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Análise: Submerged

Submerged conta a história de dois irmãos num mundo pós-apocalíptico e da sua sobrevivência numa cidade inundada num jogo desenvolvido pela Uppercut Games (com programadores que estiveram envolvidos em Bioshock, X-COM ou Tribes). Este é mais um jogo pós-apocalíptico onde a sobrevivência é tema novamente mas, apesar disso, não existem adversários, qualquer tipo de GAME OVER ou até um mero sentido de urgência. Estamos afinal a tentar sobreviver ao quê mesmo?

Tiku, o irmão de Miku (a personagem que controlamos), está ferido com um golpe gigantesco na barriga e cabe à sua irmã encontrar os materiais que o possam salvar. Para isso, é essencial viajar de barco entre os prédios da outrora monumental cidade e que emergem à superfície da água. Mantê-lo vivo é a missão de Miku e para isso vai poder contar com a ajuda de provisões. Estas encontram-se abandonadas no alto dos prédios, contendo remédios, ligaduras, comida, água, entre outras coisas essenciais à sua sobrevivência. Para as localizarmos poderemos usar um telescópio com o qual Miku se faz sempre acompanhar.

Tal como mencionei, as ditas provisões estão no topo dos prédios e, para as alcançarmos, só mesmo trepando, qual Ezio Auditore da Firenze, mas aqui sem hipótese de cair, pois claro! Se aqui não há existem adversários, também não existem quedas inesperadas. Não há mortes, pronto! Aparentemente já morreu toda a gente que tinha de morrer com o Apocalipse que gerou o aumento do nível das águas…

Sim, porque apesar da precariedade do estado de Tiku, em momento algum somos impelidos a apressar-nos na nossa tarefa de procurar mantimentos que o possam salvar. A gravidade da situação de Tiku é uma urgência que paira sobre o jogo mas que nunca se efectiva… E se o corte do pobre coitado é grande no início do jogo!

Enquanto andamos de barco a motor, entre baleias e golfinhos, para além da tarefa principal oferecida por Submerged, podemos ainda encontrar livros com algumas imagens que tentam explicar o contexto do jogo, e podemos também explorar o cenário inundado de modo a encontrar os monumentos que ainda por ali persistem em ruínas.

Os elementos arquitectónicos emergindo da água do mar e que compõem o cenário de Submerged estão muito bem conseguidos e enriquecem a experiência de jogo graficamente, embora com algumas texturas já não tão bem conseguidas. Também os efeitos atmosféricos, assim como a própria água do mar, estão geniais e beneficiam claramente da longínqua distância de renderização do jogo da Uppercut Games.

Contudo, se os cenários estão no geral muito bem conseguidos, o mesmo já não se pode dizer sobre a totalidade do desenho das personagens. As expressões de Miku são bem detalhadas, mas assim que o vento bate nos seus cachecóis (são uns 3), rapidamente os vemos entrar pelo modelo da personagem dentro, quebrando alguma da imersão conseguida com tudo o resto. Também, sempre que a nossa personagem alterna entre o entrar e sair do barco, surge uma cinematic que mostra o prédio que vamos subir, mostrando logo de seguida Miku já a trepar o mesmo. Algo que aparenta alguma preguiça no momento da animação 3D da transição de movimentos da personagem durante estas cenas. Foi simplesmente mais fácil mostrar uma cinematic a descer do prédio, do que animar a personagem a saltar do barco para o prédio e a agarrar-se a alguma coisa. Submerged possui ainda alguns loadings pouco bem-vindos, embora rápidos.

Ok… Vocês devem estar a pensar algo do género: “Este tipo detestou o jogo!” Algo que é mentira! Submerged possui alguns pormenores mal conseguidos e tinha de os apontar para que os leitores pudessem ter uma ideia daquilo que vos aguarda neste título. No entanto, também há muita coisa bem feita e o maior destaque vai claramente para a excelente banda sonora clássica, com piano, numa mistura entre a fantástica banda sonora de Journey e a melancolia da banda sonora de Heavy Rain.

Veredicto

Um jogo de “sobrevivência” sobre dois miúdos com aspecto azteca, um barco a motor, uma cidade abandonada num cenário pós-apocalíptico em que o nível das águas do mar subiu exageradamente. Miku tem de salvar Tiku que foi gravemente ferido, permanece imóvel e praticamente inconsciente, mas nunca em momento algum se sente a necessidade ou qualquer adversidade que apresse a nossa exploração para o salvar. Isto em cerca de duas horas de longevidade disponível em Submerged para terminar a história principal. O melhor deste título é, sem dúvida, o excelente cenário que podemos explorar de barco, enquanto navegamos ao lado de golfinhos e baleias, assim como a excelente banda sonora que nos acompanha. Não é um jogo perfeito ou até mesmo excelente, mas ainda assim existem muitos pontos de interesse em Submerged para quem quiser dar-lhe uma oportunidade.

  • ProdutoraUppercut Games
  • EditoraUppercut Games
  • Lançamento4 de Agosto 2015
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroAventura
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Sobrevivência? Onde andas tu?
  • Algumas animações omissas.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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