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Análise: The Incredible Adventures of Van Helsing III

Foi no dia 22 de Maio que a terceira e última parte desta trilogia, a cargo da Neocore Games, chegou oficialmente lançada ao Steam. The Incredible Adventures of Van Helsing III devolve o protagonismo ao famoso caçador de vampiros naquela que será a sua última caçada. Seguindo os eventos do título anterior, a guerra civil chegou ao fim em Borgovia só que uma série de eventos mostram que há ainda espaço para mais um capítulo na história de Van Helsing. Pior, o nosso caçador depressa descobre que essa mesma série de eventos está ligada a uma misteriosa criatura. Um aliado que desta vez se mostrará como o pior dos adversários que alguma vez teve de enfrentar. Preparem-se para uma caçada que vos que vos irá revelar o segredo mais sombrio de Borgovia.

Tal como já tínhamos visto na curta versão que nos foi oferecida para a nossa antevisão, a premissa é bastante simples. Concordámos também que isto é de esperar num Dungeon-Crawler e agora na sua versão completa esta continua interessante mas não muito. Sobretudo, a temática que temos vindo a encontrar ao longo da série, claramente inspirada no mundo de Bram Stoker, mais serve de pretexto para toda a acção, ou melhor todo o fantástico que surge no ecrã. Com um enorme foco noutras componentes, a história vai-se desenrolando mas sempre com incessantes tentativas (falhadas) de humor das várias personagens, tal como o nosso bonacheirão Van Helsing.

Felizmente que mais do que a história, neste género é a jogabilidade que mais se esforça por aliciar o jogador, oferecendo-lhe uma longevidade praticamente ilimitada no que diz respeito à progressão da sua personagem. Os mapas estão recheados de criaturas pelas quais teremos de abrir caminho e neles vamos também encontrar, como já é tradicional no género, NPCs com quests paralelas à história principal e que nos podem também levar a confrontos inesperados.

Para superar todos estes desafios, à nossa espera vão estar 6 classes, o que se traduz em 6 formas bem distintas de experimentar este título. Já no campo de batalha, o desbravar de grupos de monstros foi constante mas a jogabilidade mostrou-se mais frustrante do que aliciante. Apesar de bem diferentes, a animação das várias classes é desinteressante, havendo espaço para melhorias e o mesmo se pode dizer das criaturas que vamos enfrentando.

A isto alia-se o UI (User Interface) que já tinha sido o meu grande inimigo na versão de experimentação e que continua a mostrar-se pouco intuitivo, confuso até, de tão cheio que está. Desde a barra de acção, às árvores de talentos e às habilidades onde ia distribuindo os pontos à medida que ia evoluindo, tudo está repleto de ramificações. Esta falta de acessibilidade, ou melhor este excesso de informação, teve impacto nos confrontos que tive de superar, levando algum tempo (bastante) até me habituar.

No que diz respeito à jogabilidade propriamente dita, esta oferece uma dificuldade desnecessária aos encontros. Colocando-nos várias vezes contra grupos enormes de inimigos, o toca e foge resultou algumas vezes, mas na grande maioria dos casos, foi inevitável ser encurralado e recorrer ao toque de morrer e ressuscitar. Isto sempre acompanhado pela minha fiel companheira Lady Katarina, sempre pronta a ajudar em combate e sobre a qual vamos saber muito mais nesta história.

Muitas vezes, o final dos combates resulta na tradicional explosão de loot, uma série de itens com os mais variados atributos e com a mais variada raridade. Quanto mais fortes forem as criaturas que derrotarmos, melhor será a chance de obtermos uma melhor recompensa. No entanto, não deixei de encontrar aqui algumas discrepâncias. Não foi comum mas aconteceu-me num dos combates cair para o chão uma peça de equipamento lendária para nível 15. Como é que faz sentido que seja inferior em atributos quando comparada com uma peça de nível e raridade inferior? A aleatoriedade em atributos precisa de ser um pouco mais refinada para que o sistema de loot, o ponto mais alto de um dungeon-crawler não caia no desinteresse dos jogadores.

Os fãs do género sabem que é na progressão da nossa personagem que vamos encontrar a longevidade do género. A constante busca de armas e equipamento com atributos que se encaixem no nosso estilo de jogo e do que vimos The Incredible Adventures of Van Helsing III, apesar do caso pontual que mencionei em cima, parece corresponder. A isto alia-se um grafismo que apesar, de não ser surpreendente, cumpre bem, esforçando-se por oferecer variedade nos cenários que vamos percorrer, desde as ruas de uma cidade, a uma floresta e ruínas abandonadas.

Se tiverem com quem jogar, saibam também que podem disfrutar de toda a experiênca com um grupo de amigos, tanto em equipas de 4 para 4 em PvP ou no modo cooperativo para grupos de 4 pessoas. Difícil será convencê-los a experimentar este título, com tantas alternativas, mais aliciantes, no mercado.

Veredicto

The Incredibble Adventures of Van Helsing III não é de todo o título mais impressionante do género, confesso. A grande maoria dos Dungeon-Crawlers esforça-se por conseguir disfarçar a repetição, que é inevitável, seja pela nossa rotação preferida de habilidades ou pelo simples e constante derrotar de hordas de inimigos. Só que este é um título que não consegue. A história é desinteressante e o mesmo se pode dizer das criaturas que preenchem os cenários que vamos percorrer. Com pouco para apreciar é inevitável cair no aborrecimento. É sempre bom poder variar no género e The Incredible Adventures of Van Helsing III, na sua versão completa, mostra-se como uma alternativa algo fraca, quando comparada com outros Dungeon-Crawlers. Nem muito bom nem muito mau, é simplesmente normal.

  • ProdutoraNeocore Games
  • EditoraNeocore Games
  • Lançamento22 de Junho 2015
  • PlataformasPC
  • GéneroAcção, Aventura, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • História pouco interessante
  • UI confuso e pouco acessível
  • Fraca animação das personagens e criaturas
  • Alternativa fraca a outros títulos do género

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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