometeu um modo de história cinematográfico para colmatar esta lacuna, mas este também só chegará depois. Neste caso, em Junho. Esperemos que, até lá, não tenhamos perdido o interesse.

Quando iniciarem o jogo pela primeira vez, terão a oportunidade de escolher o vosso país e um nome único para criar o vosso Fighter ID. Este perfil irá guardar todo o vosso progresso no jogo, níveis das personagens, desempenho no modo Survival e até replays dos vossos combates. Com um menu próprio, podem também definir a vossa personagem favorita, roupa que esta usa e ainda um comentário genérico, este para que não tenham de o definir sempre que lutarem online. Esta personalização é algo que já vimos noutros jogos e que nos confere alguma individualidade.

Entre as 16 personagens para escolher, estão presentes os já conhecidos da série, alguns que entraram na série Alpha e por fim temos quatro novos lutadores, nomeadamente Laura, Rashid, Necalli e F.A.N.G. Laura, é uma brasileira voluptuosa que pretende dar a conhecer o seu estilo de luta, denominado Matsuda Jiu-Jitsu. Rashid, originário do médio oriente é um autêntico nerd, viciado na Internet e à procura de um amigo (até agora desconhecido) que desapareceu em Shadaloo. Necalli, é um guerreiro ancião com mais poder que o lendário M. Bison, tendo a velocidade do seu lado. Por fim, F.A.N.G é um subserviente de Bison com um estilo de luta estranho e lento. Para mim, é a nova personagem menos interessante do jogo.

As melhores novidades e melhorias estão na jogabilidade em si. Foi adicionada uma nova barra para preencher, a V-Gauge, que permite despoletar três ataques novos: V-Trigger, V-Skill e o V-Reversal. O V-Trigger, pode ser activado assim que tiverem a barra no máximo, carregando simultaneamente em murro e pontapé fortes. Esta acção tem uma animação diferente em cada personagem e aumenta temporariamente a força dos ataques. O V-Skill pode ser activado com soco médio e pontapé médio, em simultâneo, criado novos ataques e permitindo anular projecteis. Já o V-Reversal é activado carregando para a frente em conjunto com os três socos/pontapés em simultâneo. Este golpe anula qualquer ataque do adversário e é o ideal para um contra-ataque.

Também os ataques Ultra estão agora mais fáceis de executar e acessíveis a qualquer lutador, seja este casual ou um veterano da série. À excepção de Ryu e Necalli, só existe um ataque por personagem que, na maior parte das vezes, é activado com um combinado de baixo, frente, baixo, frente, murro ou pontapé. E, se tiverem o V-Trigger activo, causará ainda mais dano ao vosso adversário.

Visualmente, o Street Fighter V tem um aspecto distinto, mas na linha dos mais recentes jogos da série. Construído no Unreal Engine 4, possui texturas e modelos com linhas bastante detalhadas e com um aspecto híbrido de cell-shading com que a série é conhecida. As personagens não estão tão desproporcionadas como o título anterior, mas ainda existem algumas pernas mais largas que as ancas e mãos maiores que o próprio rosto (não é Karin?). Como já tem vindo a ser hábito, os cenários estão muito bem detalhados e sempre com muita acção a decorrer no fundo. Agora até é possível destruir alguns dos objectos presentes.

Tal como nos jogos anteriores da série, Street Fighter V tem aquela sensação de peso quando estamos a atacar, sentindo que os murros estão a ter o impacto desejado. Os controlos respondem como deviam e no tempo certo, o que é muito importante num jogo de combate. Também o framerate raramente pareceu baixar dos 60FPS nos modos a solo, dando uma fluidez visual muito boa a todo o jogo, com muito poucas quebras de assinalar. Contudo, quando estamos online, essa fluidez diminui consideravelmente. Apesar de não afectar a jogabilidade em si, acredito que seja um sacrifício de recursos visuais, talvez de modo a prevenir o temível lag.

Veredicto

Street Fighter V é, sem dúvida, um excelente jogo que mantém a qualidade da série. As alterações de jogabilidade tornaram-no bem mais acessível a jogadores casuais, ao mesmo tempo que continua um “mimo” para os veteranos. Contudo, é preciso ter em conta que o jogo não está completo no seu dia de lançamento e mais parece uma introdução do que está para vir. Se querem um bom jogo de luta, não percam tempo e comecem já a poupar o vosso Fight Money. Isto porque, agora até pode parecer incompleto mas a jogabilidade só vai melhorar e expandir nos próximos meses. Além disso, a essência do jogo de combate que só a Capcom consegue oferecer desde os seus tempos de Arcada, está melhor que nunca. Agora, preparem-se para defender este golpe… HADOKEN!!!

  • ProdutoraCapcom
  • EditoraCapcom
  • Lançamento16 de Fevereiro 2016
  • PlataformasPC, PS4
  • GéneroLuta
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Apenas 16 lutadores
  • Modo história em 2 horas, com todas as personagens!
  • Incompleto no seu lançamento

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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