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Análise – Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge

Depois de nos ter colado à televisão no final dos anos 80, as Tartarugas Ninja regressam pela produtora Tribute Games, para garantir uma jogabilidade old-school e um estilo vintage como já nos habituaram.

Os jogadores da “velha guarda”, podem dizer que vivenciaram a história das Tartarugas Ninja em primeira mão. Nascidas do lápis de Kevin Eastman e Peter Laird, os guerreiros anfíbios com nomes renascentistas têm conhecido um sucesso extraordinário desde 1987, com o lançamento da clássica série animada e a avalanche de merchandising associadas a ela. Para além da linha de brinquedos é claro que não poderiam faltar os videojogos. A Konami teve essa responsabilidade desde o primeiro (e difícil) Teenage Mutant Ninja Turtles para a NES, onde vendeu um total de quatro milhões de cópias, até ao famoso Turtles in Time para a Super Nintendo que serviu de inspiração para este título que vamos falar.

Em termos de conteúdo, Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge oferece um total de sete personagens. Para jogar, temos Donatello, Raphael, Leonardo, Michelangelo, claro. Mas, também temos o mestre Splinter, a jornalista April O’Neal e o divertido Casey Jones, este último desbloqueável ao completar a campanha uma vez. Cada uma destas personagens é caracterizada por valores e habilidades diferentes. Podemos jogar com elas em dois modos de jogo: História e Arcade.

O modo história pode ser jogado em modo cooperativo com um máximo de quatro jogadores locais ou, alternativamente com seis online (através de sistema open room ou por convites). Este modo é composto por quinze capítulos e dois bosses extra para derrotar, com a habilidade de navegar num mapa para aceder a cada nível. Há também algumas paragens com mais personagens conhecidas e que nos dão instruções para coleccionar alguns objectos para si.

Esse tipo de missões secundárias de colecção de itens, já agora, permitem obter pontos extras que são adicionados aos obtidos em jogo. Estes pontos são preciosos, já que servem para desbloquear upgrades para os protagonistas de acordo com um caminho predeterminado. Não há, portanto, uma árvore de habilidades propriamente dita mas uma lógica de uso. Em suma, quanto mais tempo passarem com uma única personagem, mais ela pode contar com bónus de saúde e movimentos adicionais.

É um sistema de progresso que falta no modo Arcade. Este outro modo é claramente desenhado para oferecer uma experiência similar a um coin-op do passado. Como tal, não oferece qualquer tipo de upgrades às personagens, jogando com as mesmas habilidades e movimentos do início ao fim. Neste modo, também há menos vidas, não há pausas entre níveis e o nível de desafio é progressivo. Ideal para quem quer uma experiência “bite size” deste divertido jogo.

Havia uma grande curiosidade minha em relação à jogabilidade de Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge, dadas as muitas referências ao clássico da Konami. Por outro lado, de um modo geral, sou um enorme fã do inesquecível mundo dos beat em up. Esta foi uma tendência que, entre o final dos anos 80 e início dos anos 90, foi literalmente um furor nas máquinas de arcada. Infelizmente, este género perdeu o fulgor, especialmente com o advento das consolas de 32 bits e dos gráficos poligonais. Mas, há nostalgia aqui.

Neste título da produtora Tribute Games é uma ode ao passado. Desde o seu início que se mostra muito sólido e divertido, capaz de nos dar o feedback necessário do impacto dos golpes e, portanto, a sensação de realmente derrotar os inimigos. Gostei do pormenor dos ciborgues do Foot Clan apresentarem mais ou menos o mesmo aspecto (além da cor do uniforme) mas possuem características e padrões muito diferentes. Isso adiciona uma camada de estratégia adicional na forma como abordamos e atacamos em cada nível.

Os inimigos que encontrarão ao longo da aventura são simples soldados ou espadachins, armados com machados, lanças, arcos ou adagas. Ainda surgem a bordo de grandes robôs ou acompanhados de outros tipos de inimigos, como dinossauros antropomórficos, guerreiros de pedra e muitos outros. É um bestiário de inimigos verdadeiramente notável, ao qual são adicionados bosses que, se considerarmos individualmente, são pelo menos quinze. O que demonstra como a produtora “espremeu” ao máximo o imaginário das Tartarugas Ninja.

Para derrotar os inimigos podemos realizar combinações de golpes, pontapés voadores, movimentos especiais (que consomem uma barra e devem ser recarregados), além de disferir golpes que incluem o icónico arremesso do inimigo em direcção ao ecrã. Enfim, são estes os detalhes que me transportam constantemente ao passado. Nota-se que a produção claramente gastou muitas moedas no salão de jogos.

A introdução animada, com a clássica música de Chuck Lorre, transmite de imediato as intenções e referências do jogo, que são então totalmente expressas graças ao estilo visual no género pixel art, que remetem à era das produções de 16 bits. Notem que as animações são verdadeiramente agradáveis, coloridas e cheias de detalhes. Sé tive pena que a interacção dos cenários é muito limitada e algumas animações podiam ser mais trabalhadas. No geral, porém, o resultado final é excelente.

Veredicto

Posso dizer que Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge é um “acto de amor” para uma era que tanto contribuiu para o nosso imaginário. É bom ver de volta a série das Tartarugas Ninja que, especialmente entre o final dos anos 80 e o início dos anos 90, fez um “estrondo” entre as arcadas e as consolas. A produtora Tribute Games reuniu de forma convincente tudo o que foi criado ao longo dos anos, “espremendo” tudo para trazer personagens, inimigos e bosses em quantidades avulsas. O resultado final é um beat em up colorido e divertido, que é concluído rapidamente mas possui um excelente replay value.

  • ProdutoraTribute Games
  • EditoraDotemu
  • Lançamento16 de Junho 2022
  • PlataformasLinux, PC, PS4, Switch, Xbox One
  • GéneroAcção, Arcade
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • A campanha não dura muito
  • Pouca interacção com o cenário

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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