NiohCollection (1)

Análise – The Nioh Collection

Dois dos melhores ARPGs da história da PlayStation foram reeditados numa compilação chamada The Nioh Collection. Tanto Nioh, como Nioh 2, juntamente com as suas expansões, chegam agora à PlayStation 5 com a sua devida adaptação técnica. Mas, não era já possível jogá-los via retrocompatibilidade?

Como devem imaginar, esta não será uma análise aos dois jogos da Team Ninja lançados para a PlayStation 4 em 2017 e 2020 respectivamente. Falámos do primeiro Nioh com muito apreço, mencionando uma jogabilidade desafiante “que precisa de dedicação” e de um “ambiente visual impecável”. Também gostámos de Nioh 2, embora nos parecesse “uma continuação de algo positivo, adicionando melhorias importantes mas subtis e que não impressionam realmente perante a concorrência”. As duas análises são suficientemente explícitas para vos explicar o que foram estes jogos para nós no seu tempo. Nesta análise em particular, vamos falar apenas das suas reedições, que novidades trazem e como se inserem no panorama de títulos lançados para tirar proveito da PS5.

Antes de mais, é preciso esclarecer um pormenor que poderá gerar alguma confusão. Não devem esperar nenhuma novidade substancial na jogabilidade dos dois jogos. Esta é apenas uma compilação dos dois jogos, agora remasterizados na PlayStation 5, juntamente com os seus seis DLC de expansão anteriormente lançados. Ao contrário do que costuma ser feito numa remasterização, apenas temos melhorias técnicas para tirar proveito da nova consola, não havendo revisões na interacção ou algo semelhante. Felizmente, não é que nenhum dos jogos ou expansões precisassem de alguma alteração na jogabilidade.

Para todos os efeitos, como irão ver, este é um aproveitamento claro das capacidades de retrocompatibilidade da PS5, jeitosamente inserindo a palavra “remasterização” para dar-lhes uma segunda chance. Não me entendam mal, não tenho nada contra uma reedição de dois óptimos jogos, quase obrigatórios, especialmente para os amantes dos jogos “Souls-like”. Ainda por cima, inclui vários extras, tornando-os em experiências massivas. Apenas não esperem os “milagres técnicos” que a palavra “remasterização” implica, sobretudo no primeiro jogo. É preciso também recordar que Nioh 2 nem um ano de vida tem desde o seu lançamento. Entendem o que digo quando falo de aproveitamento?

Por outro lado, no rigor, não há aqui nenhuma novidade de peso no plano técnico, pelo menos nada muito óbvio. A produção fala da capacidade de jogar numa “resolução dinâmica 4K a 120FPS”, mas necessitam de escolher o modo visual adequado e é óbvio que precisam de ter um televisor/monitor compatível com essa taxa de refrescamento (120Hz). Nos menus, poderão escolher esses modos visuais com diferentes performances. O modo “Movie” é o tal que permite resolução dinâmica (até 4K) com um rácio de fotogramas mais alto e sempre estável. Este é o modo mais impressionante para mim, com uma fluidez invejável, sempre acima de 60fps e sem “soluços”.

Há mais três modos visuais para quem dá preferência ao grafismo. O modo “4K”, como o título indica, bloqueia a imagem nesta resolução, com fps igualmente bloqueados a 60fps. O modo “Standard” é um misto de resolução e performance, parecendo degradar um pouco a imagem, algo que não faz muito sentido. Por último, o modo de alta performance a 120fps poderá nem sequer estar disponível se não tiverem um televisor compatível. No que foi possível testar, sim, a fluidez é fantástica mas o sacrifício surge alguma simplicidade geral e, pior, em “stutters” ocasionais. Enfim, não vão a correr comprar um televisor de 120Hz de propósito.

Fora estas melhorias de performance, também devem esperar uma maior velocidade de carregamento no geral, tanto no arranque dos níveis, como do próprio jogo. Esta velocidade é fruto da nova drive SSD da consola, cortando os tempos em menos de metade. Noutros lados, fiquei algo desapontado que o comando DualSense não tivesse nenhum protagonismo de realce nestas remasterizações, não aproveitando melhor o seu potencial. Disparar armas tira proveito dos gatilhos adaptativos, há uma vibração mais evidente aqui e ali mas nada de realmente imersivo, com muita pena minha.

De resto, não há muito mais a assinalar. Honestamente, não acho que hajam grandes melhorias além do que teriam se jogassem o vosso disco ou download original destes jogos da PS4 na nova consola, cujo modo “boost” já rejuvenesce tanto uma boa quantidade de jogos da anterior consola. Considerando que o primeiro Nioh foi já oferecido no PlayStation Plus e o segundo, eventualmente, lá vai parar, é bem possível que esta reedição “soe a pouco” para justificar o investimento. Somente a inclusão de todos os DLCs que poderão não ter comprado para os jogos é que fará a diferença. Chega para comprar esta compilação? Só vocês poderão decidir.

Curiosamente, alguém terá pensado neste pormenor, tendo talvez considerado também que Nioh 2 tem tão pouco tempo de vida. Se já possuem este segundo título, saibam que poderão fazer o upgrade para a edição Nioh 2 Remastered da PS5 de forma inteiramente gratuita. Isto não se aplica ao primeiro jogo mas, como já disse, esse título até foi oferecido em Novembro passado no PSPlus. Assim, se já tinham os originais, acabam por jogá-los também na nova consola, o primeiro via retrocompatibilidade, o segundo com as melhorias assinaladas e as expansões, sem precisar realmente desta colecção. É uma manobra simpática, sem dúvida. Apenas contraproducente a nível comercial.

Veredicto

Se nunca jogaram nenhum dos dois jogos, The Nioh Collection é, sem dúvida, a edição definitiva que devem adquirir. São muitas horas de jogo em dois títulos icónicos da PS4, autênticos marcos no género “Souls-like”, com muito conteúdo para descobrir, numa jogabilidade transversal a duas experiências e enredos distintos. Mas, se já os jogaram, as melhorias de performance das duas remasterizações podem não chegar. São só “um pouco melhores” que simplesmente jogar as versões originais através da retrocompatibilidade da PlayStation 5. O que pode não justificar sequer a sua compra.

  • ProdutoraTeam Ninja
  • EditoraSony Interactive Entertainment
  • Lançamento5 de Fevereiro 2021
  • PlataformasPS5
  • GéneroAcção, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Não há real valor técnico como remasterizações
  • Desaproveitamento do DualSense

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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