Análise: Tales of Zestiria (PS4)
Quando saiu na década de 90, Tales of Phantasia era um dos meus títulos preferidos da Super Nintendo e, sem dúvida, um dos melhores da Golden Age dos JRPGs. Vinte anos depois, a série Tales of evoluiu para se tornar um dos franchises mais seguidos pelos fãs do género e para celebrar o seu vigésimo aniversário surge Tales of Zestiria.
Este novo título da saga Tales of acontece no continente de Glenwood, onde vive a raça humana e os Seraphim – uma raça de espíritos que só podem ser vistos e ouvidos pelos Shepherds (seres humanos que conseguem estabelecer uma ligação com os membros desta raça). Também aqui, da maldade dos seres humanos surgem monstros, os Hellion – demónios que não deixarão em paz o nosso protagonista. Em Tales of Zestiria, cumprindo a premissa tradicional do herói, cuja vinda é objecto de lendas, assumimos o papel de Sorey – um Shepherd – enquanto tentamos unir a raça humana com o mundo espiritual antes que o mal tudo envolva neste mundo. Uma fórmula repetida vezes sem conta no género JRPG mas cuja execução neste título da Bandai Namco está muito bem conseguida. E a história principal não fica nada mal acompanhada pelas side quests que preenchem o mundo de Greenwood, ajudando até a colmatar alguns pontos deixados por explicar durante a narrativa principal. Ao completá-las, vamos ganhando ability points e acessórios para as nossas personagens.
Pelo caminho, a nossa party vai ficando composta por vários companheiros de armas que nos ajudarão a cumprir o nosso objectivo principal. Cada um deles traz consigo as suas próprias idiossincrasias, acabando por suscitar um maior interesse por estas personagens, ajudando ao mesmo tempo a narrativa a seguir em frente. Uma história que não tem reviravoltas, é certo, mas que cumpre sempre e ainda é abrilhantada pelas animações anime, produzidas pela Ufotable, das quais a opening é claramente o seu expoente máximo.
Como já acontecia nos anteriores títulos da PS3 da série Tales of, concretamente com Xilia e Xilia 2, o jogador tem liberdade de movimentos durante as batalhas e o controlo das habilidades das personagens é feito em tempo real. O jogador pode ainda escolher qual a personagem a usar durante as batalhas. Variando entre habilidades normais, Artes e Hidden Artes, é possível estabelecer combinações e podemos ter quatro personagens ao mesmo tempo na nossa equipa. Dois seres humanos, cada um acompanhado por um Seraphim. A grande novidade de Tales of Zestiria é a capacidade de podermos fundir poderes com os Seraphim, através da habilidade Armatization. Estas fusões permitem alterar o tipo de ataque e o elemento que a nossa personagem usa. Aprender a alternar entre Seraphim, no momento certo, é peça chave para o sucesso. As batalhas variam entre o simples (nas batalhas comuns) e o táctico (durante as batalhas contra bosses, onde temos de ser obrigatoriamente mais metódicos). A série que introduziu os combates em tempo real nos JRPGs continua a dominar este sistema e o género ainda tem muito a aprender com ela.
Apesar de não ser um jogo visualmente excelente, Tales of Zestiria cumpre no departamento gráfico. Não obstante, não posso deixar de lamentar a insistência na produção destes JRPGs para a PS3 primeiro e só depois no port para a consola da nova geração. Tales of Zestiria só sairia beneficiado com a melhoria gráfica e a utilização total das capacidades da PlayStation 4 e nota-se claramente, em alguns níveis, que o desenvolvimento do jogo foi retido para não exceder as limitações das consolas da anterior geração. Provavelmente nada relacionado com esta questão estão os problemas habituais com a câmara que costumam assombrar a saga e Tales of Zestiria, infelizmente, não é excepção.
Veredicto
Numa época em que a oferta de JRPGs na nova geração de consolas é praticamente inexistente, exceptuando o recente Disgaea V, Tales of Zestiria é uma excelente incursão para as consolas de todos os que são fãs do género. A história de Sorey é interessante o suficiente para agarrar o jogador e de tal forma o faz que, na maioria das vezes, nem reparamos que este é apenas um port da PlayStation 3 a rodar na PlayStation 4. Entre animações geniais e um sistema de batalha riquíssimo e dinâmico, sobretudo com as novas fusões – com a habilidade Armatization – não desapontará os jogadores que acompanham a saga desde o velhinho Tales of Phantasia.
- ProdutoraBandai Namco Studios, tri-Crescendo
- EditoraBandai Namco Entertainment
- Lançamento16 de Outubro 2015
- PlataformasPS3, PS4
- GéneroRole Playing Game
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Armatization
- O excelente combate
- As animações ao bom estilo anime
- Uma fórmula geral tradicional bem utilizada
- Um port na PS4 que acaba por limitar a potencialidade deste excelente JRPG
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.