Análise: Tomb Raider
Lara Croft, um nome muito conhecido para todos aqueles que viram nascer uma heroína na década de 90 e que com certeza se apaixonaram pela forma como dava mortais e manuseava as suas pistolas. Lara capturou desde cedo, o coração de gamers masculinos e femininos. Ao longo dos anos a série sofreu alguns altos e baixos, eu por exemplo nunca esquecerei o quão mau era o Angel of Darkness, mas tenho também de relembrar que o seu incrível sucesso já passou por hollywood e por livros de banda desenhada. Apesar da sua aparência jovem, atlética e sensual, a nossa heroína já conta com mais de 20 anos de história e a Crystal Dynamics achou que era o momento certo para agitar as coisas e colocar-nos a explorar o lado desconhecido da Miss Croft, dando um merecido reboot à série. Eu posso começar já por dizer que Tomb Raider está tecnicamente e tematicamente deslumbrante!
Esqueçam tudo o que sabem sobre a Lara Croft!
Esta não é a mesma Lara que manuseia as pistolas como um cowboy, que dá mortais encarpados e que nunca suja a sua roupa! Aqui, Lara é uma aventureira inexperiente e apanhada desprevenida num turbilhão de acontecimentos que a tornam numa verdadeira aventureira digna do apelido Croft.
Depois de naufragar numa ilha misteriosa durante a sua primeira expedição, Lara dá por si continuamente no meio de várias situações de vida ou morte e como o mal nunca vem só, a nossa heroína vê-se obrigada a amadurecer e a ter mais segurança de si própria enquanto procura os seus amigos desaparecidos e tenta sobreviver aos estranhos habitantes da ilha. A sensação de crescimento a nível psicológico e carácter da protagonista consegue transparecer muito bem para quem segura o comando. A narrativa adiciona de tal forma tensão e intriga que nos leva a continuar a jogar para descobrir o que vai acontecer a seguir, durante as 12 a 15 horas de jogo.
Desde cedo que há a consciência que algo de errado se passa nesta ilha misteriosa coberta de destroços da Segunda Guerra mundial e relíquias que datam uma civilização de muitos séculos, é uma sensação que permanece do início ao fim enquanto tentamos descobrir tudo o que há para encontrar e para saber mais sobre a primeira expedição, enquanto Lara tenta sobreviver a todos os perigos que surgem quando menos esperamos. Esporadicamente derrotei grupos de inimigos com a ajuda das quatro armas diferentes disponíveis no jogo: Arco e flecha, pistola, caçadeira e uma espingarda automática, cada arma pode ser melhorada consoante peças que vão sendo encontradas na ilha.
É perfeitamente normal lutar durante minutos com inimigos e ficar de seguida meia hora sem encontrar uma alma penada. Estas quebras são preenchidas com grandes segmentos de saltos e puzzles como nos antigos jogos, mas aqui são muito mais equilibrados. Não senti que fossem difíceis ao ponto de ficar preso durante dias como aconteceu em The Last Revelation, mas também não senti que fossem demasiado fáceis. Os puzzles dão que pensar e no final dão uma boa sensação de conquista.
Apesar de o referirem, Tomb Raider não é um open-world. Tem sim, um gigante mapa, mas as suas áreas não podem ser acedidas livremente, para tal é necessário encontrar um acampamento para que possam fazer fast-travel para os locais que já passaram. Este mesmo acampamento serve para melhorar as habilidades da Lara e também as nossas armas, como referi anteriormente. Muitas áreas do mapa terão de ser revisitadas para cumprir certos desafios facultativos, consoante as habilidades que já conseguiram desbloquear, dando um sentido mais apurado de exploração.
É importante referir que a câmara está muito bem implementada e funcionou sempre na perfeição sem nunca me deixar dar um salto para o suicídio.
O modo multiplayer no jogo, apesar de funcionar bem, não acrescenta nada ao jogo e ainda me questiono porque foi colocado no jogo. Os modos são os mais conhecidos de sempre com variantes de Capture the flag e Deathmatch, mas sem qualquer ligação à história do jogo.
Veredicto
Confesso que estava um pouco céptico com o que poderia sair daqui, mas este Tomb Raider acabou por impressionar-me pela positiva. É o mais bonito Tomb Raider de sempre, mas são nos detalhes que o jogo realmente se destaca. A sujidade da Lara, as feridas por sarar, as roupas rasgadas no fim da aventura e a experiência que ela própria adquire ao longo do jogo, são apenas alguns dos pormenores que podem encontrar nesta gigante ilha. É um merecido reboot para a Lara Croft e a Crystal Dynamics acertou em cheio!
É normal sentir que certas partes do jogo foram inspiradas em jogos do género mais recentes, como é o caso do Uncharted, mas o que não podemos esquecer é que esses mesmos jogos inspiraram-se nos originais Tomb Raider. O legado de Tomb Raider volta assim ao ponto mais alto e fico à espera da próxima aventura da Miss Croft.
- ProdutoraCrystal Dynamics
- EditoraSquare Enix
- Lançamento5 de Março 2013
- PlataformasPC, PS3, Xbox 360
- GéneroAcção, Aventura
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Imersivo
- Deslumbrante
- Dificuldade equilibrada
- Multiplayer adiciona muito pouco ao jogo
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.